Julio Severo
O encontro de 13 de novembro de 2019 entre o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e o presidente dos EUA Donald Trump na Casa Branca provocou preocupação com a passividade do governo dos EUA em relação à Turquia perseguindo cristãos.
Enquanto alguns esperavam que Trump dissesse verdades duras a Erdogan, em vez disso ele elogiou muito o homem forte turco.
“Sou um grande fã do presidente; tenho que lhe dizer isso,” disse Trump sobre Erdogan enquanto falava em uma entrevista coletiva na Casa Branca.
Durante a coletiva de imprensa, um repórter perguntou a Erdogan sobre a situação dos cristãos que estão sofrendo durante a invasão turca na Síria.
“Os que permanecerem no lado sírio do território verão suas práticas de culto restauradas e revividas de uma maneira especial, recebendo assistência médica; eles estão recebendo ajuda humanitária em todos os aspectos possíveis,” respondeu Erdogan.
No entanto, um pastor cristão na cidade síria de Kobane contou uma história diferente.
“Sob o pretexto de lutar contra os curdos, muitas igrejas foram alvo e destruídas, e muitos cristãos foram deslocados à força de suas cidades,” disse o pastor Omar Firaz ao noticiário da Rede de Televisão Cristã dos EUA.
“Temos tido um relacionamento econômico, um relacionamento militar, uma amizade genuína com a Turquia. mas não sabemos mais quem é a Turquia,” disse o senador James Lankford (R-OK).
Talvez Lankford não saiba, mas os cristãos, especialmente os cristãos armênios, sabem muito bem quem é a Turquia.
Um dos maiores genocídios modernos de cristãos foi cometido pela Turquia. Cerca de 100 anos atrás na Turquia, um número estimado de 1,5 milhão de cristãos armênios em 66 cidades e 2.500 vilas foram massacrados; 2.350 igrejas e monastérios foram saqueados e 1.500 escolas e colégios foram destruídos. Apesar disso, para aplacar a ira da Turquia, Trump tem evitado dizer que o Genocídio Armênio foi genocídio. Os EUA não reconhecem o Genocídio Armênio porque os muçulmanos turcos odeiam ouvir sobre seus crimes contra os cristãos.
Se o presidente russo Vladimir Putin dissesse “Sou um grande fã do presidente Erdogan,” os professores de Bíblia nos EUA proferiam imediatamente sermões apocalípticos sobre a Rússia e a Turquia em uma aliança Gogue e Magogue contra Israel.
Os EUA têm todos os motivos e poderes para condenar a Turquia por séculos de perseguição contra os cristãos e nenhum motivo para se preocupar: a Turquia não tem armas nucleares contra os EUA. Mas a Turquia tem 50 armas nucleares americanas contra a Rússia.
Na Guerra Fria, os EUA instalaram 50 bombas nucleares na Turquia para combater a União Soviética, tornando os dois países seqüestrados por interesses estranhos. Por causa desse seqüestro, os EUA passaram os últimos 70 anos “impedidos” de condenar a Turquia por seu genocídio contra os cristãos armênios.
A União Soviética não existe mais, mas bombas nucleares americanas continuam na Turquia, ameaçando a Rússia.
Quando a Rússia tenta melhores relações com a Turquia, seu objetivo é neutralizar a ameaça nuclear.
Portanto, a Turquia, que historicamente é uma ameaça genocida para os cristãos, não é ameaçada pelos EUA e seu enorme poderio nuclear. Pelo contrário, os EUA usam a Turquia para ameaçar a Rússia.
Os professores de Bíblia deveriam ter algumas mensagens apocalípticas sobre os EUA empoderarem nuclearmente a Turquia islâmica contra os cristãos, e a Rússia é hoje a maior nação cristã ortodoxa do mundo. Os cristãos armênios que sofreram genocídio por parte da Turquia também eram cristãos ortodoxos.
Não faz sentido os EUA, a maior nação evangélica do mundo, usarem uma nação islâmica com um histórico de genocídio cristão para ameaçar uma nação cristã ortodoxa.
Por que os EUA não ameaçam nuclearmente a Turquia islâmica e a Arábia Saudita islâmica, que são ameaças aos cristãos?
Com informações da Rede de Televisão Cristã dos EUA e Slate.
Fonte: www.juliosevero.com
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