Um povo sem paz no meio de um oceano de dúvidas!
Se Davi era um adorador extravagante e desesperado por Deus, por que ele não demonstrou isso em sua poesia? Ou mesmo em sua vida?
Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus. O teu Espírito é bom; guie-me por terra plana. Sl 143.10
Na pregação dos extravagantes e desesperados o rei Davi parece ser o ícone superstar desse movimento alienado e esquizofrênico do cristianismo contemporâneo. Mas por que motivo lemos a poesia de Davi ou mesmo sua história e não conseguimos ver um homem descentralizado, sem esperança e sem rumo, aflito e atormentado? Mesmo um “adorador extravagante e desesperado” de nossos dias sabe que esses não são adjetivos inerentes ao cristão, mas ao perdido.
Enquanto ainda cria e fui enganado por este movimento, estive em diferentes lugares, em diferente congressos e reuniões onde pessoas imitavam animais, andando de quatro e “fazendo-se ridículos para Deus” (e para os homens também), grasnando como pássaros ou mugindo como ruminantes (leia-se: bezerros), subindo na galeria da igreja e ameaçando “voar” ou mesmo ficando nus… isso mesmo: pelados até as cuecas e calcinhas. Naquele meio muitas vezes ouvi a seguinte instrução daqueles profetas da idolatria que regiam o circo: – Não falem disso! Não comentem o que acontece aqui! Não se escandalize com isso! Isto são mistérios do Espírito Santo!
É tão mistério que você pode procurar em todas as páginas do Novo e do Antigo Testamento e não vai encontrar nada parecido. Por quê? Porque é algo extravagante, foge aos padrões normais, foge a centralidade das idéias, foge ao natural, foge até a Palavra de Deus. Amados, esse é o discurso adotado por aqueles que desconhecem a Deus e vivem conforme seus próprios caprichos e pela própria cobiça de seu coração, que guiam-se conforme a sedução deste mundo. O homossexual diz não estar centrado no natural, de não agir conforme “as normas sociais”, ele é naturalmente um extravagante. Não com a mesma índole, mas buscando a mesma justificação, o pedófilo também, o homicida, também, o adúltero, igualmente, e o adorador extravagante, idem. Por quê? Porque desconhecem um Deus que endireita caminhos tortuosos e que guia por uma terra plana e não “desconhecida” e “oscilante”.
Quanto aos desesperados. A palavra já os define, eles não tem esperança, eles não tem coragem de viver no real, preferem “mover no sobrenatural” a mudar o naturalmente aflito e pobre que está a sua volta, ficam nos templos saltitando e berrando e pessoas morrem sem conhecer o amor de Cristo. Falta-lhes segurança e paz, vivem aflitos por um mundo sobrenatural que os pode dominar tal qual os lobisomens e as bruxas da sra. Brow, suas vidas estão voltadas para esse mundo distante, invisível e extremamente hollywoodiano, extremamente extravagante, extremamente idiota, surreal e anti-bíblico.
Davi não foi extravagante na sua adoração, ele foi sincero, simples e verdadeiro, não foi desesperado por Deus, foi sim necessitado de Deus pois Nele estava sua esperança e desejava estar no centro de Sua vontade.
É triste ver jovens se perdendo dentro da igreja, dentro dos templos e ginásios onde esse tipo de evento e promovido. Agradeço a Deus por ter salvo a minha vida, quando ela já estava perdida dentro do próprio santuário. Agradeço a Deus pelo dia que lembrei daquela velha música, hoje considerada por alguns até sem unção e o Espírito falou comigo, não de forma extravagante, mas de forma simples e que me fez entender melhor do que qualquer berro, grunido ou salto mirabolante… um desesperado que encontrou uma âncora forte e pesada para sua vida:
Foi na cruz, foi na cruz, onde um dia eu vi.
Meus pecados castigados em Jesus.
Foi ali pela fé, que meus olhos abri.
E agora me alegro em Sua luz.
Maranata!
Autor: Daniel Clós Cesar
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