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Dar voz aos neocons é enfraquecer a voz profética da Igreja

Dar voz aos neocons é enfraquecer a voz profética da Igreja
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Julio Severo

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No mês passado, a Christian Broadcasting Network — Rede de Televisão Cristã dos EUA, conhecida pela sigla em inglês CBN — deu voz aos neocons em uma reportagem intitulada “‘Ele e Putin pareciam estar falando a partir do mesmo roteiro’: Trump é criticado pela direita e pela esquerda dos EUA.”

A reportagem da CBN ficou obviamente desapontada com o presidente dos EUA, Donald Trump, se encontrando com o presidente russo, Vladimir Putin. E não escolheu vozes cristãs para expressar suas visões sobre esse encontro. Escolheu vozes neoconservadoras (neocons), inclusive os principais neoconservadores da política dos EUA: o senador John McCain (R-AZ) e o senador Lindsey Graham (R-SC).

Segundo a CBN, McCain condenou Trump, dizendo que ele mostrou “um dos desempenhos mais vergonhosos de um presidente americano de que se tem memória.”

Graham chamou isso de “oportunidade perdida do presidente Trump de fazer firmemente a Rússia prestar contas.”

Ficou claro que fazer a paz ou uma parceria com a Rússia vai contra os interesses neocons.

O problema é que dar voz aos neocons é incompatível com o Evangelho de Jesus Cristo. Por sua própria natureza belicista, os neocons são incapazes de paz. Em contraste, Ronald Reagan, que enfrentou a União Soviética (que era comunista e ateia), buscou a paz sempre que possível. Agora a Rússia tem posturas muito mais conservadoras. Se Reagan não foi demonizado por buscar a paz com uma União Soviética anticonservadora, por que demonizar Trump por buscar paz e parceria com uma Rússia conservadora?

McCain e Graham tradicionalmente e sistematicamente demonizam a Rússia e elogiam o complexo industrial militar dos EUA.

De acordo com a revista Foreign Policy, o complexo industrial militar americano “é um grande impulsionador de empregos e do crescimento econômico dos EUA. Só em 2017, esse complexo gerou US$ 865 bilhões, apoiando 2,4 milhões de empregos americanos com altos salários. Essa indústria produziu um saldo comercial positivo de US$ 86 bilhões em 2017, o maior de todas as indústrias dos EUA.”

Assim, a indústria mais lucrativa hoje nos EUA é o complexo industrial militar, e seu poder financeiro consegue influenciar os políticos e suas políticas, inclusive a política externa e o intervencionismo e as aventuras militares dos EUA.

A ganância militarista está movendo a política externa dos EUA. Ganância não é uma virtude cristã. É um vício demoníaco.

Contudo, em vez de condenar McCain e Graham por seu belicismo e desmascarar seu vício demoníaco e ganância militarista, a CBN deu-lhes voz plena. E isso é muito preocupante, porque quando jornalistas ardilosos não podem expressar abertamente suas opiniões radicais, eles escolhem outras vozes para falar por eles. Isso é o que chamo de ventriloquismo jornalístico.

Então, a CBN usou McCain e Graham para expressar suas próprias visões neoconservadoras? O nome “John McCain” traz sinais sinistros de juízo.

Por que a CBN escolheu dar voz aos neoconservadores McCain e Graham? Quem são neocons?

A Conservapedia define “neocon” como:

“Um neoconservador (também escrito ‘neo-conservador’; coloquialmente, neocon) na política americana é alguém apresentado como conservador, mas que na verdade favorece governo grande, intervencionismo e hostilidade ao Cristianismo na política e no governo. A palavra significa ‘recém-conservador’ e, portanto, alguém que era anteriormente esquerdista. Um neocon é alguém que apoia líderes apenas nominais do Partido Republicano, e como republicano nominal ele não aceita a maioria dos princípios importantes na plataforma do Partido Republicano. Os neocons não participam da Marcha pela Vida, nem defendem o casamento tradicional, não defendem outros valores sociais conservadores ou não enfatizam colocar os EUA em primeiro lugar. Os neoconservadores apoiam atacar e até destruir governos estrangeiros, apesar de como isso geralmente resulta em mais perseguição aos cristãos. Alguns neocons (como Dick Cheney) lucraram imensamente com o complexo militar-industrial. Muitos neocons são globalistas e apoiam a Guerra contra a Soberania dos EUA.”

Para entender mais sobre neocons, leia: O que é neoconservadorismo? Quem são os neocons?

Os neocons atacam a Rússia, mesmo agora que a Rússia é conservadora, porque eles precisam de um bicho-papão para justificar suas guerras perpétuas, e mesmo quando não há guerras, eles precisam provocar algumas! Eles não aceitam a Arábia Saudita como tal bicho-papão, porque os ditadores sauditas são úteis para sua ganância militarista geopolítica, embora a Arábia Saudita mereça todo o tipo de punição e sanções pelos atentados terroristas do 11 de setembro de 2001, lançados por 15 sauditas islâmicos. O governo dos EUA não tem coragem de confrontar os sauditas e seus aliados neoconservadores.

Há vários pastores evangélicos americanos que conhecem os perigos e ameaças dos neoconservadores, e a CBN está em extrema necessidade de lhes dar voz. Pelo fato de que eles amam os EUA, eles se opõem aos neocons e suas guerras gananciosas perpétuas.

Uma nação protege suas próprias fronteiras. Um império mobiliza suas tropas para “proteger” as fronteiras de nações distantes e se intrometer em suas guerras. George Washington escolheu a primeira opção. Os EUA atuais escolheram a segunda.

Enquanto os EUA mantêm tropas no Oriente Médio para proteger os interesses da Arábia Saudita e sua sangrenta ditadura islâmica, as fronteiras dos EUA estão em grande necessidade de proteção das tropas dos EUA. As tropas dos EUA não estão onde deveriam estar e estão onde nunca deveriam estar.

A escritora judia Ilana Mercer argumentou que “Convidar uma invasão de estrangeiros e instigar uma contra eles são dois lados da mesma moeda neoconservadora.” Ela vê os neoconservadores como tendo corrompido o uso constitucionalmente prescrito das forças armadas americanas, empregando-as como uma força “para patrulhar as fronteiras do Kosovo, da Coréia e do Curdistão” enquanto “nossas próprias fronteiras permanecem perigosamente porosas.”

Esses indivíduos que fingem ser “conservadores,” observa Mercer, procuram refazer os EUA em “um povo díspar, unidos à força por uma ideologia abstrata, altamente manipulável, coerciva e sancionada pelo Estado,” na verdade, uma “nação proposicional” que se sobrepõe à nação tradicional na qual os americanos compartilhavam idioma, costumes, fé e cultura.

Mercer afirma que “o presidente Trump normalizou o neoconservadorismo” de uma maneira que faz lembrar as “táticas de triangulação de Bill Clinton.”

Em 2016, tanto esquerdistas quanto conservadores acusaram o candidato Trump de isolacionismo e de ser anti-neocon. Suas queixas sistemáticas prevaleceram: Hoje tanto a esquerda quanto a direita, argumenta Mercer, dificilmente conseguem fazer objeção ao intervencionismo da política externa do presidente Trump.

Mercer adverte que “com o neoconservadorismo normalizado, não há debate, desacordo ou luz do dia entre as facções políticas perigosamente unidas dos EUA.”

Em harmonia com Mercer, a Conservapedia diz:

Apesar das campanhas contra as intermináveis guerras estrangeiras e uma política externa humanitária que promove a democracia, o presidente Donald Trump nomeou vários internacionalistas e neoconservadores para seu governo, inclusive o Sr. H. McMaster, que removeu os conservadores do Conselho de Segurança Nacional. Embora alguns conservadores vissem figuras como John Bolton e Mike Pompeo como também neoconservadores, ambos veem a política externa dos EUA como algo que deve beneficiar os EUA em primeiro lugar, e eles rejeitam a promoção da democracia e a construção da nação.

Alex Jones afirmou que os neo-conservadores, como parte de um Estado profundo, têm lutado uma guerra civil dentro do governo dos Estados Unidos para ganhar o controle do governo e influenciar o presidente Donald Trump — ele mesmo, Paul Joseph Watson e David Knight também afirmaram isso ao longo de segmentos Infowars, e que os recentes mísseis lançados contra Assad foram resultado dos neoconservadores que tentaram controlar Donald Trump.

O complexo industrial militar lucrou US$ 865 bilhões em 2017, mas esses lucros não incluem as perdas humanas: os rapazes dos EUA sendo usados para jogos de guerra e os cristãos sendo massacrados na esteira das intervenções militares dos EUA. Enquanto vidas são perdidas, os neocons enchem seus bolsos.

Obviamente, Trump foi ganho após uma pressão sistemática. Mas como os líderes evangélicos poderiam ajudar Trump contra essa pressão infernal se eles estão dando voz aos neoconservadores? Como a CBN poderia ajudar Trump contra os neoconservadores se a CBN está cedendo a eles?

Os cristãos americanos precisam da mesma visão anti-neocon que Trump mostrou magneticamente em 2016, mas que ele foi incapaz de manter por causa do poder dos neocons.

Os cristãos têm um poder maior e devem empregar tal poder para confrontar e derrotar a ideologia neocon, que é tão maligna quanto o marxismo.

Peço à CBN e aos líderes evangélicos dos EUA que busquem a visão e o poder superior de Deus contra o vício demoníaco e a ganância belicista dos neoconservadores.

Com informações de CBN, Foreign Policy, Conservapedia e Wikipedia.

Fonte: Julio Severo

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