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A Igreja do Povo – Fazendo a Obra de Deus com os Métodos do Homem

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Autor: Paul Proctor

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Entrei pelas portas da Primeira Igreja Batista na primavera de 1995, após ter vivido como um filho pródigo por aproximadamente dez anos. Eu tinha rededicado minha vida a Cristo há pouco tempo e queria participar novamente de uma família cristã amorosa em uma igreja. Quando entrei e me sentei, a música alegre do louvor do magnífico coral e da orquestra, encheram meu coração e minha alma de admiração, emoção e de grande expectativa. Eu estava realmente sendo preparado para adorar.

Quando o pastor terminou o sermão, eu estava espiritualmente refrigerado e energizado para a semana entrante. A mensagem tinha sido clara, poderosa, convincente, bíblica e cheia do Espírito Santo. Ao longo do tempo, aprendi a amar esse irmão em Cristo, por causa de sua fidelidade e paixão pelo evangelho. Após visitar a igreja por vários meses, vi que tinha encontrado a minha igreja.

Alguns anos mais tarde, o pastor me convidou para almoçar com ele em um clube de campo que ele freqüentava. Durante o almoço, mencionou de passagem seu desejo de eventualmente remover o nome Primeira Igreja Batista e simplesmente chamá-la de “Igreja do Povo”, pois afinal, era assim que todos a conheciam. Ainda impressionado com a personalidade do pastor, sorri e acenei com a cabeça em aprovação, quando ele me disse que queria levar a igreja para uma “nova direção”, longe do estigma batista sulista que achava que tinha de certa forma atrapalhado no passado, e buscar coisas maiores. Infelizmente, ele não disse muito sobre qual seria essa “nova direção” e eu erradamente assumi que seria uma identidade não-denominacional.

Nas próximas semanas e meses uma nova mensagem começou a emanar do púlpito e que não era diferente do que estava vindo de todos os lugares, o pódio presidencial de Bill Clinton durante o auge dos seus escândalos. Um tema recorrente de tolerância, diversidade e unidade parecia permear quase todos os sermões. Tornou-se claro para mim que a “nova direção” do pastor era mundana e que ele estava agora sendo guiado por alguém ou outra coisa diferente de Deus. Ao longo do tempo, cresceu entre nós dois certo atrito, à medida que seus sermões se afastaram do evangelho que leva ao arrependimento e à fé em Cristo, para a psicologia social do “vamos viver em harmonia”. Claro, a Bíblia nos diz para vivermos em paz uns com os outros, e mantermos relacionamentos saudáveis com nossos irmãos e irmãs em Cristo, mas não à custa de Deus. O pastor que eu antigamente tinha em alta estima começou a recitar clichês de “pensamento de grupo” como: ‘Você não pode estar em paz com Deus e em desarmonia com todas as pessoas’, querendo dizer que agora era a hora de todos contemporizarmos em nossa consciência e convicções, pensando no bem coletivo. Esse é o “Processo do Consenso” em operação, uma técnica de lavagem cerebral de mais de duzentos anos conhecida pelos psicólogos sociais de todo o mundo como “Dialética Hegeliana”, desenvolvida por George Wilhelm Friedrich Hegel, no final do século XVIII, e que envolve a prática da contemporização para obter a harmonia social entre grupos opostos e/ou sistemas de crenças. A dialética hegeliana é especialmente danosa para aqueles na fé que são compelidos no processo a aceitar o inaceitável, de modo a ganhar a aprovação do grupo. É a mentalidade do rebanho do pensamento humanista e é uma abominação diante de Deus.

Veja, a Bíblia está repleta de homens tementes a Deus que ficaram sós e morreram lutando contra a heresia da mentalidade do rebanho, incluindo o próprio Jesus Cristo. Estar “em divergência com todos” foi exatamente o que o levou a ser cravado na cruz! Ele disse: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” [Mateus 7:13-15]. Essa certeza não é um bom indício para aqueles pastores que têm como suas principais preocupações o crescimento da igreja e os grandes números.

Não foi um Jesus tolerante quem expulsou os cambistas do templo usando um azorrague, ou um tolerante João Batista quem publicamente repreendeu o rei Herodes por se casar com a mulher de seu irmão, ou um tolerante Paulo quem chamou a atenção de Pedro por se afastar dos cristãos não-circuncidados, também não foi a tolerância que levou a maioria dos discípulos à decapitação ou à crucificação nos primeiros anos da igreja cristã. Entretanto, agora estamos entrando em um novo milênio, cruzando aquela ilustre “Ponte para o Século XXI”, como uma igreja reinventada de tolerância, diversidade e unidade. Agora que as portas estão sendo escancaradas para tudo e para todos, pergunto a você, a igreja está afetando a cultura ou a cultura é que está afetando a igreja? Quem está fazendo proselitismo com quem aqui? Olhe à sua volta e diga-me o que você vê.

Não demorou muito para que uma campanha vulgar de arrecadação de fundos fosse iniciada na Igreja do Povo, como se alguém estivesse concorrendo a um cargo político, com tudo, banquetes, jantares, prêmios, muitos discursos bajuladores, testemunhos, apresentações, reuniões particulares e atenção especial dada aos “grandes ofertantes” da igreja (o termo é deles, não meu), tudo para beneficiar um novo programa de construção que nos daria um “centro de adoração” de alta tecnologia e uma dívida de doze milhões de dólares.

Hoje, quando caminho por aquele centro de entretenimento em uma manhã de domingo, onde havia um santuário, vejo agora muitas poltronas de cinema almofadadas no lugar dos bancos; uma tela de projetor multimídia no lugar em que antes havia uma cruz de madeira; meia dúzia de pessoas fazendo coreografias e recebendo aplausos, onde havia antes um coral; uma banda de jazz/rock tocando solos onde havia uma orquestra; uma jovem cantora dirigindo corinhos simplistas diante de uma audiência confusa, onde havia um ministro de música que regia a congregação nos grandes hinos de adoração e de louvor a Deus, e onde um charmoso “facilitador”, vestindo uma camiseta pólo, prega que todos devemos viver em harmonia, onde antes um humilde homem de Deus vestido de terno e gravata proclamava corajosamente a Palavra de Deus.

Outro dia, eu estava ouvindo um programa de rádio gravado pela Internet, chamado “Steel on Steel”, apresentado por John Loeffler. Ele estava entrevistando um ex-professor e especialista em história e filosofia européias chamado Dean Gotcher sobre a “Dialética Hegeliana” ou o “Processo do Consenso” e como isso está sendo integrado com sucesso no governo, na mídia, nas forças armadas, na polícia, na educação pública, nas faculdades, nos seminários e até nas igrejas para centralizar tudo e nos unificar em uma mentalidade socialista de governança global. O objetivo global-socialista é e sempre foi um governo mundial e uma única religião global. Eles usam a dialética hegeliana há vários séculos para controlar grandes populações em todo o mundo e levá-las a uma Nova Ordem Mundial. Quase no fim do programa de uma hora de duração, ele casualmente mencionou um par de organizações cristãs que eram conhecidas por seduzir as igrejas a entrarem nesse “Processo de Consenso” com “progressivos” programas de crescimento de igreja, em que a contemporização faz crescer os números. A tentação de tal fruto mundano é obviamente difícil de resistir, mesmo entre os pastores mais fiéis. Entretanto, fazer coisas profanas em nome de Cristo não as santifica.

Quando Dean Gotcher mencionou uma dessas organizações como sendo a “Associação Willow Creek”, os sinos começaram a soar, as luzes começaram a piscar e, subitamente, cinco anos de confusão, atrito e controvérsia entre meu pastor e eu foram instantaneamente trazidos à completa claridade. É lógico! A igreja do Povo pertencia à Associação Willow Creek! Uma vez que meus olhos foram abertos para seus métodos carnais, por meio de pesquisa adicional, combinado com tudo o que eu já tinha aprendido ao longo dos anos sobre global-socialismo, fiquei convencido que a igreja tinha sido levada ao “Processo do Consenso” por meio de uma organização humanista e socialista fazendo-se passar como um ministério cristão, completo com “agentes de mudança” e “facilitadores” (lobos em pele de cordeiro) que eu mesmo tinha encontrado pessoalmente na Escola Dominical e na adoração no domingo. Aparentemente, essa era a “nova direção” do pastor para a Primeira Igreja Batista. Não foi surpresa descobrir mais tarde, que o fundador da Igreja da Comunidade Willow Creek, o pastor Bill Hybels, é um querido amigo e ministro pessoal do renomadíssimo socialista e “facilitador”, o presidente Bill Clinton. Agora sei por que meu pastor há três ou quatro anos começou a soar tão “clintonesco” em seus sermões nas manhãs de domingo.

Ao fazer uma pesquisa sobre a Associação Willow Creek, descobri que milhares de igrejas em todo o mundo estão sendo transformadas em “igrejas daqueles que procuram”, orientadas pelas emoções, exatamente como a nossa, sob a liderança e direção dessa organização, tudo com a mesma tolerância, diversidade e o tema da unidade, o formato liberal na adoração, ensino bíblico superficial, ênfase no conforto e leveza na consciência, equipado com enormes telões de projeção multimídia, grandes sistemas de som, música exótica, sem coral, com mulheres pastoras, esquetes que despertam as emoções, interpretações com dança, e oneradas por milhões de dólares de dívidas na construção de instalações de entretenimento sofisticadas, que eles chamam de “centros de adoração”. Ver uma bola giratória de discoteca acima de nossas cabeças no culto de dedicação, um par de anos atrás, foi uma grande tristeza para mim pessoalmente.

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” [1 João 2:15-17]

Há muito tempo me desgastei com certos membros da liderança da igreja, protestando repetidamente pelo nosso envolvimento nesses movimentos ecumênicos e excentricidades carnais, começando com o “Movimento dos Homens”, aquela organização orientada pelas emoções, que usa marketing agressivo, é apoiada por celebridades, é enganosa espiritualmente e agora está financeiramente quebrada, os Promise Keepers. O “Processo do Consenso”, ou a dialética hegeliana, ensina os “facilitadores” a se isolarem, a intimidarem e até envergonharem seus críticos fazendo-os silenciar e cooperar com “sentimentos feridos”. Isso também é carnal. Aqueles que buscam a aceitação do grupo e aprovação são impotentes contra isso. Francamente, prefiro ter a aceitação e aprovação de Deus do que aprovação do grupo. Veja, a Associação Willow Creek sempre enfatiza “as necessidades sentidas”, a unidade, harmonia, paz e os relacionamentos humanos acima de todas as outras coisas… Exatamente como as Nações Unidas. No entanto, isso não é o evangelho.

O “consenso” é a contemporização em direção ao “pensamento do grupo”, não ao pensamento de Deus. É conformidade ao coletivo por meio da pressão do grupo. É o centro de toda heresia. A centralização em direção ao globalismo é a razão para o consenso e explica por que tantas grandes empresas se fundiram em monopólios controlados pelo governo; por que os dois grandes partidos políticos nos EUA se tornaram quase que indistinguíveis; por que a soberania nacional está sendo entregue às Nações Unidas; por que a Constituição está sendo ignorada pelo nosso próprio presidente; por que o “Encontro do Milênio Pela Paz Mundial dos Líderes Espirituais e Religiosos” está se reunindo em agosto para lançar uma Religião Global e os líderes mundias de 160 países estão se reunindo em setembro na ONU para o “Encontro do Milênio” para iniciar o Governo Mundial, completo com seu próprio Tribunal Penal, um sistema tributário global, e um Exército permanente. Infelizmente, o pequeno e nojento segredo sobre o processo do consenso é que qualquer assunto discutido geralmente já tem uma resposta predeterminada oferecida pelo “facilitador”. Imagine isto! A consciência e a contemporização nunca podem coexistir. Elas são sempre incompatíveis. Uma precisa ceder para que haja unidade com a outra. Portanto, o consenso sempre levará seus seguidores para longe dos absolutos e da autoridade bíblica (isto é, “Assim diz o SENHOR…”), de modo a obter a aceitação e aprovação do grupo.

Todos queremos ser amados, certo? Alguns de nós desejam desesperadamente ser amados. Essa é a razão por que tantos entregam suas vidas à indústria do entretenimento e do cinema e fazem de Hollywood sua “Cidade Esmeralda”. Eles aprenderam em todo o século XX que somente poderiam ser uma “grande estrela” se fossem amados e aceitos por todos. O desejo de ser amado é natural, mas amar aqueles que não concordam conosco não é natural e é difícil. Jesus disse: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.” [Mateus 22:37] No entanto, milhões de crianças há mais de meio século ouviram e aprenderam o Mágico de Oz dizer ao Homem de Lata: “… um coração não é julgado pelo quanto você ama, mas pelo quanto você é amado pelos outros”. Isto é consenso sobre a convicção, cobiça sobre a consciência, carne sobre o espírito, a heresia de Hollywood e os frutos de Willow Creek… seguir a multidão e a cultura para ser amado e aceito.

“Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. [Provérbios 14:12]

A conclusão é esta: a Igreja da Comunidade de Willow Creek é como um daqueles barcos fluviais em que se davam espetáculos no rio Mississipi, está sendo vendida como se fosse um grande navio cruzeiro, mas no tempo devido será lembrada como outro Titanic. A Primeira Igreja Batista está verdadeiramente se tornando “A Igreja do Povo”, pois é exatamente quem ela decidiu seguir e obedecer… o povo. É desnecessário dizer que, após cinco longos e frustrantes anos a bordo desse navio, estou saindo para procurar um humilde barco de pesca que navegue em águas calmas, cujas redes lançadas voltem cheias, cuja tripulação seja fiel, e em que Cristo seja o capitão, pois como diz Paul Harvey, “Agora conheço o resto da história”.

“Nada sabem, nem entendem; porque tapou os olhos para que não vejam, e os seus corações para que não entendam.” [Isaías 44:18]

Autor: Paul Proctor

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