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Os EUA têm uma missão mundial?

Os EUA têm uma missão mundial?
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Informando o Irã de que “Os EUA estão vigiando o que vocês fazem,” a embaixadora Nikki Haley convocou na sexta-feira uma reunião de emergência do Conselho de Segurança com relação aos tumultos no Irã. A sessão fez com que ela e os EUA parecessem ridículos.

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O embaixador da França deu para Haley uma aula mostrando que o modo como as nações lidam com desordens internas não é da conta do conselho. O embaixador da Rússia sugeriu que a ONU deveria ter inspecionado minuciosamente os confrontos do “Occupy Wall Street” e o modo como os policiais americanos lidaram em Ferguson.

Cinquenta anos atrás, 100 cidades americanas explodiram em chamas depois do assassinato de Martin Luther King. Tropas federais foram convocadas. Em 1992, Los Angeles sofreu o pior tumulto dos EUA no século XX, depois que policiais de Los Angeles que surraram Rodney King foram inocentados em Simi Valley.

O modo como os EUA lidaram com esses tumultos era da conta da ONU?

Os conservadores têm exigido que a ONU não se meta nos assuntos soberanos dos EUA desde o nascimento da ONU em 1946. Mas os EUA aceitam agora que a ONU tem autoridade para supervisionar distúrbios internos dentro de países membros?

A sessão de sexta-feira fracassou depois que o embaixador do Irã sugeriu que o Conselho de Segurança poderia começar a estudar a questão palestino-israelense ou a crise humanitária produzida pela guerra saudita apoiada pelos EUA no Iêmen.

Esse episódio expõe uma enfermidade que faz parte da política externa dos EUA. A política externa americana não tem compatibilidade, coerência e clareza moral, trata os amigos e adversários por padrões separados e é reflexivamente intervencionista.

Por isso, os EUA estão perdendo muito da admiração e respeito quase universal que gozavam no final da Guerra Fria.

Esta geração arrogante tem mandado tudo às favas.

Considere. O jeito como o Irã lidou com essas desordens é mais condenável do que os milhares de assassinatos extrajudiciais de traficantes de drogas atribuídos a Rodrigo Duterte, aliado filipino dos EUA e a quem Trump diz que está fazendo um “trabalho incrível”?

E dá para comparar o que o Irã está fazendo com o que outro aliado dos EUA, o General Abdel el-Sissi, fez em 2012? Ele derrubou de modo violento o presidente eleito do Egito, Mohamed Morsi, e prendeu dezenas de milhares de seguidores da Irmandade Muçulmana.

O Irã é realmente a situação pior no Oriente Médio hoje?

Hassan Rouhani é o presidente do Irã depois de vencer uma eleição com 57 por cento dos votos. Em contraste, quem elegeu Mohammed bin Salman príncipe herdeiro e futuro rei da Arábia Saudita? [Não foi o povo, pois a Arábia Saudita é uma ditadura islâmica que, diferente do Irã, não tem eleições.]

Vladimir Putin também é denunciado por crimes contra a democracia. Mas os aliados dos EUA recebem salvo-conduto quando cometem os mesmos crimes.

Na Rússia, o Cristianismo está florescendo, e os candidatos estão se declarando contra Putin. Alguns na imprensa russa regularmente o criticam.

Como é que está o Cristianismo na Arábia Saudita [aliada dos EUA] e no Afeganistão [sob ocupação americana]?

Alega-se que o governo de Putin é responsável pela morte de vários jornalistas. Mas nenhum país do mundo tem mais jornalistas atrás das grades do que a Turquia, que é aliada dos EUA na OTAN.

Quando é que a Lei de Magnitsky será aplicada à Turquia?

O que o mundo frequentemente vê é os EUA repreendendo severamente seus adversários por pecados contra os “valores” americanos, mas concedendo total perdão de pecados aos aliados se eles seguem a liderança americana.

Durante um ano e meio, não se passou um único dia sem que lêssemos ou ouvíssemos acerca da revolta das elites americanas contra o ataque do governo russo à “democracia americana,” com o hackeamento do Partido Democrático e os e-mails de John Podesta.

Entretanto, quantos chegam a se lembrar da revelação em 2015 de que a China hackeou os arquivos pessoais de milhões de funcionários do governo dos EUA, passados, presentes e futuros?

Enquanto a China persegue cristãos, a Rússia apoia a restauração do Cristianismo depois de 70 anos de governo leninista.

Na Rússia de Putin, o Partido Comunista tem um candidato concorrendo contra ele. Na China, o Partido Comunista exerce um monopólio absoluto de poder político, e ninguém concorre contra Xi Jinping.

Sob protestos dóceis dos EUA, a China anexou as Ilhas Paracel e Spratly e todo o Mar do Sul da China. Em contraste, os EUA castigam incessantemente a Rússia que, sem nenhum derramamento de sangue, recuperou a península da Crimeia que, reconhecidamente, era território russo sob os antigos czares.

A China, que tem uma economia e população 10 vezes maiores do que as da Rússia, representa um desafio muito maior para a posição dos EUA como única superpotência. Por que, então, os EUA ficam do lado da China?

Entre as razões por que a política externa dos EUA não tem coerência e clareza moral é que os americanos não mais concordam acerca de quais são seus interesses vitais, quais são seus reais adversários, quais são seus valores ou como é que se parece um país bom que respeita a Deus.

Os EUA de John Fitzgerald Kennedy eram melhores do que os EUA de Obama?

A 2ª Guerra Mundial e a Guerra Fria deram clareza moral aos EUA. Se você se opunha a Hitler, ainda que você fosse moralmente um monstro como Josef Stálin, os EUA faziam parceria com você.

Desde o discurso de Winston Churchill sobre a Cortina de Ferro em 1946 até o fim da Guerra Fria, se você ficava do lado dos EUA contra o “Império do Mal” conforme a descrição de Reagan, ainda que você fosse um ditador como o General Pinochet ou o xá do Irã, você era bem-vindo do lado dos santos.

Mas agora que uma conversão mundial à democracia não é mais a missão dos EUA no mundo, qual é exatamente a missão dos EUA?

“A Grã-Bretanha perdeu um império,” disse Dean Acheson em 1962, “mas ainda não achou um papel.”

Dá para se dizer a mesma coisa hoje dos EUA.

Fonte: juliosevero

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