Música Teologia

Quais as diferenças entre a música gospel e os hinos interdenominacionais? David Cloud

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Por David Cloud

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PERGUNTA:
“Qual é a diferença de usar canções que todas as denominações usaram no passado (“Tal Qual Estou”, “Maravilhosa Graça”, etc) e o uso de músicas que todo mundo usa, de todos os níveis, no presente, se eles seguem os princípios bíblicos e não promovem um artista em particular, cujo estilo de vida não apoiamos?

RESPOSTA:
Para comparar o uso de músicas gospel com hinos do passado, que apresentam uma sã teologia, mas foram escritas por pessoas de denominações não Batistas, é comparar maçãs com laranjas. Eu ofereço quatro razões pelas quais é impróprio comparar os dois.

Primeiro, a diferença entre usar uma canção de alguém do passado, como Fanny Crosby (“Exultação”, Metodista) ou James Gray (“Apenas um pecador salvo pela Graça”, evangélico Episcopal Reformada) ou Martinho Lutero (“Castelo Forte”, Luterano), em oposição aos artistas gospel de hoje é que todo o ambiente da música gospel representa uma filosofia que é voltada para a criação de uma igreja mundial. Música gospel representa a filosofia ecumênica de não julgar. É uma das principais coisas que estão trazendo todas as igrejas para a união – não bíblica. Tenho documentado isto amplamente nos meus livros, e eu não vejo como não pode ser contestado. Além disso, música gospel poderia ser chamada de Adoração Contemporânea Pentecostal, porque ela representa a esmagadora maioria da doutrina pentecostal e sua perspectiva. Ela promove a posição pentecostal de culto experimental/emocional em vez de adorar a fé centrada na Palavra de Deus.
Para uma igreja batista independente ou fundamentalista Bíblica usar biblicamente hinos sadios da fé do passado não irá destruir os princípios da igreja e o seu caráter, não vai alterá-la de uma igreja separatista para um não-separatista, mas usando música gospel vai certamente fazer isso. Está acontecendo em todos os lugares, e muitos homens de Deus têm observado isso. Considere as seguintes quatro avisos:

“Quando o padrão de música é abaixado, então o padrão de vestimenta também é abaixado. Quando o padrão de vestimenta é abaixado, então o padrão de conduta também é abaixado. Quando o padrão de conduta é abaixado, então o senso de valor na verdade de Deus é abaixado “(Evangelista Gordon Sears, songfest newsletter, Abril de 2001).

“Se uma igreja começa a usar música gospel acabará por perder todos os outros padrões” (Dr. Frank Garlock, Bob Jones University, 12 de março, 2001).

“Talvez nada mais precipite para o Novo Evangelicalismo do que a introdução da música gospel. Isto conduz inevitavelmente para uma descida gradual em outras áreas até que a igreja inteira é infiltrada por idéias e programas fora da posição original da igreja “(Dr. Ernest Pickering, A Tragédia do compromisso: a Origem e Impacto do Novo Evangelicalismo , Bob Jones University Press, 1994).

“Bons batistas fundamentalistas e outros que recusam os ensinos da multidão pentecostal sobre línguas, sinais, milagres, e assim por diante, estão cantando suas músicas em nossas igrejas e preparando o nosso povo para o mundo, a carne e o diabo. É o novo mover do cavalo de Tróia… para privar das nossas igrejas a verdade espiritual” (Victor Sears, Baptist Bible Tribune, 1981).

A razão para isto é que a música gospel não é só música, é uma filosofia de cristianismo que se opõe ao que as igrejas fundamentalistas bíblicas representam. Ela se opõe a uma postura doutrinária firme, se opõe à estrita separação do mundo, se opõe à separação eclesiástica. Eu nunca ouvi falar de um membro de uma igreja Batista Independente se tornar um luterano por causa de cantar “Castelo Forte é Nosso Deus” ou se tornar um Metodista, cantando hinos de Fanny Crosby, mas sei de muitos que passaram para o caminho da filosofia contemporânea ao ouvir música gospel.

Os escritores dos hinos antigos, embora não fossem todos Batistas na teologia, não representam um movimento que se opõe ao biblicismo tradicional, o cristianismo separatista, enquanto a multidão gospel, definitivamente sim! Antes da investida do movimento ecumênico, os protestantes ainda protestavam contra o erro. Eles ainda consideravam Roma uma prostituta religiosa. Todos essas coisas tem sido rejeitadas pelo movimento gospel.

Dan Lucarini, autor de “Por que eu deixei o Movimento de Música Cristã Contemporânea: Confissões de um ex-líder do culto” (que eu recomendo), diz:

“Ninguém deve negar o poder da música para fazer proselitismo! Pastores em particular, devem defender os seus rebanhos de falsos ensinos, heresias e “dos que tem comichão nos ouvidos” que trazem sensualidade mundana para a congregação; você está certo ao apontar a facilidade com que isto entra em uma igreja através da música de adoração. Parece mais sensato desistir do uso ao que parece ser uma música perfeitamente boa, em vez de dar qualquer alusão de honra e de apoio ao compositor e sua missão” (e-mail de 24 de maio de 2009).

Outra diferença entre os hinos de um hinário Batista padrão e as canções provenientes do meio gospel é que as canções gospel estão cheias de heresias. Você tem que examinar muitas até encontrar aquelas que não estão contaminadas com o erro. Antes da explosão do modernismo e da apostasia do fim dos tempos, todas as denominações protestantes e Batistas compartilhavam os “fundamentos” da fé.

Eu diria assim: do lado do hinário (particularmente os hinários mais tradicionais usados pelos Batistas) há um punhado de canções que são questionáveis; no lado da música gospel há uma imensidão de músicas que são questionáveis! Tenho documentado isso no meu livro “Contemporary Christian Music under the Spotlight”. Uma das músicas gospel mencionada pelo pastor que fez esta pergunta é “Majestade”. Esta canção é do pastor pentecostal da Igreja do Evangelho Quadrangular Jack Hayford, que prega uma falsa teologia do Reino agora. Isso é típico.

Comentários de Dan Lucarini:

“Um hinário é muito diferente do que a ‘música gospel do mês’. Temos a vantagem de contar com a sabedoria de homens piedosos que muito cuidadosamente montaram o hinário. Nenhum hinário é perfeito, é claro, mas sabemos que podemos confiar na maioria das seleções para apoiar a nossa doutrina, sem a necessidade de analisar cada música e compositor. O pastor que afirma hoje que vai examinar rigorosamente todas as músicas gospel antes de permitir seu uso assume um fardo terrível que irá prejudicar o seu tempo para preparar mensagens, discipulado, e fazer o trabalho de um evangelista. Eu acho que o pastor assim quer dar a entender que quer fazer bem o serviço, mas ele é um tolo em acreditar que pode controlar a música gospel. Não, sinceramente falando, ele vai delegar isso a um líder de adoração que é mal qualificado para defender a fé e o rebanho. Esta é a confissão de um ex-líder de louvor” (e-mail de 24 de maio de 2009).

Outra diferença entre os hinos de um hinário Batista padrão e as canções provenientes do meio gospel é que a música gospel é orientada pela experiência. Ela é projetada para criar uma experiência emocional.

A missão da Integrity Music e Integrity Worship Ministries é “ajudar as pessoas em todo o mundo a EXPERIMENTAREM A PRESENÇA MANIFESTA DE DEUS” (integritymusic.com). Graham Kendrick, um dos maiores nomes da música gospel, diz: “A velha maneira de pregar e cantar começou a dar lugar a uma expectativa de que … Deus nos visitaria, e de nós EXPERIMENTARMOS A SUA PRESENÇA EM UMA FORMA TANGÍVEL” (entrevista em 11 junho de 2002 com Chris Davidson da Integrity Music). Secret Place Ministries exemplifica a filosofia gospel, em que há “uma ânsia para um encontro com a presença de Deus” e da sua música de adoração é dito que “leva à presença de Deus” (SecretPlaceMinistries.org).

É importante entender que a música gospel é toda baseada em sentimentos, e é por isso que as batidas pesadas são tão marcantes. Esse contratempo é fisicamente sensual e estimulante. Steven Tyler do Aerosmith testemunhou que a música rock “é a mais forte droga no mundo” (Rock Beat, Spring 1987, p. 23).

A música gospel é orientada para a experiência porque também ela tende a ser caracterizada pela repetitividade. Ela tem sido chamada música 7/11 (7 palavras cantadas 11 vezes). Isso cria um efeito hipnótico, especialmente quando acompanhada por uma batida forte.

Outra diferença entre os hinos de um hinário Batista padrão e as canções gospel é que as canções gospel são doutrinariamente vagas. Esta é uma razão pela qual são tão amplamente atraentes e ecumenicamente de sucesso. Por exemplo, uma das canções mencionadas na sua pergunta é “Holy Ground”. Foi escrito por Geron Davis, um pentecostal unicista que nega a Trindade e batiza só em nome de Jesus. Se considerarmos as letras, as razões da sua larga apelação (como o nº 2 em vendas da melhor canção de louvor contemporâneo) torna-se óbvia.

“Enquanto eu caminhava através da porta / Eu senti sua presença / E eu sabia que este era o lugar / Onde o amor abunda / Pois este é o templo / Jeová Deus está aqui / E nós estamos diante de Sua presença, / no Solo Sagrado. / Estamos pisando em solo sagrado / E eu sei que há anjos ao redor / Louvemos Jesus agora / Estamos em Sua presença em solo sagrado / Em Sua presença há alegria sem medida / A seus pés, a paz de espírito pode ainda ser encontrada / Se você tem uma necessidade, eu sei que Ele tem a resposta / Estenda a mão e clame / Por que você está pisando em solo sagrado”.

À luz de uma mensagem extremamente vaga, não é de estranhar que essa música é muito popular entre ecumênicas igrejas protestantes, teologicamente modernistas, e católicos. Na verdade, ela é popular entre os adeptos da Nova Era. Barbra Streisand, que não é cristã, incluiu a canção em 1997 seu no álbum New Age “Higher Ground”. Ela diz que ouviu pela primeira vez “Higher Ground” no enterro de mãe de Clinton em 1994 e que era “um momento eletrizante”. Streisand aplicou a letra na sua filosofia New Age, de que “Deus está em toda parte” e que “cada centímetro quadrado deste planeta é terra santa.” Quando perguntado como se sentia sobre Streisand ser eletrificada pela “Holy Ground”, Davis respondeu: “A presença de Deus tem o mesmo efeito em todos. Não importa quão poderoso, rico, o quão sábio você é. Quando você vem à presença de Deus, amigo, estamos todos no mesmo solo” (Phil Christensen,” Solo Sagrado por Geron Davis, “http://www.ccli.com/worshipresources/SongStories.cfm?itemID=6). Sua grave falta de discernimento espiritual é evidente pois ele não mencionou nada sobre a necessidade de nascer de novo para ter um relacionamento pessoal com Deus, e não advertiu que o Diabo se parece com anjo de luz (2 Coríntios 11).

Isso ilustra como a música gospel que está em QUALQUER LUGAR e que é um forte alerta para aqueles que acreditam no que a Bíblia diz sobre a apostasia do fim dos tempos (por exemplo, 2 Timóteo 4:3-4)!

E a indefinição doutrinária não se limita a algumas canções gospel. É uma das marcas deste gênero. Há exceções, é claro, mas indefinição tende a ser a regra.

Desse modo, instamos as igrejas a tomar cuidado mesmo com os hinos mais antigos. Nós nunca dissemos que, se um hino for antigo é bom. Devemos analisar nossos hinos doutrinariamente para se certificar que são bíblicos no conteúdo lírico. Em minha opinião, existem hinos no hinário padrão usado pelas igrejas batistas independentes que não deveriam ser utilizados.

Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira
Fonte: Way of Life

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