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De campeão presbiteriano conservador pró-vida a herói de ativistas gays no governo Reagan

De campeão presbiteriano conservador pró-vida a herói de ativistas gays no governo Reagan
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Julio Severo

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C. Everett Koop (1916-2013) foi um médico presbiteriano devoto, ou conservador reformado (como os calvinistas escolhem se definir), que fez campanha nacionalmente nos EUA contra o aborto e a eutanásia na década de 1970. Naquela época, ele publicou seus livros “O Direito de Viver, o Direito de Morrer” e “O Que Aconteceu com a Raça Humana?” em co-autoria com o Dr. Francis A. Schaeffer.

Ele se tornou o primeiro editor do Journal of Pediatric Surgery (Revista de Cirurgia Pediátrica) quando foi fundada em 1966.Antes de se tornar uma celebridade, Koop era um cirurgião pediátrico muito bem-sucedido e respeitado no Hospital Infantil da Pensilvânia, com quase 300 artigos acadêmicos em seu nome. Ele foi pioneiro na cirurgia em recém-nascidos. Na década de 1950, ele virou manchete nacional nos EUA em cirurgias inovadoras, separando com sucesso três pares de gêmeos unidos e reconstruindo o peito de um bebê nascido com o coração fora do corpo. Ele era conhecido por seu apoio aos direitos das crianças com deficiência.

Ele foi um dos líderes mais proeminentes e respeitados do movimento cristão pró-vida.

Portanto, não é de admirar que, assim que Ronald Reagan (1911-2004) se tornou presidente dos Estados Unidos em 1981, ele nomeou Koop como ministro da Saúde para trazer suas fortes convicções pró-vida ao governo conservador e também para trazer a influência de Schaeffer.

O fato de Reagan ter nomeado um famoso cirurgião evangélico pró-vida como a mais alta autoridade médica nos Estados Unidos é uma prova de seu compromisso com os evangélicos conservadores e seus valores pró-vida. Aliás, o próprio Reagan foi o primeiro presidente a escrever um livro pró-vida, “O Aborto e a Consciência da Nação,” publicado por Thomas Nelson Publishers, uma importante editora calvinista.

O Dr. C. Everett Koop é amplamente considerado o ministro da Saúde mais influente da história americana e desempenhou um papel crucial na mudança de atitudes do público em relação ao fumo.

Ele serviu como ministro da Saúde de 1982 a 1989, sob os presidentes Ronald Reagan e George H.W. Bush.

Embora presbiterianos ou calvinistas sejam conhecidos como tolerantes ao fumo, como um ex-fumante de cachimbo o presbiteriano Koop realizou uma cruzada para acabar com o fumo nos Estados Unidos. Ele disse que os cigarros são tão viciantes quanto a heroína e a cocaína.

“Fumar mata 300.000 americanos por ano,” disse ele em uma palestra. “Os fumantes têm 10 vezes mais probabilidade de desenvolver câncer de pulmão do que os não fumantes, duas vezes mais probabilidade de desenvolver doenças cardíacas. Fumar um maço por dia tira seis anos da vida de uma pessoa.”

Quando Koop assumiu o cargo, 33% dos americanos fumavam; quando ele saiu, o percentual caiu para 26. Em 1987, 40 estados restringiam o fumo em locais públicos, 33 o proibiam em transportes públicos e 17 o proibiam em escritórios e outros locais de trabalho. Mais de 800 leis locais antifumo foram aprovadas e o governo Reagan restringiu o fumo em 6.800 prédios federais. As campanhas anti-tabagismo de organizações privadas como a Associação Pulmonar Americana e a Associação Coronária Americana haviam se acelerado.

Ao enfrentar o lobby do tabaco, ele também estava enfrentando políticos poderosos dos estados produtores de tabaco. Depois que ele acusou a indústria do tabaco de direcionar publicidade para crianças e ameaçar vidas humanas, o governador socialista Jim Hunt, da Carolina do Norte, democrata, pediu o impeachment dele.

Em 1996, ele repreendeu o pré-candidato presidencial republicano Bob Dole por sugerir que o tabaco não era invariavelmente viciante, dizendo que os comentários de Dole “expuseram sua falta de conhecimento abismal do vício em nicotina ou seu apoio cego à indústria do tabaco.”

Hoje, os conservadores entendem a necessidade de leis anti-tabagismo. O presidente Donald Trump também restringiu o fumo em 2019.

Embora Koop estivesse certo sobre o fumo, a forte pressão sobre ele, principalmente proveniente de poderosas organizações pró-aborto e jornalistas, custou caro demais.

O presidente Ronald Reagan pediu a Koop que escrevesse um relatório sobre o impacto do aborto na saúde física, emocional e psicológica das mulheres.

Essa foi uma grande chance de Koop colocar em ação suas famosas convicções, mas ele recusou a oportunidade histórica. Ele enviou uma carta de resposta a Reagan afirmando que não havia pesquisas suficientes para escrever um relatório. Ativistas pró-aborto comemoraram sua resposta como uma vitória surpreendente. Líderes pró-vida irados mal podiam acreditar que esse era o mesmo homem que dez anos antes comparara o aborto ao genocídio nazista no filme e no livro “O Que Aconteceu com a Raça Humana?”

Agora, os conservadores faziam a pergunta: “O que foi que aconteceu com o presbiteriano conservador pró-vida C. Everett Koop?”

Koop viajou pelos EUA em 1979 e 1980, fazendo discursos que previam uma progressão “do aborto liberalizado ao infanticídio, à eutanásia passiva e à eutanásia ativa, de fato até o início do clima político que levou a Auschwitz, Dachau e Belsen.”

Koop representava as melhores esperanças do movimento pró-vida no governo conservador de Reagan. Por causa de suas altas credenciais pró-vida, provavelmente qualquer presidente conservador teria nomeado esse campeão pró-vida para qualquer cargo no governo.

Reagan deu a ele uma chance de ouro de implementar seus princípios pró-vida. Mas o que Reagan descobriu é que o poderoso líder pró-vida que ele viu com Francis Schaeffer perdeu seu conteúdo pró-vida quando foi nomeado para um cargo de alto nível no governo dos EUA.

Pelo menos, Koop poderia ter aplicado à questão do aborto os mesmos princípios que ele corretamente aplicou à questão do fumo. Mas ele nunca fez isso. Ele foi derrotado pelas pressões esquerdistas que estavam sobre ele.

Como muitos presbiterianos Koop mantinha sua oposição pessoal ao aborto como um assunto privado. Depois de deixar o cargo, ele disse aos estudantes de medicina que o aborto violava seu juramento hipocrático.

Koop também chocou a esquerda e a direita (especialmente a direita) na década de 1980 exatamente quando a epidemia da AIDS começou apresentando o HIV e a AIDS não como questões morais, mas como questões de saúde. Ele chocou a esquerda porque os esquerdistas não esperavam que ele apoiasse a homossexualidade, e ele chocou a direita porque os direitistas esperavam que ele se opusesse à homossexualidade.

Ativistas gays usam a questão da AIDS há décadas como uma ferramenta para obter milhões de dólares de impostos para financiar seus movimentos e agenda, e sua vitória foi graças a Koop.

Koop também manobrou e contornou os autoridades não-cooperativas do governo Reagan em 1988 para enviar um panfleto pró-sodomia contra a AIDS a mais de 100 milhões de famílias dos EUA, a maior campanha de “saúde pública” já feita pelo correio. Ele promoveu preservativos, sodomia “protegida” e educação sexual para crianças para “impedir” a propagação da AIDS. Na verdade, sua campanha aumentou a atividade e o ativismo homossexual.

Então, no meio de um acalorado debate nacional sobre a melhor forma de interromper a propagação da AIDS, Koop bloqueou os planos do governo Reagan para realizar testes extensivos. Recebendo aplausos de organizações gays, Koop disse que a divulgação dos resultados dos testes poderia arruinar a carreira dos indivíduos testados.

Os discursos de Koop fizeram dele um herói para organizações gays e esquerdistas dos EUA, inclusive jornalistas. Ativistas gays cantavam “Koop, Koop” quando ele aparecia e vaiavam outras autoridades do governo Reagan.

Os conservadores cristãos ficaram furiosos, dizendo que Koop estava promovendo a agenda gay, enquanto ele continuava promovendo preservativos, sodomia “protegida” e educação sexual para crianças em idade escolar.

A cobertura da mídia era geralmente bastante positiva, com jornalistas defendendo Koop e atacando seus críticos cristãos. Ele se tornou amado por jornalistas.

Koop pessoalmente se opunha à homossexualidade e acreditava que o sexo deveria ser guardado para o casamento. Contudo, ele nunca deixou seus princípios conservadores guiá-lo no governo Reagan, apesar de ter sido nomeado exclusivamente por suas fortes posições pró-vida. Ele manteve suas convicções conservadoras um assunto particular. O conservador explícito da década de 1970 desapareceu em sua vida privada e nunca apareceu na vida pública do governo Reagan.

Pelo menos, Koop poderia ter aplicado às questões da AIDS e homossexualismo os mesmos princípios que ele aplicou corretamente à questão do fumo. Mas ele nunca fez isso. Ele foi derrotado pelas pressões esquerdistas que estavam sobre ele.

Portanto, a maior vitória de todos os tempos para o movimento homossexual, concedendo-lhe o privilégio de usar a questão da AIDS como uma máquina de propaganda para enriquecer organizações gays, não veio de um líder esquerdista em um governo esquerdista. Veio de um presbiteriano pró-vida conservador e devoto no governo conservador de Reagan. Veio de um líder pró-vida que havia sido supervisionado diretamente por Francis Schaeffer (1912-1984), o famoso teólogo presbiteriano.

Koop em um cargo governamental também é uma lição para ativistas pró-vida e cristãos. Há pessoas lutando por valores pró-vida e cristãos apenas por oportunismo. Você não pode ver o coração deles, mas se receberem um cargo governamental, eles não terão nenhum problema em deixar que o coração deles demonstre sua verdadeira motivação.

A enorme propaganda pró-vida de Koop, em livros e filmes, na década de 1970, trouxe-lhe uma fama enorme, especialmente porque ele estava com Schaeffer. Essa propaganda foi fundamental para Reagan indicá-lo. No entanto, Koop decepcionou Reagan e os cristãos conservadores nas questões do aborto e homossexualismo.

O caso Koop foi uma tragédia moral no governo Reagan e no movimento pró-vida. Ele poderia ter usado seus princípios — que ele usou com sucesso contra o fumo — contra o aborto, a AIDS e a homossexualidade, mas ele nunca fez isso.

Se fumar é prejudicial, o que é aborto? O que é sodomia? O que é a AIDS? Na verdade, não fazia sentido condenar o fumo e isentar o aborto e a sodomia.

Koop foi nomeado por Reagan para mostrar suas posições conservadoras, mas optou por escondê-las, por medo de jornalistas esquerdistas e homossexualistas.

Por causa de Koop, o governo republicano mais conservador da história moderna dos EUA desagradou aos conservadores e agradou aos esquerdistas no que se refere ao aborto, à AIDS e à homossexualidade. Não é o que você espera quando um governo conservador nomeia um campeão evangélico conservador pró-vida, mas é o que você ganha quando as convicções do campeão conservador são fortemente testadas com poder excessivo em um cargo governamental.

Com informações de The Daily Beast, Associated Press, ABC News, CNN, New York Times, Reuters e Banner of Truth.

Fonte: www.juliosevero.com

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