Interessante pensar no quanto podemos absorver e aprender quando lemos o livro de Salmos. Além de ter uma das linguagens mais belas de toda a Bíblia, os versos desse livro são ricos em metáforas, significados e profundidade.
Hoje, trouxe o Salmo de número 127 para assimilarmos suas minúcias e detalhes.
Texto bíblico
“Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda.
Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O Senhor concede o sono àqueles a quem ama.
Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá.
Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude.
Como é feliz o homem cuja aljava está cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal.” Salmos 127:1-5
Todo o cântico trata da bênção sobre o povo de Deus como a sua única necessidade e privilégio. Muito se fala sobre construção, cidade, comunidade e família. Ao longo do texto, vamos descobrir o motivo.
É em vão a mão humana sem a mão de Deus
Nos primeiros versos, lemos sentenças com vários “ses”. O que no português é traduzido como conjunção subordinativa de causa, no evangelho é traduzido por plano de Deus.
O “Se não for o Senhor que construir” ou “se não for o Senhor que vigiar” nada mais significa que, sem o favor de Deus, trabalhamos à toa. Nossos esforços de nada valem se Ele não disser sim. O maravilhoso de pensar nisso é que, depois que reconhecemos Deus como o Senhor de nossa vidas, tudo passa a ser um grande se para nós.
Ele nos guia de acordo com os seus planos mudando toda a nossa agenda. A revelação de Deus é agressiva e grandiosa, não sendo nós capazes de executar um só plano sem a sua permissão.
Spurgeon ensina que confiando na visão antecipada de Deus, edificamos o caráter, construímos planos de vida e de trabalho, emolduramos esquemas de felicidade, levantamos uma esperança de vida eterna e ampliamos a igreja.
A obra dos construtores não passará de frágeis cabanas
Essa é a tradução da Bíblia A Mensagem para o primeiro versículo do Salmo. De forma poética, define-se que, sem esse conhecimento do alto, nossas obras terrenas são tão frágeis quanto uma cabana. Sem Ele, não suportamos o vento, a chuva e os dias ruins.
Isso nos diz sobre pilares, pois é Deus que constrói a solidez da nossa fé. Se a nossa casa está firmada na rocha de Cristo, estaremos preparados para as advertências da vida. Caso contrário, falharemos. Aqui, encontramos mais um incentivo para buscá-lo.
Afinal, os alicerces da nossa espiritualidade, ética e moral, dependem disso.
Cidades saudáveis, gente feliz
Interessante notar o contexto de comunidade narrado no texto.
“Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda.”
Em tempos de imoralidade e tristeza, vale lembrar que a construção de uma comunidade sadia, feliz e produtiva só se dá se for alicerçada nEle. Essa é mais uma condição de nossa dependência divina. Com o teísmo vago e irreal pregado pelos religiosos vigentes, não se constrói uma comunidade como a descrita no livro de Atos. Esse é o plano de Deus para nós e, na dependência dele, podemos construir uma igreja próxima desse ideal.
Trabalho com propósito é trabalho que o glorifica
“É inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhar como um alucinado. Pois, aos seus amados, ele dá enquanto dormem.”
Quando estamos nessa aliança com Deus até o trabalho ganha nova forma e utilidade. Sem a justa medida de Deus, perdemo-nos nos afazeres diários e não conseguimos encontrar significado nos nossos esforços.
O trabalho não deve ser um fim, mas um meio de glorificar a Deus e render graças a Ele.
Um relacionamento saudável com Jesus Cristo nos ensina mais que teologia; ensina-nos a priorizar, delegar, dizer não e viver de modo digno.
Afina, para quem confia nEle, não é necessário se preocupar, pois a recompensa vem de uma forma ou de outra.
Filhos: uma herança preciosa
Interessante notar que o salmista trata de uma infinidade de assuntos em poucas linhas e que faz esse movimento temático finalizando o seu raciocínio na relação entre pais e filhos. No seu entendimento, os filhos são a continuidade da vida dos pais; são legados vivos, que colocam em prática aquilo que aprenderam de seus antecessores.
Filhos, que em Hebraico são chamados de edificadores, são apresentados como construtores de famílias sob a mesma bênção divina, para a grande honra e felicidade de seus pais.
O que o Salmista quer dizer é que a maior recompensa de uma vida que agrada a Deus é o exemplo e a continuidade de seus ensinamentos por outro membro da família. Muitas vezes, esquecemo-nos desse papel fundamental da família na construção do caráter e de sua contribuição social. Nas culturas orientais, essa prática é muito mais forte nos dias contemporâneos.
Conclusão
Nesse Salmo de cinco versos, compreendemos que a recompensa de fazer o bem e colocar o Senhor em primeiro lugar é certa. Depender de suas condições é maravilhoso, pois podemos crer na certeza de um Deus que se importa, que não muda e que cumpre suas promessas. Quem a Ele se dedica não só goza de suas benevolências, como dá continuidade ao que aprendeu por meio da vida dos outros que foram impactados.
O evangelho é o bem mais precioso que podemos receber.
Fonte de consulta: http://www.monergismo.com/textos/chspurgeon/salmo-127_spurgeon.pdf
Fonte: Eis-me Aqui
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