Perguntas sobre o Espírito Santo

Dons Espirituais Cap. 8 Dons permanentes (ii)

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Ronald Watterson   

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Cap. 8 — Os dons permanentes (ii)

Passando agora para a lista de dons que encontramos em Romanos e em Efésios, verificamos que vários deles ainda estão em operação.

Romanos cap. 12

O primeiro mencionado nesta lista é o de profecia, que já foi considerado no capítulo sobre os dons fundamentais. Em seguida, lemos do dom de

Ministério.

“Se é ministério, seja em ministrar” (Rm 12:7). A tradução, não só em relação a este dom, mas nesta lista toda, parece um pouco obscura, devido à ausência, no texto original, de um verbo que descreve como cada dom deve ser usado. Por exemplo, o versículo 7 diz, literalmente: “ou ministério, no ministério: ou aquele que ensina, no ensino”. A ausência do verbo em cada caso, à primeira vista, parece obscurecer o sentido, mas a exortação não é obscura. Cada um deve aplicar-se ao uso consciente do dom que Deus lhe concedeu. Se é ministério, seja zeloso e aplicado em ministrar.

A palavra traduzida “ministério” (diakonia) significa serviço. Um dicionário grego diz que diakonia significa especialmente o serviço daqueles que executam as ordens de outros. Este dom pode se apresentar de muitas formas, pois há muitas maneiras de servir. Sem dúvida alguma, o exemplo supremo é o nosso Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo disse: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20:28). Na noite em que foi traído Ele deixou um exemplo inesquecível, quando Ele mesmo, o Senhor e Mestre, tomou uma toalha e cingiu-se, deitou água numa bacia e lavou os pés dos discípulos (Jo 13:4-11). Em outra ocasião, Ele ensinou os discípulos: “Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que tem autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve” (Lc 22:25-26).

O uso da palavra diakonia, no NT, mostra quão variadas são as formas de serviço. Os apóstolos, quando sugeriram a escolha de sete homens para cuidar da distribuição diária de alimentos, disseram: “Nós perseveraremos na oração e no ministério (diakonia) da palavra” (At 6:4). O ministério, neste caso, era o trabalho de ensinar a palavra de Deus. A mesma palavra, diakonia, é usada no mesmo contexto para indicar o serviço dos sete homens escolhidos para cuidar da distribuição diária às viúvas (At 6:1). Neste caso, o ministério era um trabalho que seria considerado material, mas era uma parte essencial do trabalho daquela igreja.

Aquele que tem o dom de ministério, isto é, de serviço, deve usá-lo com todo o zelo, servindo aos santos, quer seja um serviço no sentido de propagar a Palavra, ou um serviço na arrumação do salão de reuniões. Um grande incentivo para todos que servem é que aquilo que fazemos para os irmãos, o Senhor considera como serviço feito para Ele (veja Mt 25:34-40).

Exortar

“Ou o que exorta, use esse dom em exortar” (Rm 12:8). O significado literal da palavra traduzida “exortar” é falar a alguém. O NT usa este verbo no sentido de incentivar ou encorajar alguém a seguir uma determinada maneira de conduta; às vezes é usada no sentido de confortar ou consolar.

E como este dom é necessário!

Nos dias atuais há tantas lutas, tantos obstáculos ao progresso do Evangelho, que não é de se admirar que muitos cristãos desanimam. No mundo há tanta indiferença; ninguém quer ouvir a Palavra. São dias de apatia, de insensibilidade. Diante desta situação, às vezes o cristão também perde o ânimo. Chega a pensar que não adianta lutar no Evangelho. Ele se acomoda.

Nestas horas, torna-se tão precioso o dom de exortar. Quão maravilhoso quando há um irmão que pode chegar-se àquele que está desanimado, trazendo-lhe alento, renovando as suas forças, de tal forma que ele se levanta mais uma vez disposto a trabalhar! O valor deste dom é incalculável.

Há tanta coisa para entristecer o cristão nestes dias de apostasia. O mundo entra na igreja; o amor de muitos esfria; há falhas; há fracassos. E o cristão é invadido por uma tristeza que lhe tira a força que antes o impulsionava no serviço do Senhor. Há problemas pessoais, às vezes na família, às vezes no emprego, e muitos cristãos andam oprimidos e sobrecarregados. Torna-se evidente o valor do dom de exortar, que traz ao triste uma palavra de conforto e consolo. Infelizmente, muitos pensam que exortar é repreender; quão poucos manifestam este dom de incentivar e consolar.

Repartir

“O que reparte, faça-o com liberalidade” (Rm 12:8). Para entender o que é este dom, precisamos entender o que significa a palavra traduzida “repartir”. A ARA a traduz pela palavra “contribuir”. A melhor maneira de entender o seu significado é ver o seu uso no NT, e neste caso, temos mais quatro ocorrências dela.

João Batista disse: “Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem” (Lc 3:11). Mais tarde, o apóstolo Paulo escreveu à igreja em Éfeso: “Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha que repartir com o que tiver necessidade” (Ef 4:28). Nestes dois casos, a Bíblia está falando de repartir coisas materiais.

Há mais dois casos, porém, que apresentam um aspecto diferente. Escrevendo aos Romanos, Paulo disse: “Desejo ver-vos para vos comunicar [repartir] algum dom espiritual” (Rm 1:11). Mais tarde, escrevendo aos Tessalonicenses, ele disse: “De boa vontade quiséramos comunicar-vos [repartir], não somente o Evangelho de Deus, mas ainda as nossas próprias almas” (I Ts 2:8). Nestes dois casos, o apóstolo usa a palavra no sentido de dar algo espiritual.

O dom de repartir, ou comunicar, é aquela capacidade de dar aos outros, por amor do Senhor Jesus. Não podemos limitar isto a repartir coisas materiais; o contexto leva a crer que a ênfase está na parte espiritual.

Há tantas maneiras de repartir. Como observamos no caso de outros dons, este também se manifesta de várias formas. Podemos repartir, como Paulo disse em Tessalônica, transmitindo o Evangelho aos incrédulos; e não só o Evangelho, mas dando-nos a nós mesmos num trabalho abnegado por amor do Senhor. Ou podemos repartir, como Paulo queria fazer em Roma, dando aos cristãos algo para estimulá-los na carreira espiritual. Podemos também, como Paulo aconselhou os efésios, repartir, ajudando a obra do Senhor por meios materiais.

Mas como devemos usar este dom?

Tanto a ARC, como a ARA, dizem: “Com liberalidade” (Rm 12:8). Creio que a tradução é infeliz. A palavra usada no texto original ocorre oito vezes no NT. É usada, por exemplo, em Ef 6:5 e em Cl 3:22, para descrever a singeleza de coração com a qual os cristãos devem servir aos seus patrões. Um dicionário de palavras gregas diz que significa singeleza, simplicidade, sinceridade, honestidade mental.

No uso deste dom de repartir, portanto, Deus requer que seja feito em singeleza de coração, visando unicamente a glória de Deus e o bem-estar do Seu povo. Querer contribuir algo, quer no sentido espiritual, quer no sentido material, visando nosso próprio engrandecimento, ou servindo um fim partidário, não é aceitável a Deus. Aquele que reparte, faça-o com singeleza de coração.

Presidir

“O que preside, com cuidado” (Rm 12:8). Creio que este dom é o mesmo de “governos” que vimos na lista de I Coríntios 12, e que já foi considerado.

Exercer misericórdia

“O que exercita misericórdia, com alegria” (Rm 12:8). É o último desta lista, mas não é o menor!

Este dom poderá ser usado de duas maneiras:

Aliviando os necessitados

Perdoando os faltosos

Em ambas as formas, é muito necessário, mas o importante é que seja usado com alegria. É possível aliviar a necessidade de outros com um orgulho que fere o necessitado mais do que o próprio aperto pelo qual ele passa, dando com uma mão aquilo que ele necessita, enquanto tira, com a outra, a sua dignidade. É possível perdoar o faltoso, mostrando uma atitude de crítica e desprezo, que o aniquila. O verdadeiro uso deste dom é com alegria.

Efésios cap. 4

Examinando a lista de Efésios 4, verificamos que os primeiros dois dons mencionados aqui já foram considerados no capítulo sobre dons fundamentais. O primeiro que ainda não consideramos nesta lista é o de

Evangelistas.

“E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas” (Ef 4:11).

O evangelista é aquele a quem o Senhor deu a capacidade especial de anunciar o Evangelho. Digo capacidade especial, pois é o privilégio, para não dizer o dever, de todo cristão pregar o Evangelho. No entanto, Deus tem capacitado alguns, de uma maneira especial, para fazer este trabalho.

O evangelista trabalha no mundo, indo aonde for mandado pelo Senhor em busca das almas perdidas. Vemos um exemplo deste dom em Filipe — não o apóstolo Filipe, mas aquele que é chamado de Filipe o evangelista, que residia em Cesaréia (At 21:8).

Este Filipe teve que abandonar Jerusalém por ocasião da perseguição que veio com a morte de Estevão. Chegando em Samaria, “lhes pregava a Cristo” (At 8:5). Como resultado das suas pregações naquela cidade, muitas pessoas se converteram e foram batizadas (At 8:12). Enquanto Filipe ainda estava envolvido naquele trabalho animador, o anjo do Senhor lhe falou, dizendo: “Levanta-te, e vai para a banda do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza” (At 8:26). Apesar dele ter escapado da perseguição em Jerusalém quando foi para Samaria, ele não hesitou em voltar àquela região perigosa, no sul. Obedeceu ao Senhor, voltando para o sul, e lá encontrou com o eunuco da Etiópia, e “lhe anunciou a Jesus” (At 8:35). O eunuco creu e foi batizado, e logo o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e este foi achado em Azoto. “Indo passando, anunciava o Evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia” (At 8:40).

Este exemplo nos mostra o verdadeiro evangelista, sempre levando o evangelho aos perdidos, quer seja em reuniões grandes em Samaria, ou em uma conversa particular com um homem enquanto ele viajava. Ele não se prendeu a um lugar, mas indo passando, anunciava o Evangelho em todas as cidades. Através deste dom, a igreja cresce e se reproduz.

Pastores

“… e outros para pastores e doutores” (Ef 4:11). O trabalho do pastor começa onde termina o trabalho do evangelista. Este vai ao mundo, levando as boas novas do Evangelho, trazendo almas perdidas a Cristo. Então começa o trabalho daquele que pastoreia os cordeiros e as ovelhas.

O Senhor Jesus é o Bom Pastor que dá a Sua vida pelas ovelhas (Jo 10:11). Ele é o Grande Pastor que ressuscitou por nós (Hb 13:20). Ele é o Sumo Pastor que virá nos buscar (I Pe 5:4). Aquele que tem o dom de pastorear há de mostrar, em alguma medida, as características do Bom Pastor, juntamente com as do Grande Pastor, e as do Sumo Pastor. Em outras palavras, ele vai mostrar um amor sacrificial, dando-se a si mesmo em benefício das ovelhas do Senhor; ele vai viver para cuidar delas; ele procurará sempre a felicidade e o bem-estar do rebanho.

No VT lemos de um pastor insensato que não fez a vontade de Deus, e isto mostra, do ponto de vista negativo, como é o trabalho do pastor. Refiro-me a Zc 11:16: “Eis que suscitarei um pastor na terra, o qual não visitará as desgarradas, nem procurará as espalhadas, nem curará a quebrada, nem apascentará a sã”. O que este não faz é exatamente o que o pastor faz.

O dom de pastor, portanto, é facilmente reconhecido. É aquela pessoa que o Senhor dá à igreja, que:

Visita os que estão desgarrados. No caso de haver irmãos ou um irmão em perigo espiritual, devido à doutrinas falsas ou outras coisas, aquele que é um verdadeiro pastor os visita. Ele não espera que as ovelhas o procurem; ele toma a iniciativa; ele vai visitar. Muitas vezes, ele vê o perigo mesmo antes daquele que está em perigo. A finalidade destas visitas é livrar aquele irmão ou irmã. Ele ama as ovelhas, e está pronto a dar-se a si mesmo por elas.

Busca os espalhados. Quando uma ovelha se desgarrou, caindo no laço do inimigo, apesar das visitas que procuravam livrá-la, o pastor não a abandona; ele busca. Outra vez vemos o seu amor produzindo ação, levando-o a tomar a iniciativa e sair em busca da ovelha. A parábola do pastor que saiu para buscar a ovelha perdida (Lc 15:4-7) é uma boa ilustração do trabalho dos pastores na igreja local.

Sara os quebrados. Ele percebe quando a saúde espiritual de algum membro da igreja está abalada, e sabe qual o remédio a aplicar. Vemos o seu cuidado e interesse, bem como o seu conhecimento.

Apascenta os sãos. Mesmo entre aqueles que mostram saúde espiritual, o pastor trabalha incansavelmente, apascentando-os. Isto implica em fornecer-lhes alimento adequado — um ministério da Palavra de Deus dado por ele mesmo, ou por outros convidados para isto.

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