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O Deus da ordem

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No princípio criou Deus os céus e a terra. Era a terra sem forma e vazia…

Arte

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A arte, em todas as suas modalidades, não começa em nós, mas em Deus.

“No princípio Deus criou os céus e a terra. Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn 1.1-2).

Este é o primeiro movimento da criação. A ideia do Pai tornando-se realidade a partir da palavra: “Disse Deus”. Nesse sentido, Deus não criou o mundo como um artesão, mas como um poeta. E o fez através da Palavra, que é seu filho (Jo 1.1). Vemos também o Espírito de Deus que se movia sobre a face das águas. Temos aqui a Trindade, o Pai, o Filho e Espírito Santo criando todas as coisas, cada uma com a sua própria função. A ordem da criação exige complementariedade.

̶  O que é uma boa ideia mal executada?

̶  O que é uma boa ideia, bem executada, mas sem a presença espiritual de seu autor?

O primeiro conceito que aprendemos sobre arte, em Gênesis, é: a boa obra de arte reflete o conceito da Trindade.

Deus é trino, isso significa que nunca houve solidão na eternidade. Deus é completo e não precisa da criação para se sentir pleno e satisfeito. A criação é o transbordamento do amor e da criatividade do nosso Deus.

Criatividade: um atributo comunicável de Deus

“Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27).

Na criação, Deus comunicou alguns de seus atributos aos seres humanos e entre eles estava a criatividade. Assim como Deus se deleita na sua criação, assim também o homem o faz. Ficarmos felizes ao final de um trabalho nos fala tanto de Deus quanto de nós mesmos.

Todo o movimento da criação divina é constituído de dois passos: primeiro o caos e depois a ordem. “Era a terra sem forma e vazia” (Gn 1.2), e depois Deus dá forma e a preenche. Assim é também o movimento criativo humano: é através do ordenamento da natureza que o homem cria. Por exemplo, a partir de uma árvore o homem pode trazer à forma algo que deseja, como uma cadeira. E ele se deleita com o seu trabalho. Assim o homem, como diz Dorothy Sayers em seu livro A Mente do Criador, “imita a Deus”

A arte não precisa de justificativa

A arte, principalmente a busca pela beleza, não possui nenhuma justificativa prática. Não nos alimentamos da beleza, não respiramos beleza, mas mesmo assim a buscamos. Por quê? A arte não tem obrigatoriamente uma utilidade final. Ela não é um meio, mas um fim em si mesmo. O homem não é um mero animal; buscamos sentido além da sobrevivência e da perpetuação da espécie. O bom, o belo e o verdadeiro, os critérios clássicos da arte, sempre estiveram presentes nos anseios do ser humano. Ainda que o homem deseje uma cadeira, com a finalidade de sentar, ele ainda buscará uma cadeira bonita, sendo essa beleza inútil para o fim utilitário da mesma.

Hoje a arte moderna busca a todo custo uma justificativa. A arte é reverenciada mais pela propaganda ideológica do que pelos critérios clássicos. Uma obra de arte que busca apenas a propaganda é pobre, pois não reflete o atributo criativo de Deus, que foi comunicado ao homem, de maneira coerente. A arte cristã precisa buscar o bom, o belo e o verdadeiro. A arte cristã que ignora a beleza e só olha para a propaganda evangelística é uma arte árida. Sem contar que esse tipo de arte costuma vir acompanhado de visões tímidas acerca do evangelho. É bom que o evangelho seja pregado, mas isso não nos livra de buscarmos excelência e beleza na arte.

O referencial da ordem é o Deus da ordem

A criação, como já citado anteriormente, consistiu em um movimento do caos para a ordem. Curiosidade: ordem, em grego, é “cosmos”, daí o significado de palavras como “cosmético”. Afinal, qual a função do cosmético se não dar ordem ao caos? A beleza da criação se dá pelo ordenamento e pela forma. Este é o maior referencial de beleza para o cristão: a ordem. Quando vemos um belo quadro ou uma bela música, temos a sensação de ordem. É importante evitar a confusão entre ordem e simplismo. Uma música complexa pode soar confusa ou indigesta para alguns (sensação de muitas pessoas ao ouvir jazz, por exemplo), mas se ela contém um sistema que dá ordem à arte, ela ainda assim guarda o princípio da criação.

Quando a arte se mostra revoltada com os sistemas de ordenamento, ela também se mostra contrária ao movimento da criação de Deus. Esse tipo de expressão se tornou comum, principalmente, a partir da arte moderna. A arte moderna que busca a desordem adora o falso deus da desordem. Assim sendo ela é, portanto, pagã ou idólatra.

O homem não pode construir absolutamente nada sem a ordem. O filósofo e apologista Ravi Zacharias, em uma visita a um museu de arte moderna em Ohio, nos EUA, viu escadas que iam para lugar nenhum, pilares sem propósito. O instrutor do local então disse que aquilo era uma metáfora da vida, pois ela também não possuía propósito algum. Sabiamente, o filósofo questionou: “Os engenheiros construíram este prédio com essa mesma filosofia?”.

Quando a nossa segurança está em jogo, quando o prédio pode desabar sobre nossas cabeças, recorremos à ordem, ao sentido. A pós-modernidade, a filosofia que diz que não há verdades, só existe realmente no campo das ideias, pois a realidade é implacável e não se altera de acordo com as nossas concepções dela. Nenhum pós-modernista faz confusão entre uma garrafa de refrigerante e uma embalagem de veneno: ele automaticamente crê no conteúdo do rótulo.

A beleza não é mera construção social

O materialismo filosófico é um grande inimigo lógico da beleza na arte. Por considerar que tudo o que existe na realidade é matéria, o materialismo não pode, logicamente, considerar a ideia do belo, do justo e do verdadeiro, já que nenhum desses critérios é matéria.

A filósofa Márcia Tiburi, ateia e marxista (uma ideologia que tem por cosmovisão o materialismo filosófico), afirmou em uma entrevista para o “Jornal Zero Hora” que considera os padrões de beleza apenas uma mera construção social. Por conta disso, ela disse ter perdido o gosto pela música. Nessa entrevista ao jornal Zero Hora, suas palavras foram:

“O julgamento sempre implica um poder sobre o outro, um controle e uma tentativa de se capitalizar em cima da humilhação do gosto do outro. A gente coloca critérios éticos e moralistas sobre as produções artísticas, e isso traz interesses por trás, de manutenção de poderes, de classes e castas. Não recomendo a ninguém ficar como eu fiquei. De tanto analisar tudo isso, não escuto música nenhuma.”

O julgamento estético a partir da cosmovisão cristã tem Deus como o maior referencial, pois foi Ele quem nos comunicou o atributo estético. Se deixarmos de crer em Deus, a consequência não será só perder o referencial moral, mas também o referencial do belo. A vida só é bela de verdade para quem crê no Deus da beleza. Para você, a vida é bela? Se a sua resposta for positiva, dê graças a Deus por isso!

BIBLIOGRAFIA:

SAYERS, Dorothy. A Mente do Criador. É Realizações.
ROOKMAKER, Hans R. A Arte não Precisa de Justificativa. Editora Ultimato.
ROOKMAKER, Hans R. A Arte Moderna e Morte de uma Cultura. Editora Ultimato.
Entrevista Marcia Tiburi (Acesso em 28/07/17 às 16:00)

Fonte: Teomídia

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