Estudos Bíblicos

Podemos escolher morrer com dignidade?

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A não ser que as condições de Brittany melhorassem temporariamente, ela decidiu que sua morte seria no sábado, 1 de novembro de 2014, o que acabou ocorrendo. Maynard escreveu em seu último post no Facebook: “Adeus a todos os meus queridos amigos e família que eu amo. Hoje é o dia que eu escolhi para passar com dignidade em face da minha doença terminal”..

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sofrimento, dor e morte conhecem mil maneiras de chegar inesperadamente em nossa vida. No fim do ano passado, todos ficamos conhecendo a história de Brittany Maynard – A sua história é de cortar nossos corações de muitas formas.

Pouco depois de seu casamento, Brittany, de 29 anos de idade, descobriu que tinha um câncer terminal no cérebro. Os médicos foram honestos e diretos ao dar a ela o prognóstico de que ela teria cerca de seis meses de vida, e que seus últimos dias envolveriam grande sofrimento.

No Oregon a lei permite que uma pessoa diagnosticada com doença terminal possa escolher o que é chamado “morte com dignidade” – O que não acontecia na Califórnia – então Brittany e o marido se mudaram para o Oregon para que ela pudesse tirar sua própria vida legalmente.

Com a visão de vida da cultura atual, a maioria da imprensa e também do público, passou a elogiar a sua atitude como uma “escolha corajosa e nobre” ao se decidir pela eutanásia. Não é simplesmente suicídio, mas uma escolha de “morrer com dignidade” – é o que todos diziam.

A não ser que as condições de Brittany melhorassem temporariamente, ela decidiu que sua morte seria no sábado, 1 de novembro de 2014, o que acabou ocorrendo. Maynard escreveu em seu último post no Facebook: “Adeus a todos os meus queridos amigos e família que eu amo. Hoje é o dia que eu escolhi para passar com dignidade em face da minha doença terminal”

Isso me faz lembrar de outra história. Em 26 de setembro de 2014, Ethan Hallmark de 13 anos de idade, morando em Midlothian, Texas – sucumbiu a uma forma agressiva de câncer conhecido como neuroblastoma.

De alguma forma, no meio de seu próprio sofrimento e morte eminente, Ethan encontrou alegria e esperança na vida. A mãe de Ethan, Rachel, escreveu em um post recente que seu filho “sabia que o sofrimento era tanto uma parte da vida como a saúde e felicidade que a acompanha era”.

“O sofrimento existe em todo este mundo, e em formas muito piores do que o câncer” – escreveu Rachel – “tomar um comprimido para ter uma morte precoce não é a solução se você está enfrentando o câncer, a pobreza, a guerra, o abuso, ou quaisquer outras formas de sofrimento que parece interminável. Ethan conseguiu enxergar e aceitar que a vida nem sempre é fácil, e que às vezes temos que enfrentar gigantes que nós preferíamos não ter que enfrentar”.

Em um artigo na CNN.com, Brittany Mainard escreveu: “Minha pergunta é: Quem pensa que tem o direito de me dizer que eu não mereço esta escolha? Que eu tenho que sofrer por semanas ou meses uma grande dor física e emocional?”

Em um artigo na People, Brittany diz que agora é mais fácil suportar a dor agora que ela sabe que está no controle.

A perspectiva de Ethan Hallmark de 13 anos era totalmente diferente da de Brittany. Ele diz: “É óbvio que eu quero vencer esta doença, mas eu não ficarei tão triste assim se eu não puder. É claro que eu não quero morrer com 13 anos de idade. Quem quer? Mas não é realmente meu plano que está agindo aqui… mesmo que meu câncer tenha trazido um monte de coisas ruins, ele tem trazido um monte de coisas boas também. Eu conheci amigos que eu nunca teria conhecido de outra forma. Eu cresci e amadureci nesses 13 anos perto de Deus, que minha família me ensinou a conhecer e amar.”

É engraçado – se é que eu posso usar esta palavra num post como esse – que apesar da história de Ethan e sua perspectiva sobre o sofrimento e a morte (acontecendo ao mesmo tempo ) não captou de forma alguma a atenção dos meios de comunicação e mídias tradicionais como a decisão de Brittany que atingiu a mídia mundial – a vida de Ethan e sua morte transformou uma comunidade no Texas e muitos muito além dele.

Em maio de 2014, “I Am Second” – ao ver a coragem e fé de Ethan em face do seu grande sofrimento e dificuldade, começou a documentar sua história para ser lançado num documentário chamado “Many are the Wonders – The Second Story de Ethan Halmark.” – Você pode ver um trailer aqui, ou todo o documentário aqui.

Brittany e Ethan representam as duas formas, as duas únicas maneiras, que todos nós teremos que abordar o sofrimento e a morte – em nossas vidas e na das pessoas que amamos. Podemos querer e desejar o controle sobre isso. Podemos desejar encurtar nosso sofrimento desejando tomar e tentando tomar a nossa morte em nossas próprias mãos, ou podemos confiar a nossa vida, sofrimento e morte nas mãos de um Deus fiel e Criador.

Todos nós temos que enfrentar a inevitabilidade do sofrimento e morte. Há um sentido final em que a morte é um chamado, uma vocação de Deus, que nos convoca, um por vez, a enfrentar. Deus chama cada pessoa a morte. Ele é soberano sobre toda a vida, incluindo a experiência final da vida. E quando Deus nos fala da morte, Ele jamais enfatiza o “onde” ou o “quando” vamos morrer, mas o “como”.

A Bíblia diz que o salário do pecado é a morte. Nós somos pecadores… e apesar de no início, Satanás ter incitado o pecado e nós sermos o agente do pecado e através dele a morte ter entrado em nosso mundo – Romanos 5.12 – foi Deus, como Juiz, que trouxe a sentença de morte sobre a raça humana.

A morte não fazia parte do paraíso, como Deus o criou. E a morte não fará parte da Nova Terra, como Deus trará na ressurreição. Nesse sentido, a morte se opõe a bondade suprema que Deus planejou para esta criação. Ela é um inimigo. Mas o diabo é totalmente destituído de seu poder de condenação (pelo pecado) por causa da morte do Filho de Deus. Seu Filho “assumiu a natureza humana, para que, por Sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo” – Hb 2.14

O horror da morte é a resposta designada por Deus para o horror do pecado. A morte, por desígnio de Deus, é o espelho físico do horror espiritual, e do horror infinito do pecado e da indignação moral da rebelião humana contra Deus.

Assim, Deus nos diz que em resposta ao pecado, “a criação ficou sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança…” – Rm 8:20. Só Deus poderia fazer isso. Nem Adão, nem Satanás agiu com vista a esperança de algo por vir. Esta foi a obra de Deus. Deus designou a morte para a raça humana. O fez com vista a derrota e remoção final da morte de forma que Sua glória seja exposta de maneira infinita em Seu Filho. Mas foi Ele quem determinou isso.

Sendo a expressão do Juízo de Deus, a morte tem seu aspecto terrível, mas para aqueles que estão em Cristo, suas presas foram removidas.

A morte foi tragada pela vitória.
Ó morte, onde está tua vitória?
Ó morte, onde está o teu aguilhão? – 1 Co 15: 54-55

A resposta maravilhosa do Evangelho é: “O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas, graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo ” – 1 Co 15: 56-57. Em outras palavras, Cristo suportou a maldição da lei de Deus por nós – Gl 3:13. Portanto, ela não pode nos condenar por nossos pecados – Cl 2: 14-15. Eles estão cobertos. O aguilhão – as presas – foram removidas.

Portanto, em Cristo, vamos morrer fisicamente, mas não espiritualmente. Nossas almas vão para casa – 2 Co 5: 8; elas vão estar “com Cristo” – Fil 1:23. Então, na sua vinda à terra, os nossos corpos serão ressuscitados e glorificados 1 Tes 4: 15-16 ).

Então, quando a Escritura fala da morte, o foco está sobre o estado espiritual da pessoa no momento de sua morte. Aqui o “como” da morte é reduzido a apenas duas opções ( Não em tentar tomar o controle da morte em nossas mãos ) – Mas, nós vamos morrer na fé, ou morreremos em nossos pecados. O que nos coloca diante do Evangelho que nos oferece a única esperança que podemos ter quando nossos olhos se fecham na morte.

Essa é a única dignidade que o homem pode ter na indignidade da morte – a dignidade que aquele que tem nossas vidas em Suas mãos pode nos conceder por graça em Seu Filho amado. Na sua primeira vinda, Cristo pagou a infinita penalidade que o pecado merece – Col 2.14 – E finalmente em sua segunda vinda, todos os efeitos terríveis do pecado serão finalmente removidos: “O último inimigo a ser destruído é a morte!” – 1 Co 15.26 – Ela não existirá mais.

Mas até chegarmos a este momento, a maneira de dispor da morte e da vida pertence somente a Deus. Ele nos trouxe a vida e Ele nos tira dela. Ele tem direitos exclusivos sobre a vida e a morte: “Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum deus há além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro, e ninguém há que escape da minha mão.” – Dt 32:39 – A única resposta reverente e digna diante da morte – é a que Jó deu diante da morte de seus dez filhos – em meio a dor inimaginável ele diz: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor.” – Jó 1:21 – Isso é escolher a dignidade!

A vida não pertence a nós, não a criamos e não terminamos com ela. Temos direção e ajuda clara sobre isso. A quem ela pertence? Nossa vida, nosso corpo… “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” – 1 Co 6:19-20 – Em todas as situações Deus deve ser glorificado em nosso corpo. O texto está falando sobre pureza sexual… mas a aplicação é que nosso corpo em tudo deve glorificar a Deus, pois para isto ele foi criado… não somos nossos. Nossa vida e morte pertencem a Cristo. Primeiro como o Criador – ( todos os homens ) – e nos redimidos como Redentor. Nossos corpos existem para Sua vontade e expressão de sua glória.

O homem só pode desfrutar a paz, consolo e crescimento na dor, como Ethan de apenas 13 anos desfrutou e desfrutará para sempre, se entender que “nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor. Porque foi para isto que morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos.” – Rm 14:7-9

Nossa vida e nossa morte pertencem a Deus. Ele dá e Ele tira. E se estamos em Cristo, como Ethan, Ele diz: Você é meu porque eu te criei, e você é meu porque te comprei com meu sangue. Ninguém pode viver ou morrer em seus próprios termos.

O fato de o sofrimento quase inevitavelmente aumentar com a aproximação da morte é muitas vezes visto com uma perspectiva aterrorizante. Mas Paulo nos fala de como esse sofrimento pode não só ser suportável, mas significativo: “…mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” – 2 Co 4:16-18

O ponto aqui é que os nossos sofrimentos ( mesmo os finais ) não são sem sentido. Eles estão “preparando para nós um peso eterno de glória” – 2 Co 4:17. “Preparando” – trabalhando, efetuando… Eles não são torturas sem sentido. Ethan descobriu esta realidade, e ao descobri-la, experimentou a única morte com dignidade possível. Jamais esqueça a verdade que faz TUDO valer a pena: “…as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” – Rm 8:18

Assim, não importa como seja, nossa morte irá glorificar a Deus. Jesus disse para Pedro essa verdade que é estendida por graça a todos nós: “E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus.” – João 21:19 – Logo saberemos com que morte glorificaremos a Deus… e em Cristo teremos todo consolo e graça necessário. Isso é morrer com dignidade.

Fonte: Josemar Bessa

Divulgação: Eis Me Aqui

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