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Expresso teológico: I Coríntios

Expresso teológico: I Coríntios
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Contexto histórico

A cidade de Corinto abrigava os principais centros comerciais cosmopolitas da época. Por lá, passavam muitos viajantes e pessoas de culturas distintas, que transformaram a cidade em um reduto liberal e devasso. Plantar uma igreja nesse lugar de escuridão era uma missão desafiadora, pois os princípios eram completamente deturpados e a cultura vigente não glorificava a Deus.

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O apóstolo Paulo, em sua segunda viagem missionária, aceita esse desafio e apresenta a mensagem da Cruz a essa povo. Pouco tempo depois, os princípios ensinados são alterados de sua verdade original e os costumes retornam ao magnetismo cultural. O intuito da carta é, em primeiro lugar, colocar “os pingos nos is” – corrigindo os erros que impediam o progresso da comunidade cristã nesse local.

Quais eram os erros da igreja de Corinto?

Podemos destacar sete problemas que afetavam a comunidade cristã de Corinto.

– Divisões

– Imoralidade e ausência de correção

-Solução de disputas em tribunas seculares, afetando a unidade da igreja

– Fornicação

– Ceia do Senhor praticada com desonra

– Desordem na prática dos dons espirituais

– Ensino herético

As questões que afetavam essa comunidade era um misto de imaturidade e resquícios de uma cultura pagã – ainda presente na mente e na moralidade de grande parte da igreja.

Além de ensinar e instruir sobre esses pontos cruciais, Paulo também responde a algumas perguntas feitas por essa comunidade em uma carta enviada a ele em outra oportunidade –  que retrata a juventude espiritual dessas pessoas e os dilemas triviais que carregavam consigo.

Capítulo 1: Unidade

“Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.” 1 Coríntios 1:10

A unidade é um dos pilares do cristianismo. Sem unidade, não é possível crescer no conhecimento e na vontade de Deus. O teólogo Hernandes Dias Lopes explica que o apóstolo Paulo trata desse tema em outras cartas como em Filipenses (1.24) e em Efésios (4.3). Para ele, a unidade espiritual da igreja precisa ser preservada com diligência e os seus principais inimigos são:

  1. Partidarismo

“Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu de Cefas, e eu, de Cristo. Acaso, Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós?” (1.13)

Uma cantor já disse que quem toma partido fica partido. Nesse caso, a igreja fica partida. Pela ausência de conhecimento e de intimidade com Cristo, a igreja de Corinto se perde em afirmações triviais no intuito de ganhar mérito entre os membros dessa comunidade – ser de Paulo poderia agregar mais honra ao indivíduo do que os que eram de Apolo, por exemplo. Nos primeiros trechos dessa carta, o apóstolo Paulo deixa claro que nisso não há honra, pois nenhum dos mestres foi crucificado em favor da redenção dos homens.

Hoje, o mesmo problema recebe nova roupagem: calvinistas e arminianos extremos perdem tempo em vãs discussões e repartem a igreja, que deveria ser uma em Jesus Cristo.

John Stott aconselha:

“No essencial, unidade; no não essencial, flexibilidade; em todas as coisas, o amor.”

Não é necessário sermos iguais em todas as coisas, pois a diversidade é uma dádiva, mas naquilo que é essencial e inegociável, precisamos ser um. No amor ao próximo, na misericórdia e na graça, precisamos ser um em Cristo.

  1. Vanglória e egoísmo

Vanglória é buscar glória para si mesmo. O indivíduo que precisa se reafirmar e se vangloriar de seus próprios feitos ainda não entendeu os pilares da espiritualidade cristã. Na carta, Paulo deixa claro que as contendas que ocorreram em Corinto eram fruto da carnalidade e de um caminhar segundo o homem.

Mesmo tendo recebido os dons do espírito, aquela comunidade não se aprofundou no amor de Deus para galgar os degraus da fé, sendo ensinados pelo próprio Deus sobre como caminhar de forma correta.

No mesmo sentido, de nada adianta presenciarmos o sobrenatural de tempos em tempos se não temos raízes. Sem solidez e fundamento, nossa casa cai e damos lugar ao egoísmo e outros pecados que nos rodeiam sem a luz de Cristo.

Retorno ao essencial

“Por meio deste evangelho vocês são salvos, desde que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão.” 1 Coríntios 15:2

Apegar significa agarrar-se, colar, fazer adquirir hábito. Paulo não poderia ter escolhido uma palavra mais adequada, pois o evangelho exige tudo de nós e só nos apegamos a ele quando compreendemos que precisamos desta redenção mais do que qualquer outra coisa.

A humildade é o primeiro passo para apegar-se. Saber e reconhecer que somos carentes e necessitados do amor e da graça de Deus nos coloca debaixo de sua mão. Por isso é tão fundamental se apegar às  suas palavras, despindo-nos de todo conceito anteriormente construído. Para fazer parte da unidade de Cristo, temos que nos descontruir para construir.

Esse é um trabalho múltiplo, que permeia nosso pensamento, nossos relacionamentos e  nossa espiritualidade. Quando guiados pelo Espírito  Santo, retornamos ao essencial. Na humildade, buscamos o interesse do outro e isso é fundamental na experiência da comunidade.

Ter interesse em proteger os interesses do outro faz parte dos alicerces da ética cristã. No mundo cada um cuida primeiro de si, pensa somente em si e tem o olhar atento apenas para os próprios interesses. Os interesses e necessidades dos outros estão fora de seu verdadeiro campo de visão.

Conclusão

A unidade é uma virtude da igreja saudável. Caminhar sobre a mesma visão, reconhecendo as minhas limitações e as limitações do outro, é privilégio de quem entendeu a mensagem da cruz e luta contra seu egocentrismo inócuo.

Ao estudar a história de Corinto nesse primeiro artigo, percebemos a importância da humildade na construção da unidade, do amor ao próximo e da necessidade de um pastoreio próximo e sincero. Paulo confronta essa comunidade, exorta e recomenda que retornem à centralidade do que foi ensinado.

Esse foi o primeiro artigo sobre a carta de Coríntios, mas nos próximos dias traremos novas aplicações práticas para os desafios que vivemos em nossa comunidade cristã.

Fique conosco, compartilhe essas lições e comente suas impressões.

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