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Presbíteros: quem são?

Presbíteros: quem são?
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A Bíblia estabelece que presbíteros devem dirigir a Igreja de Cristo. Mas como saber se eles estão prontos para essa importante tarefa ?

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A Igreja é plano de Deus que, segundo o conceito do Pactum Salutis:

“…é a vontade eterna ou o decreto eterno de Deus de se revelar como o Deus que vive em si mesmo uma vida pactual perfeita de amizade, de fazer isso recebendo um povo em sua comunhão pactual e fazendo deles participantes, de uma forma criatural e segundo a medida da criatura, de sua vida pactual, e assim fazendo com que eles provem que o Senhor é bom.”

Herman Hoeksema

Este povo referido é regenerado, vive em comunhão, vive pela graça, desfruta da justificação, da misericórdia e bondade de Deus, é o povo desejado pela Trindade e o chamamos de Igreja de Cristo Jesus.

Essa Igreja tem um supremo pastor que é Jesus Cristo. Tendo Jesus sido morto e ressuscitado, foi assunto aos céus deixando assim a Igreja dirigida por seus apóstolos. No correr do ministério apostólico algumas orientações foram dadas aos líderes das várias igrejas, e elas nos servem de modelo para a correta administração da Igreja de Cristo em todo o tempo.

Para tanto, os seguintes livros serão referência:

  • Anciãos e Diáconos Bíblicos  – Nehemiah Coxe
  • Presbíteros – Jeramie Rinne – da série IX Marcas da Igreja Saudável

Coxe inicia seu livro nos lembrando um texto da carta de Paulo a Tito (1.5):

“Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei”

Fica aqui evidente, como Paulo pensa que a Igreja de Cristo deve ser conduzida, ou seja, através de homens que se responsabilizam pela condução espiritual e organizacional da igreja. Esses homens, então, recebem o nome de presbíteros. Tal ordem não visava apenas uma igreja em especial, mas Tito deveria ir às igrejas das várias cidades, instituindo presbíteros em cada uma delas.

A pergunta natural que se segue após percebermos a necessidade de existir presbíteros para a condução da igreja é:

̶  Quem são esses homens?

̶  Como localizá-los?

Para isso Coxe faz uma boa análise começando por Paulo.

“A pessoa que empregou Tito nesse serviço, ou seja, Paulo, tem o caráter e tinha o ofício e autoridade de um apóstolo de Jesus Cristo. Os apóstolos tinham um chamado imediato e extraordinário para o seu ofício por Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Pág. 11).

Em outras palavras, Jesus dá autoridade ao apóstolo Paulo, que a transmite a Tito, e este, por sua vez, a delega a outros homens capacitados para o serviço de conduzirem a Igreja de Cristo.

De certo modo a autoridade dada a um presbítero vem de Jesus Cristo, quando o primeiro é legitimado por homens que obedecem aos requisitos contidos na Palavra de Deus.

Para explicar isso Coxe diz:

“Ministros ordinários, como pastores ou anciãos, embora não sejam da parte dos homens, isto é, não recebem a sua autoridade dos homens, nem são de direito e nomeação humanos, ainda assim, eles são constituídos por meio dos homens, de modo a serem trazidos ao seu ofício pela chamada da igreja” (Pág. 11).

Vale a pena citar o que diz Jeramie Rinne no início de seu livro:

“Os presbíteros são auxiliares de Jesus no pastorado das igrejas dele” (Pág. 14).

Presbíteros / Bispos / Anciãos

Coxe utiliza estes termos Bispo e Ancião como sinônimos. Já Rinne utiliza Presbíteros e Bispos como sinônimos. Os termos surgem das palavras gregas πρεσβύτερος (presbíteros) ou επίσκοπος (bispos).

Coxe explica da seguinte maneira:

“Os oficiais que agora estamos tratando, os quais são em nosso texto chamados de anciãos (πρεσβυτέροι), são nas próximas palavras denominados bispos ou presbíteros (ἐπίσκοποι). A aplicação semelhante de ambos os termos para as mesmas pessoas e ofício você pode observar em Atos 20, e em Efésios 4.11 são chamados de pastores e doutores.

É evidente que o Espírito Santo não intenciona por qualquer um desses diferentes termos qualquer distinção ou preeminência de ofício entre aqueles que carregam essas qualificações, antes todos eles são adequados para o mesmo ofício em seus diferentes aspectos” (Pág. 5).

Existe ainda o termo “pastor”, para o qual, Rinne traz uma explicação muito prática:

“De alguma forma, em algum momento do percurso, começamos a diferenciar pastores de presbíteros, os profissionais ministeriais assalariados dos administradores não remunerados. O Novo Testamento, no entanto, não faz essa distinção. O que é mesmo um pastor? A palavra grega poimen, traduzida por “pastor”, significa “aquele que apascenta/pastoreia. Poimen pode referir-se a quem apascenta em sentido literal, como os pastores encontrados nos campos… o Novo Testamento aplica esse substantivo e as formas verbais de “pastor”- bem como o imaginário mais amplo do pastorado – para descrever os presbíteros e seu trabalho” (Pág. 38 e 39).

(Verificar Atos 20.28 e 1Pedro 5.1-4)

Os deveres públicos dos presbíteros

O pastor se destaca como uma pessoa intermediária entre Deus e o povo. Como explica Coxe, só há um mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem (1Timóteo 2.5), mas em dois aspectos, um ministro se interpõe entre Deus e as pessoas:

1. Orações públicas – Baseando-se em Atos 6.4 Coxe observa:

“A Oração e Ministério da Palavra estão em pé de igualdade como sendo os deveres ordinários de um ministro. Ele deve ser a boca do povo a Deus, e ir adiante deles no exercício daqueles dons e graças que Cristo lhe concedeu, ao fazer e derramar as orações públicas da igreja ao Altíssimo” (Pág. 22).

2. Pregação – O ministro deve ser a boca de Deus ao entregar a mensagem de Deus e falar a eles em Seu nome!

“Vergonha será para aquele que empreende esse ofício e não prega o Evangelho, que é o genuíno leite espiritual com que as almas do rebanho continuamente devem ser alimentadas. Este dever é tão seriamente pressionado em todas as ocasiões em que essas coisas são tratadas nas Escrituras que não há necessidade de quaisquer outros argumentos para aplicá-lo, senão os que são óbvios aos olhos de todos que leem as Escrituras” (Pág. 22).

O pastor deve também:

3. Administrar as ordenanças –  É parte da obra pública do presbítero administrar os sacramentos tais como o Batismo e a Ceia.

“Àqueles pertence à dispensação destes mistérios de Deus que estão confiados a eles, e esta alimentação das ovelhas de Cristo é exigida deles” (Pág. 24).

4. Exercer a disciplina na Igreja –  É dever do presbítero cuidar da disciplina na igreja. O conselho de Coxe no exercício da autoridade presbiteral é:

“Em todas estas coisas, um ancião deve esforçar-se por comportar-se de tal maneira que, em todo o curso do seu ministério, haja uma mui viva apresentação do amor, cuidado, sabedoria, compaixão, fidelidade e paciência do Senhor Jesus Cristo, a Quem ele serve” (Pág. 26).

Os deveres privados do presbítero

1. Vigilância constante

“Ele é obrigado a manter uma constante vigilância por e sobre o seu povo, e deve diligentemente perguntar e examinar o estado do seu rebanho, para que aqueles que estão em perigo de errar por falta de conselho possam ser orientados”… (Pág. 26).

Rinne já apresenta, no 4° Capítulo de seu livro, cinco tipos de ovelhas para que o presbítero fique atento quando elas se desgarrarem do rebanho.

  • Ovelhas em pecado
  • Ovelhas errantes
  • Ovelhas coxas
  • Ovelhas briguentas
  • Ovelhas que mordem

Rinne arremata:

Eles (os presbíteros) servem como pastores subordinados a Jesus, vigiando o rebanho salvo e reunido por ele e seu evangelho. Os presbíteros são chamados apropriadamente de “bispos”, pois estão cuidando de vós, como quem há de prestar contas” (Hb 13.17 – Pág. 70).

2.  Ser exemplo – Coxe destaca:

“E todas as dores devem ser aliviadas por um santo exemplo; pois, se um ministro não vive sobre a instrução que ele dá aos outros e não demonstra ser uma luz que arde e ilumina em sua vida e conversação, bem como na doutrina, seus maus modos irão causar mais prejuízo do que todo o bem que suas palavras possam fazer. Exemplos têm uma maior influência sobre os homens”… (Pág. 26).

Ainda há outros aspectos, os quais Nehemiah Coxe apresenta como:

  • Ser um ministro de Cristo para o povo
  • O cuidado e encargo de almas

As qualificações

O texto que nos apresenta as qualificações para o presbiterato se encontra em 1Timóteo 3.1-7.

1. Deseja ser presbítero – É preciso desejar ser presbítero. “Isso não significa, é claro, que basta ter o desejo de ser presbítero para estar qualificado. Significa, isto sim, que a falta do desejo é um problema” (Rinne – Pág. 21).

2. Demonstra caráter piedoso – Os escritores do NT dão bastante ênfase ao caráter santo do presbítero muito mais do que à sua capacidade administrativa.

“Os subpastores de Jesus devem refletir o caráter dele” (Pág. 23).

“Isto está fortemente presente na palavra “Irrepreensível”. Ser irrepreensível significa que o presbítero deve ser o tipo de homem sobre o qual não há nenhuma suspeita de conduta errada ou imoralidade” (Pág. 24).

Este item também implica ser equilibrado, amável, e não ser ganancioso.

3. É capaz de ensinar a Bíblia – “Apto a ensinar” (1Tm 3.2).

Aqui se observa a condição de ensinar as doutrinas e os assuntos concernentes à Bíblia. Tito 1.9 diz:

“O presbítero deve se  manter firme à palavra fiel, conforme a doutrina para que seja capaz tanto de exortar na sã doutrina quanto de convencer os seus opositores.”

Rinne que desde o início de seu livro coloca os presbíteros como subpastores de Jesus apresenta:

“Assim como Jesus anunciou a palavra de Deus com autoridade, os presbíteros em potencial da mesma forma devem ser conhecidos por ensinarem bem a Bíblia” (Pág. 28).

4. Lidera bem a sua família – O casamento e a educação dos filhos dos presbíteros servem de prova prática para certificar a adequação do presbítero.

“Marido de uma só mulher: a ideia é de que o presbítero tenha tido uma só mulher, ou apenas um só casamento. A  ideia que se estabelece neste quesito é “o conceito de marido fiel que honra sua aliança sagrada do casamento” (Pág. 29).

Rinne orienta:

“… se seu casamento está cambaleando, ou se teve um fracasso nessa área no passado, você deve conversar com alguns presbíteros e pastores sábios antes de buscar o presbiterato. A maneira de lidar com sua esposa tem muita importância se você quiser lidar com a noiva de Cristo” (Pág. 30).

Um pai eficiente – um presbítero governa bem a própria casa mantendo os filhos em sujeição, com todo o respeito (1Tm 3.4,5).

Hospitaleiro – Rinne apresenta algo interessante:

“A hospitalidade pode revelar gentileza, compaixão e cuidado aos necessitados, perdidos e solitários… Mas a hospitalidade faz algo mais: ela permite que os outros vejam sua família em ação” (Pág. 31).

Ser hospitaleiro inclui receber pessoas em sua casa e desta forma as pessoas verão como funciona sua família.

5. É homem – Todo o ordenamento ao presbiterato é tratado para homens. Em 1Tm 2.12, Paulo diz: “Pois não permito que a mulher ensine, nem que exerça autoridade…

“O termo presbítero descreve um ofício específico, uma função designada por Deus, uma posição distinta no interior da estrutura organizacional da igreja local, da mesma maneira que o pai é uma posição distinta e designada por Deus na família. E, como ocorre com o papel do pai, Deus também convocou soberanamente homens qualificados para o papel de presbíteros” (Pág. 33).

6. É crente de longa data – “… não deve ser novo na fé, para que não se torne orgulhoso e venha a cair na condenação do Diabo” (1Tm 3.6).

O termo presbítero pressupõe sabedoria e experiência, coisas que o novo crente não tem condições de ter.

Conclusão:

É preciso diligência e atenção aos critérios bíblicos que definem quem serão os presbíteros da igreja.

Jeramie Rinne sugere que se leia em voz alta o texto de 1Tm 3.1-7 e ao final se pergunte: “ Você se enquadra?”

“Esta palavra é digna de crédito: Se alguém almeja ser bispo, deseja algo excelente” (1Tm. 3.1).

Fonte: Teomídia

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