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Por que é importante ser membro de igreja?

Por que é importante ser membro de igreja?
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Ser membro de igreja não é como ser membro de uma associação dos moradores de bairro. Ser membro de igreja cristã implica sérias consequências espirituais.

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Acredito que muitos se surpreendem quando alguém defende, biblicamente, o fato de uma pessoa se tornar membro de igreja, pois, geralmente, pensam que podem agir como bem entenderem quando a esse assunto: ser membro de igreja. Acreditam que podem sair, ou trocar de igreja como acharem melhor, sem avaliar as consequências bíblicas da questão.

Quem “nasce na igreja”, como é o meu caso, nem se pergunta sobre o que as Escrituras dizem sobre o ato de se tornar membro de igreja, pois isso é uma sequência praticamente automática. Há também muitos que encaram esse ato como uma burocracia civil, como participar de uma espécie de associação dos moradores de bairro.

Na verdade, a coisa mais natural ao se tornar um cristão é também se tornar membro de uma igreja.

Mas…

̶   É realmente importante ser membro de uma igreja?

̶   Quem deve ser membro de igreja?

̶   Deus exige que o crente seja membro de igreja?

A importância de ser membro de igreja

Essas perguntas, para quem está refletindo sobre o tema, são bem lógicas e pertinentes.

O próprio autor do livro “Membresia na Igreja” (Ed. Vida Nova, Jonathan Leeman), o introduz  deduzindo que o assunto não é interessante para ninguém.

A surpresa, então, nos toma, quando pensamos que Jesus Cristo tem poder cósmico, universal, e que todas as coisas estão debaixo do seu domínio. Um simples raciocínio sobre essa abrangência universal, cósmica e total do poder de Cristo deveria nos convencer de que Ele é o dono da igreja e que ela deve ser a manifestação da sua vontade e do seu poder na terra.

A igreja local não existe por permissão do Estado. Ela existe por autorização expressa de Jesus; afinal, Jesus, não o Estado, detém o império (pág. 23).

A questão surge ao se entender, e definir, que Jesus Cristo é a autoridade última da igreja. Portanto, a ideia de a membresia ser uma necessidade civil, é secundária do ponto de vista espiritual. A igreja existe para cumprir o propósito para o qual foi criada. Adorar a Deus e representar o seu Senhor tão somente.

A título de definições, Leeman apresenta o que a igreja não é:

A igreja…

  • Não é um clube.
  • Não é uma organização em que a adesão é opcional.
  • Não é um grupo amigável  de pessoas que compartilham interesses em questões religiosas.
  • Não é um órgão prestador de serviços (pág. 25)

Comunidade Cativante

É neste ponto que eu gostaria de introduzir um conceito de outro livro “Comunidade Cativante”(Mark Dever e Jamie Dunlop – 9 Marcas Ed. Fiel).

O livro apresenta um problema atual de muitas igrejas. Elas são comunidades que nascem baseadas nas afinidades e interesses de seus membros, mas que não estão alicerçadas no evangelho. Ele apresenta dois tipos diferentes:

primeira comunidade é a do “evangelho mais”. O autor descreve que na igreja do “evangelho mais”, “os líderes da igreja usam, entusiasticamente, semelhanças para edificar comunidade. Mas, como um todo, essa comunidade diz muito pouco sobre o poder do evangelho.”

segunda comunidade é a que “revela o evangelho”. Nesta comunidade que “revela o evangelho”, muitos relacionamentos simplesmente não existiriam se não fosse a unidade trazida pelo próprio evangelho.  Pessoas de diferentes classes sociais convivem, se apoiam e se confraternizam sem nenhum outro motivo aparente, apenas o evangelho.

Leia sobre o que é o Evangelho!

Leeman, apresenta que essa igreja tem mais características de uma embaixada do que de um clube. Embaixada porque a igreja é uma organização que representa a Cristo e os seus interesses na terra; aquela velha ideia de ser forasteiro em terra estranha. Somos embaixadores de Cristo. Leeman foi muito feliz nessa comparação que é, sobretudo, bíblica (2Co 5.20).

Na embaixada somos representantes de Cristo na terra. Mas, para que isso aconteça, a embaixada tem que reconhecer nossa cidadania. Do mesmo modo, a Igreja deve reconhecer e autenticar a cidadania do cristão. Interessante, porque para entrar no reino de Deus é preciso ter um novo nascimento. É curioso observar que Jesus usa uma linguagem terrena para expressar uma realidade espiritual.

O único modo de confirmar que alguém seja realmente cristão, é através do testemunho de um grupo de irmãos que reconheçam, biblicamente, as características de um verdadeiro servo de Deus e digam: Este homem ou mulher é servo ou serva de Deus e, portanto, é representante de Cristo aqui na terra. Isso se dá através da membresia na igreja local. Por isso ser membro de igreja é tão importante.

Assim, mais do que uma mera formalidade civil, ser membro de igreja local é uma afirmação de que aquela pessoa é, de fato, representante de Cristo. Quando alguém se torna membro de igreja, aquela comunidade está reconhecendo naquela pessoa um representante de Cristo.

O contrário também é verdadeiro.

Se uma pessoa começa a encaminhar sua vida de modo indigno de Cristo, de forma que a igreja não o reconheça mais como cristão, ela não pode mais carimbar  seu “passaporte”, não pode mais reconhecê-la como representante de Cristo e assim o desligamento da membresia da igreja local, é algo que deve ser feito.

Um pouco mais a frente, Leeman nos apresenta outra definição de igreja, um pouco mais completa:

A igreja local é um grupo de cristãos que se reúnem regularmente em nome de Cristo para confirmar e supervisionar legitimamente a participação uns dos outros em Jesus Cristo e em seu reino, mediante a pregação do evangelho e a prática de suas ordenanças (Pág. 57).

Ninguém tem poder para representar a Deus de maneira própria, sem uma autoridade investida. Até mesmo Jesus Cristo, que é Deus, justifica seu trabalho pela autoridade que foi dada a Ele nos céus e na terra e embaixo da terra por Deus Pai (Mt 28.18).

Não seria uma loucura, se alguém fosse, por conta própria, falar em nome do presidente da república? O presidente é quem deve dar autoridade para que uma pessoa fale em seu nome.

Jesus Cristo nos mostra como é apresentada essa autoridade em Mateus 16.1-19.

Jesus pergunta:

Quem os homens dizem que eu sou?

Eles responderam: Alguns dizem que é João Batista; outros Elias; outros Jeremias, ou algum dos profetas.

E Jesus lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou?

Simão Pedro, por revelação de Deus responde: Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo.

Esta afirmação é tão poderosa que realmente não poderia ter vindo de homem algum!

No versículo 18 Jesus diz:

“E digo-te que tu és Pedro, e sobre esta pedra (a afirmação poderosa de que Jesus é o Cristo, Filho do Deus vivo*) edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

E prossegue no versículo 19:

“Eu te darei as chaves do reino do céu; o que ligares na terra terá sido ligado no céu, e o que desligares na terra terá sido desligado no céu.”

Leeman nos diz que:

* Teólogos têm debatido por muito tempo se a pedra é Pedro ou a confissão de Pedro. Na verdade, penso que se deve afirmar que ela é ambas as coisas. O teólogo Edmund Clowney escreve: “A confissão não pode ser separada de Pedro, nem Pedro pode ser separado de sua confissão”. Jesus construirá sua igreja não sobre palavras, nem sobre pessoas, mas sobre pessoas que creem nas palavras do evangelho (como o próprio Verbo se fez carne). Jesus construirá a igreja sobre aquele que confessam seu nome” (Pág. 63).

E tira a seguinte conclusão:

Pedro confessou acertadamente quem era Jesus, e Jesus disse que a resposta correta de Pedro viera do Pai que está no céu. Embora Jesus estivesse na terra, ele falava em nome do céu. Assim, logo em seguida, ele autorizou Pedro a fazer a mesma coisa – representar o que é ligado e desligado no céu para ligar e desligar na terra!

Jesus, o Deus-homem, o Verbo, Filho de Deus encarnado, vem trazer a redenção ao ser humano. Neste momento, onde Ele é reconhecido, por revelação divina, como Cristo, Ele compartilha, ou melhor, dá autoridade ao discípulo, futuro apóstolo para reconhecer outros discípulos de Cristo e, por assim dizer, se “aliançar” com eles sobre a obra redentora de Cristo.

No capítulo 18 de Mateus vs. 18, a ideia das implicações celestiais de acordos realizados entre homens retorna.

“Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem em pedir acerca de qualquer questão, isso lhes será feito por meu Pai, que está no céu.”

Aqui Jesus descreve a situação de um irmão pecar contra outro. Aquilo que é de âmbito pessoal, deve permanecer nesse nível buscando o arrependimento e reconciliação. Não havendo arrependimento, deve-se chamar duas ou três testemunhas. Se ainda assim não houver arrependimento, Jesus orienta que seja levado à igreja como última tentativa. Se ainda assim, não houver arrependimento, a igreja deve considerá-lo como gentio e publicano.

Pois, havendo a recusa de se ouvir a Igreja, então, Jesus mesmo ordena que a Igreja deve desligá-lo. A seguir vem o versículo 18, dizendo que esse ato é de tal importância que se a Igreja julgar alguém gentio e publicano, essa decisão não abrange apenas uma instância terrena, mas de algum modo atinge a realidade celestial.

Este texto põe fim a qualquer ideia de um crente sem Igreja. Uma carreira solo, sem ser membro de igreja local. Não existem “desigrejados”.

Se um crente não é membro de igreja, é porque nenhuma igreja o reconhece como crente. Portanto, não é crente, mesmo que ele diga o contrário.

Se um crente não é membro de igreja, essa situação deve ter tempo definido e justificável. Exemplo: Uma mudança de cidade, missões, entre outras.

O livro “Comunidade Cativante”, usa bons argumentos que defendem a formalidade de uma membresia.

  1. O compromisso formal serve como afirmação do compromisso informal.
  2. O compromisso formal torna visível o compromisso informal.
  3. O compromisso formal torna responsável o compromisso informal.

Fazendo um paralelo com o que diz Tim Keller sobre a realidade do casamento: “Eu amo você, mas não vamos estragar isso casando-nos” (Pág. 84). Essa fala é como se a pessoa não estivesse disposta a dar realmente tudo de si para viver esse amor. É, portanto, um amor limitado.

A formalização afirma um compromisso, que até então, é crido apenas pela confissão, pela intenção. Ou seja, ser membro de igreja é o amor à Igreja colocado em prática.

“… para que agora a multiforme sabedoria de Deus seja manifestada, por meio da igreja, aos principados e poderios nas regiões celestiais” (Ef 3.10)

“O vínculo visível de nossa unidade exibe o poder de um evangelho invisível”

Bibliografia:
Membresia na Igreja – Jonathan Leeman – 9 Marcas Ed. Vida Nova
Comunidade Cativante – Mark Dever e Jamie Dunlop – 9 Marcas Ed. Fiel.

Fonte: Teomídia

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