Estudos Bíblicos

Gênesis 23.1-2 – Vivendo de forma a deixar saudades

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Eu não gostaria de morrer antes de minha esposa. Também não gostaria de morrer depois. Ao mesmo tempo seria bastante doloroso para os filhos. Deus já tem a questão resolvida.

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Henrique Araujo

Eu não gostaria de morrer antes de minha esposa. Também não gostaria de morrer depois. Ao mesmo tempo seria bastante doloroso para os filhos. Deus já tem a questão resolvida.

Boa convivência deixa saudades. Boa convivência não é uma convivência sem tensões ou discordâncias. Boa convivência é saber conviver nos bons e maus momentos, nas concordâncias e discordâncias respeitando os limites mútuos da família. Assim foram Sara, Abraaão e Isaque.

 Costumamos idealizar e, consequentemente, desumanizar personagens bíblicas que fizeram a diferença. Quando parece que, justamente por serem os mais humanos, mas submeteram sua humanidade ao senhorio de Deus, que mais fizeram a diferença. Este é o caso da família de Abraão.

 Sara, ao morrer com 127 anos, deixou muitas saudades em Abraão. A diferença de idade era de 10 anos (Gn 17.17), portanto, Abraão tinha 137 anos quando Sara morreu e ainda viveu 38 anos após Sara morrer (Gn 25.7). Há uma tradição do livro dos Jubileus, que Abraão casou com Sara quando tinha 49 anos. Se assim for, conviveram juntos 88 anos. Nestes tantos anos de casado passaram por muitas coisas juntos. Em sua trajetória de vida, há, ao menos, seis motivos pelos quais Sara e Abraão tinham boas saudades quando lembravam de sua história de vida familiar.

 Viver de forma a deixar saudades é viver a vida independente do lugar em que se está. Abraão e Sara se mudaram, pelo menos, 14 vezes (Ur para Harã, 11.31, para Canaã, Gn 12.5, Siquém, 12.7, Montanha, 12.8, Sul, 12.9, Egito, 12.10, Sul, 13.1, Betel, 13.3, Manre, 13.18, Cades e Sur, 20.1, Gerar, 20.1, Berseba, 21.31, Quiriate-Arba (Hebrom), 23.1). O lugar que Abraão mais se demora é em Manre, onde vive, pelo menos, 15 anos com Sara (Gn 16.3, 17.24).

 Viver de forma a deixar saudades é aceitar o outro apesar de seus defeitos e falhas. Não é o que os outros fazem com você que determina quem você é, mas sim o que você faz com o que os outros fazem com você (Sartre). Suponhamos as memórias de Abraão com Sara. Ela lembra que no Egito ele a orienta a dizer que é sua irmã, situação, no mínimo, estranha (Gn 12.13). Em Betel, ele cresce fica rico (Gn 13.2) e Ló o abandona com olhar altivo, indo para a “furada” de Sodoma (Gn 13.10).

Viver de forma a deixar saudades é ter uma vida marcada por experiências com Deus. Manre é sua parada mais demorada. De lá ele vai socorrer Ló, que deveria ter saído de Sodoma ali, mas não o faz (Gn 14). Lá, Deus dá uma visão, um sonho e um pacto a Abraão (Gn 15).

Viver de forma a deixar saudades é aprender a esperar a resposta certa de Deus. Também é em Manre que Sara tem uma ideia tão estranha quanto Abraão no Egito e lhe dá Agar, que gera Ismael e uma série de problemas ao octagenário Abraão (Gn 16; 86 anos em 16.16). Em Manre, Deus confirma, aos 99 anos a Abraão, que ele terá um filho por Sara (Gn 17).

 Viver de forma a deixar saudades é aprender a conviver com perdas. Neste mundo, ganha quem sabe perder. Em Manre é onde Deus aparece novamente através de três varões (Gn 18) e anuncia a destruição de Sodoma e Gomorra. Abraão intercede na esperança de que Ló tenha, ao menos, influenciado mais 6 pessoas além de sua família (Gn 18.32). Ló não o fizera, e nem mesmo influenciara positivamente sua família, que termina em uma caverna (Gn 19.30). Abraão deixa suas memórias em Manre e segue adiante.

Viver de forma a deixar saudades é ter certeza de que se a promessa é de Deus, no tempo certo ela irá se cumprir. Abraão vai para Gerar. Ali, novamente apresenta Sara como sua irmã (Gn 20.1). Abimeleque o repreende (Gn 20). Isaque, o filho da promessa, nasce (Gn 21.1-13) e o filho da servidão vai embora (Gn 21.14-21). Abraão se muda para Berseba (Gn 21.31).

Enquanto em Berseba, Deus o manda a Moriá para sacrificar Isaque (Gn 22). Em Berseba Abraão recebe notícias do nascimento de seus sobrinhos (Gn 22.20-24). Vai um pouco mais além, em Quiriate-Arba e lá Sara morre (Gn 23.1-2). Que lições podem se tirar disso?

Que lições podemos tirar das saudades que Abraão tinha quando lembrava de sua jornada com Sara?

 Primeiramente, a vida familiar é composta de experiências algumas das quais achamos graça na hora e outras nas quais só conseguiremos ver a graça de Deus depois.

 Segundo, as experiências com Deus são fundamentais para termos do que ter saudades. As experiências com Deus eram constantes na família de Abraão.

Terceiro: uma jornada da qual se tem saudades não significa isenção de erros.

Quarto: casamento não é dado pronto, é construção em tempo real, que precisa de conservação, manutenção e abertura para mudanças. Nem sempre a casa é a dos sonhos, mas moramos lá. Quando fazemos obras no banheiro, sempre o orçamento é maior e aparece algo inesperado. No meio da obra podemos ter uma ideia nova e melhor e tentá-la.

Conclusão: A família de Abraão não era a ideal, mas a real. Esta família começou na promessa e terminou com o cumprimento da promessa (Gn 12.1; Gl 3.14). A família só conseguirá vencer com Cristo. Esta família, com altos e baixos, escolheu crer e permanecer e completou bodas de ouro somente por Deus.

Abraão lamentou a morte de Sara. Chorou. Com tantas lembranças e saudades era natural. Jeorão é o rei marcado na Bíblia pela citação: “Foi-se sem deixar de si saudades” (2Cr 21.20). Saudades são o fruto de uma construção da caminhada. Saudades ou alívio: o que você tem plantado no coração de sua família?

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