Estudos Bíblicos

O papel da mulher no reino

O papel da mulher no reino
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As mulheres são 45% da força de trabalho no Brasil, mas ocupavam, até o fim de 2011, apenas 7,9% dos cargos de diretoria. Segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres brasileiras ainda ganham um salário em média 30% inferior ao dos homens. Vivemos dias difíceis ou não?

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Nesse momento, você deve estar imaginando o que esses números e dados tem a ver com teologia. Você pode não imaginar, mas há muita relação – principalmente porque a sua cosmovisão define o seu comportamento sociocultural.

Por isso, hoje vamos falar sobre o papel da mulher na igreja e sobre a relação de Jesus com as mulheres. 

Referência bíblica

– João 4 (Jesus e a Mulher Samaritana)

*Se você não conhece esse texto, sugiro que leia para que esse artigo seja melhor aproveitado.

Para compreender o texto corretamente, precisamos ter ciência da rixa entre os judeus e samaritanos que está registrada em I Reis. A questão é um tanto quanto complexa, mas é necessário que você saiba que judeus e samaritanos não se falavam e não ficavam no mesmo lugar na época de Cristo.

Mulheres na concepção judaica da época

O Judaísmo, segundo suas tradições, vê a mulher de uma forma bem diferente do homem. A constituição familiar no Judaísmo sempre foi patriarcal fazendo com que tudo girasse em torno das decisões masculinas. Podemos dizer que esse era um sistema machista por sua própria construção cultural.

Dentre as restrições da época, existiam algumas específicas para as mulheres:

– Ela só podia mostrar-se em público com o rosto velado, coberto por dois véus para que não se pudessem distinguir os traços de seu rosto.

– Se ela saíssem à rua sem cobrir a cabeça e o rosto, ela ofendia os bons costumes.

– Se ela andasse sozinha no campo, um homem não deviria conversar com essa estranha (Jo 4:27).

Até aqui, você percebeu que o diálogo entre a mulher samaritana era impróprio por inúmeros motivos, mas destaco o religioso (judeus x samaritanos) e o cultural (homens x mulheres).

Curiosidades do texto

  • O diálogo entre Jesus e a mulher se inicia por volta de meio dia.

Esse não era o horário normal de retirar água do poço de Jacó naquela região. O clima seco e o sol, no esplendor de sua força, fazia com que as mulheres buscassem água em outra hora. Por que então a mulher samaritana tira água naquele horário?

Por ser mal vista pela comunidade samaritana e evitada por outras mulheres, ela foi ao poço em uma hora em que as outras estariam preparando o almoço, cuidando de suas famílias, para assim evitá-las.

Essa mulher que dialoga com Cristo sofria preconceito por ser mulher, discriminação dos Judeus por ser samaritana e era olhada com desprezo dentro de sua própria comunidade por ser considerada uma pecadora imoral.

  • Jesus não percorre o mesmo caminho que os demais judeus faziam. Por quê ?

É nítido o propósito desse encontro para mudar três questões naquela época:

  1. O ódio entre judeus e samaritanos;
  2. A relação da mulher na sociedade;
  3. A relação da mulher samaritana consigo mesma.

Focaremos, hoje, nos dois últimos. Já que estamos falando sobre a mulher, é fundamental falar sobre identidade para migrarmos às conquistas – sociais e congregacionais. 

A relação da mulher samaritana consigo mesma

Antes de defender causas e nos movimentarmos por algo que acreditamos,  é preciso fixar a nossa identidade. Essa precisa ser inspirada em Cristo, fortalecida na rocha e moldada pela palavra da verdade.

“Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.” João 4:16-18

Ao questioná-la sobre o marido, Jesus a faz pensar sobre a sua própria realidade. Por mais que não fosse uma realidade digna para a mulher da época, a samaritana foi sincera e reconheceu que os seus erros faziam parte de sua história.

Jesus faz o mesmo conosco. Ele nos confronta para que tenhamos certeza de nossa identidade. E mais: para dizer que os nossos erros nos levam a condição de pecadores. Por isso, ele se aproxima de nós: para remir os nossos pecados.

A relação da mulher na sociedade

Iniciamos esse texto com dados que ilustram a realidade feminina e a ausência de equidade no mercado de trabalho e em tantas outras esferas sociais. Quando se fala de mulher, logo se pensa em direitos e na conquistas desses  para o desenvolvimento humano.

Como igreja, não podemos fechar os olhos para esse desafio. Cristo, nosso maior exemplo, ensina -nos a nos aproximar de causas que ninguém gostaria de defender. Essa não seria uma delas? Se você é um empresário cristão é seu papel equiparar salários em sua companhia, garantindo que a contratação não seja baseada em gênero, mas em conquistas e competência.

Lembre-se que ser um bom cristão vai além dos nossos feitos congregacionais e a nossa devoção diária. Um bom cristão vai além das fronteiras de seu quarto e de sua igreja; ele vai para o mundo defender causas que Cristo defenderia.

Ser um bom cristão é também ser um bom cidadão, um bom marido, uma boa esposa, um bom profissional e um bom líder. É ter excelência em todas as áreas. Se não fosse assim, Dr. Martin Luther King não teria defendido a causa dos negros nos Estados Unidos

Conclusão

Nessa grande debate sobre empoderamento feminino fica a questão do papel da mulher na igreja. Bem sabemos que existem grandes divergências teológicas sobre a consagração de mulheres ao pastoreio e outras questões semelhantes.

Não convém adentrarmos nesse contexto agora, mas é preciso refletir sobre os nossos atos na garantia de equidade de direitos, na certeza da não exclusão e na de que o nosso comportamento é aprovado por Jesus Cristo.

Fonte: Eis-me Aqui

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