Apologética

O neurotizante “poder” dos líderes religiosos de massas.

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Por: Levi Bronzeado

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A obra do sociólogo Gustave Le Bon ─ “Psicologia das Massas” (1895), que ainda é muito lida hoje em dia e foi traduzida em numerosas línguas, descreve muito bem a noção de multidão e o papel de seus líderes na sociedade moderna.

A instituição eclesiástica é a mais sólida e antiga instituição humana que não sobrevive sem o poderoso desejo dos fiéis por um líder que leve sobre si os seus anseios mais prementes.

Le Bon admite que o desamparo, as incertezas, o desemprego e o estremecimento entre as culturas levam as multidões a reclamar por um mestre que os comandem com firmeza. As multidões querem um chefe que forneça referenciais, que diga claramente quem é amigo e quem é inimigo.

Para os antimodernistas, a salvação da humanidade estaria numa estrutura religiosa autoritária. Acontece que nossas capacidades criadoras e inquietas, nosso poder de invenção nascido com o “Iluminismo” possibilitou a saída para a maioridade do homem. O homem passa a se servir do seu próprio entendimento. Um sujeito novo nasceu com Descartes, em que a dúvida é a condição de uma verdadeira certeza.

Tanto a igreja como o exército são instituições baseadas na fidelidade a hierarquia, na disciplina e na ameaça de exclusão.

O líder religioso de massas “ama” aos seus seguidores ou comandados, e, em resposta, os fiéis “amam-se” como irmãos na fé. A importância do líder está em ocupar esse lugar à frente da multidão de servos que o veem como mestre (a quem entregam o comando de suas vidas). Foi assim, que os Alemães abdicando de suas próprias consciências, entregaram-se de corpo e alma à sanha do seu sanguinário e neurótico líder (Hitler), o qual via no povo Judeu a encarnação do próprio diabo.

Há grupos religiosos que mantém uma estreita dialética com o seu líder, da seguinte forma: cada indivíduo permite o aumento de sua submissão à emoção transmitida pelo pastor; ao mesmo tempo, experimenta a diminuição no controle da razão. E isso se dá por “sugestão”, que é confundida com manifestação do poder Divino. O Pastor ou líder carismático, diante das massas, se comporta como um hipnotizador, e pela sugestionabilidade permite o afrouxamento dos impulsos instituais do grupo. O que se vê então são fenômenos arcaicos aflorando através das mais bizarras reações, fenômenos esses, que estariam reprimidos há muitos anos num grande e oculto porão chamado “Inconsciente”.

O magnético líder religioso revestido de “todo poder” atribuído a Deus, cuida de desenvolver estratégias de sedução e de defesas, impondo ao homem as suas pretensas “verdades eternas”. O fiel como receptáculo da energia exalada de seu chefe espiritual, encontra o seu gozo ao identificar-se com a “alegria” ou sintomas neuróticos do seu comandante.

Os grupos religiosos, na verdade, anseiam pela glória de Deus na pessoa do seu pastor, esquecendo o que disse Lutero: “O Deus “absconditus” não pode ser encontrado, pois Ele se dá somente, de agora em diante, como Deus “revelatus”, isto é, Deus em PALAVRA”. Este Deus não pode ser alcançado diretamente, e, portanto, “possuído” num esforço legalista, místico ou especulativo.

Mas o que finalmente conseguem as massas empolgadas e seus líderes?

Conseguem apenas descarregar a libido reprimida, através de manifestações grotescas, próprias da neurose coletiva, semelhantes em tudo aos distúrbios do pensamento e da conduta, de que trata a medicina psiquiátrica. Infelizmente, toda essa manifestação doentia das massas regida pela batuta do magnético líder é rotulada indevidamente de poder Divino e religioso.

Autor: Levi F. bronzeado
Fonte: [ Ensaios & Prosas ]

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