Há 15 anos, quando Mariluci Soares Pereira Lira, hoje com 55 anos e aposentada, descobriu que o bebê que gerava possuía uma doença rara, ela se negou a fazer o aborto sugerido pelos médicos.
Há 15 anos, quando Mariluci Soares Pereira Lira, hoje com 55 anos e aposentada, descobriu que o bebê que gerava possuía uma doença rara, ela se negou a fazer o aborto sugerido pelos médicos.
“No quarto mês de gravidez eu descobri que ele ia ser especial e o médico solicitou o aborto. Ele [o médico] preparou a documentação quando saiu o resultado do exame porque eu tinha todo o direito de abortar. Se eu quisesse, ele teria feito. O exame não dizia o que era exatamente a doença, aí ele começou a falar muita coisa, mas eram apenas hipóteses. E eu falei que não aceitava”, conta Mariluci.
João Vitor nasceu e ao contrário do que os médicos disseram ele tem sobrevivido. Com temperatura corporal de 40°C, o jovem precisa viver em ambientes climatizados e, por conta disso, sua vida é limitada ao espaço do quarto onde recebe todos os cuidados de sua mãe.
João nunca produziu lágrimas, mesmo assim ele sofre e chora como a própria mãe revelou ao G1. “Eu percebo quando ele está chorando porque ele se encolhe no cantinho dele e fica quietinho, sem falar nada. Eu respeito esse momento do meu filho. E tenho certeza que já chorei muitas lágrimas por ele”, desabafa.
A doença de João gera a intolerância ao calor, mas o problema pode gerar mais de 100 formas diferentes de se manifestar além da ausência de lágrimas.
“No caso de João, ele reage bem e não se deixa abater por causa das limitações. Ele estuda mesmo sem poder ir à escola, por exemplo. Isso é muito importante”, diz a pediatra Beatriz Bermudes.
A médica explica que “João não tem glândulas sudoríparas. A mucosa é muito seca e a pele não permite que ele produza suor. E isso faz com que a temperatura corporal dele não seja regulada e fique em torno de 40ºC”.
A família de João mora no Rio Grande do Norte, mas atualmente eles estão em Curitiba (PR) onde o jovem passa por tratamentos.
Se o jovem não ficar em um ambiente climatizado ele pode ter a temperatura corporal ainda mais alta, resultando em problemas como lesões neurológicas, infecções, convulsões ou até mesmo vir a óbito.
Mariluci, porém, não mede esforços para buscar o melhor para o seu filho e afirma que não se arrependeu de ter se negado a fazer o aborto.
“Eu não me arrependo de nada. Hoje eu sou a mãe mais feliz do mundo porque eu tenho o meu filho aqui comigo. Eu fui presenteada com o João, ele é um presente de Deus na minha vida”, diz a mãe.
Fonte: Gospel Prime
Divulgação: Eismeaqui.com.br
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