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O Estado de Ignorância Existe?

O Estado de Ignorância Existe?
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Tratando-se do ser humano, criado a imagem e semelhança de Deus, é razoável considerar o relevante tema, primeiro por uma abordagem antropológica, que visa mostrar o homem como um organismo biológico e com um ser cultural.

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Na antiguidade, os filósofos gregos viam o ser humano como um animal racional e social e Aristóteles definiu o homem como um “animal político”; por compreensão, queria dizer que o homem precisa de uma sociedade para se desenvolver; nisso contamos com a contribuição fundamental de dois fatores: a linguística e a cultura, pois tanto a racionalidade quanto a sociabilidade fundamentam-se no uso da linguagem.

Mas não podemos esquecer que em qualquer parte do mundo e ao longo da história, o ser humano, mesmo sendo cultural, permanece como um ser moral; fato que não o torna inescusável diante de Deus. É o que nos assegura o estudo da Teologia, que Augustos Hopkins Strong, teólogo americano batista (1836) define como “a ciência de Deus e das relações entre Deus e o universo”; pois essa também se trata da relação desse humano com seu Criador. Strong fundamenta a possibilidade da Teologia ser compreendida de três maneiras: na existência de um Deus que mantém relações com o universo, na capacidade de a mente humana conhecer Deus e se certificar dessas relações, e na provisão de meios pelos quais Deus é levado a um contato real com a mente humana.

Neste caso, é mais apropriado navegar nos escritos paulinos, quando interpretam os homens fora de Cristo como escravos de poderes constituídos pela força do mal, e como tais, são considerados pecadores responsáveis, não importando a que raça pertençam. Logo, todos, sem exceção, estão debaixo de uma só sentença:

“…portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Romanos 5:12)

Como essa é uma afirmação apologética com caráter condenatório e consequência eterna, vale ressaltar, à luz das Escrituras, o grau de compreensão que o ser humano possui, no que consiste a revelação de Deus. O estado de ignorância pode ser discutido a partir do que Paulo usou para interpretar a natureza do pecado, que ele classifica como depravação dos homens, especificando que primeiro existe o que compreendemos como revelação natural (Romanos 1:18-21), que torna o homem cônscio de sua própria existência e que tem plena responsabilidade moral diante de Deus e dos outros homens.

O livro de Gênesis registra uma revelação original dad às nações através de Adão, continuada em Noé (Genesis 9) e depois diluída coma dispersão na torre de Babel (Gênesis 11).

Quando Paulo discute a situação dos gentios, que não têm a revelação da lei, enfatiza que todos são responsáveis perante Deus, pois de alguma forma os seres humanos possuem algum conhecimento acerca de Deus (Romanos 2:14-16).

Temos também uma revelação especial:

“Em Ti serão benditas todas as famílias da Terra.” (Gênesis 12:23)

Essa expressão aponta para uma aliança universal, com alcance a todos os povos e abrange todas as culturas. Essa epifania foi notória às gerações até mesmo anteriores a Abraão. A aliança configurada em Abraão constitui-se em um propósito eterno e coerente de Deus, de que nenhuma raça ficasse sem essa revelação, e que todas as gerações tomassem conhecimento dos fatos subsequentes:

  1. da existência de Deus;
  2. da criação;
  3. a rebelião e queda do homem;
  4. a necessidade de aplacar a ira de Deus através de um sacrifício;
  5. o Dilúvio;
  6. o reconhecimento da necessidade humana de ser reconduzida a uma comunhão com Deus.

De acordo com Don Richardson, em seu livro “O Fator Melquisedeque”, esses fatos foram absorvidos por culturas antes de Abraão e continuaram diluídos entre as religiões populares no mundo inteiro.

O que se entende é que qualquer religião popular, pelo grau de absorção desses fatos, ainda detém-se uma ligação com o conhecimento da verdade. Para corroborar com a compreensão de que, embora o homeme possua um corpo evidentemente ligado ao mundo animal, a essência do homem não é só uma questão biológica.

Eclesiastes 3: afirma:

“Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo. Também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as abras que Deus fez desde o princípio até o fim.”

Isso demonstra que o caráter do homem é religioso.

Como disse Agostinho:

“Tu nos fizeste para Ti, e nosso coração não descansa até descansar em Ti.”

Pode parecer paradoxal, mas o ser humano, embora constituído de matéria, é um ser espiritual, o que o torna autoconsciente e moral. Esse caráter religioso o distingue do mundo animal. Blaise Pascal afirma que só o homem conhece “a miséria e a grandeza” de seu ser.

Mesmo que exista uma distância entre a natureza de Deus e da raça humana, é possível saber que Deus se revelou, pois as Escrituras fornecem elementos suficientes para afirmar que todas as culturas estudadas têm evidenciado, através de seus remanescentes conhecimentos, essa revelação original.

Em suma, o homem é capaz de perceber sua constituição religiosa e, consequentemente, seu distanciamento do Criador; portanto, não se constitui exceção diante do julgamento divino:

“Ora, sabemos que tudo que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda a boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.” (Romanos 3:19-20)

Pr. Eliel Rodrigues

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