Perguntas sobre o Espírito Santo

Dons Espirituais Cap. 7 Dons permanentes (i)

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Ronald Watterson   

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Cap. 7 — Os dons permanentes (i)

Já consideramos dois grupos de dons — os fundamentais e os dados como sinais. Notamos que todos estes dons já cessaram. Mas ainda há um terceiro grupo, que para nós é o mais importante, porque trata de dons que ainda estão conosco, pois são necessários para a igreja até a vinda do Senhor Jesus.

Sem dons espirituais, seria impossível fazer uma obra espiritual. Um homem natural pode ensinar e pode fazer discursos, mas nunca poderá fazer uma obra espiritual, nem tão pouco agradar a Deus (veja Rm 8:8; I Co 2:14). Portanto, se nós queremos agradar a Deus e fazer algo aqui que Lhe dê prazer, precisamos de dons espirituais. E precisamos saber quais os dons que possuímos e como devemos usá-los.

Antes de examinar os dons permanentes mencionados no NT, quero tornar a salientar que cada cristão tem pelo menos um dom. Não há nenhum membro do corpo de Cristo que não tenha uma função necessária.

Meu irmão, minha irmã, isto lhe confere uma dignidade espiritual que deve fazer-lhe forte e inabalável. O seu serviço, por mais humilde que pareça aos olhos dos irmãos, é importante aos olhos do Senhor que lhe conferiu o dom. O seu serviço é necessário para a realização dos propósitos do Senhor.

Este dom, porém, lhe traz muita responsabilidade. Se o Senhor lhe confiou um dom, ele vai pedir contas do uso que você fez dele.

Que todos nós saibamos usar os dons que temos, na dignidade desta vocação sagrada, cônscios da grande responsabilidade que agora é nossa.

I Coríntios cap. 12

Considerando as listas de dons na ordem cronológica, encontramos a primeira em I Coríntios cap. 12. A maioria dos dons mencionados aqui já cessaram; eram fundamentais ou sinais. Há, porém, alguns que ainda continuam em uso, e vamos considerá-los um por um.

Palavra da sabedoria

“Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria” (I Co 12:8). Observe bem que não se trata do dom da sabedoria, mas sim da palavra da sabedoria. A palavra é o meio usado para comunicar os nossos pensamentos ou desejos aos outros. Este dom é a capacidade dada por Deus para comunicar sabedoria aos outros. Falaremos mais sobre este dom ao considerarmos o próximo, pois são dois dons semelhantes.

Palavra do conhecimento

“E a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra do conhecimento” (I Co 12:8 — ARA) Este dom é semelhante ao anterior, pois não é simplesmente o dom do conhecimento, e sim, da palavra do conhecimento. É a capacidade que Deus dá de transmitir conhecimento aos outros. A palavra traduzida “ciência”, na ARC, quer dizer conhecimento.

A distinção entre sabedoria e conhecimento é importante. O conhecimento, em si, pode ser uma coisa boa ou má, dependendo do uso que fazemos dele. A sabedoria é essencial para que possamos usar o conhecimento que temos para fins proveitosos. Até mesmo conhecimento bíblico pode ser perigoso, se não houver sabedoria espiritual para usar este conhecimento para a glória de Deus, na edificação da Sua igreja.

Note a ordem em que se encontram estes dois dons. Primeiro, a palavra da sabedoria, e depois a palavra do conhecimento.

Ambos estes dons são necessários àquele que vai ensinar a igreja de Deus. Mais adiante vamos considerar o dom de ensinador, portanto, agora será suficiente dizer que estes dois talvez sejam dois aspectos do dom mais amplo — o de ensinar — ou talvez o ensinador seja aquele que tem capacidade de ensinar a igreja em reuniões públicas, ao passo que aquele que tem a palavra da sabedoria ou a palavra do conhecimento, seja aquele irmão que sabe dar uma palavra oportuna, em particular, transmitindo a sabedoria ou conhecimento necessários para a ocasião.

Muitos não concordam com aquilo que acabamos de afirmar, isto é, que estes dois dons são permanentes. Acreditam que o dom da “palavra do conhecimento (ciência)” é o que temos no cap. 13:8: “havendo ciência, desaparecerá”. Creio, porém, que a palavra “outro” (que vamos considerar no parágrafo seguinte) claramente indica que são dons de gêneros diferentes. Note bem que o Espírito não fala em 12:8 de conhecimento (ou ciência), mas sim da palavra do conhecimento (ou ciência) — não da ciência em si, como no cap. 13, mas da capacidade de transmitir o conhecimento — um dom que cada ensinador precisa ter.

“Outro”

Devemos observar a freqüente repetição da palavra “outro”, nos vs. 8 a 10 de I Coríntios 12. Ocorre 8 vezes em 3 versículos. O que não é aparente, porém, na nossa versão portuguesa, é que a palavra “outro” traduz duas palavras gregas. Seis vezes encontramos a palavra grega allos, que significa outro do mesmo gênero, e duas vezes encontramos a palavra grega heteros, que significa outro de gênero diferente.

As duas ocorrências de heteros, portanto dividem a lista de dons em três partes: a primeira ocorrência neste parágrafo está no começo do v. 9, e a segunda ocorrência aparece depois da menção do dom de discernir os espíritos (v. 10). Portanto, o primeiro grupo tem dois dons do mesmo tipo — ou seja, a palavra da sabedoria e a palavra da ciência. Depois temos um grupo de cinco dons de natureza diferente, isto é, os de fé, de curar, de milagres, de profecia e de discernir os espíritos. O terceiro grupo, línguas e interpretação de línguas, é de natureza diferente, pois é separado do segundo grupo pela palavra heteros. Portanto, podemos dividir estes nove dons em três grupos, como segue:

Dois dons do mesmo tipo — v. 8;

Cinco dons de gênero diferente — vs. 9-10a;

Dois dons diferentes — v. 10b.

Notando estas divisões, podemos ver:

Dois dons permanentes — v. 8;

Cinco dons temporários para judeus e gentios — vs. 9-10a;

Dois dons temporários, para os judeus — v. 10b.

Doutores (ensinadores)

“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores …” (I Co 12:28).

Já consideramos os dois primeiros dons neste versículo — apóstolos e profetas — no capítulo sobre os dons fundamentais; agora temos outro dom permanente — o de doutores. A palavra traduzida “doutores” significa ensinadores. Este dom é mencionado várias vezes no NT. Na lista de dons em Romanos 12 lemos do dom de ensinar, e na de Efésios 4, lemos outra vez de doutores (ensinadores).

Vemos dois aspectos do dom nestas referências. O dom de ensinar (Rm 12:7) é a capacidade que Deus dá a alguns dos Seus servos para ensinar aos outros; o dom de ensinador é aquela mesma pessoa dada como dom à igreja.

Temos um exemplo deste dom em Antioquia. “E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores” (At 13:1). Este versículo nos ensina que o dom de doutor é distinto do de profeta. A lista de I Coríntios 12, que estamos considerando, confirma isto, pois os dois dons são mencionados separadamente (v. 28). Veja também Rm 12:6 e 7, e Ef 4:11.

A diferença entre o profeta e o ensinador está na maneira de receber a mensagem. O profeta recebia uma revelação diretamente de Deus e a transmitia ao povo. O ensinador recebe a sua mensagem, igualmente de Deus, mas através do estudo da revelação escrita, a Bíblia. Na entrega da mensagem, não há diferença. Aquele que transmitia a palavra do Senhor baseado na revelação que Deus lhe dera, ou por visão ou por sonho ou por outro meio excepcional, era profeta; aquele que transmite a palavra de Deus baseado no estudo da palavra escrita, é ensinador. O ensinador de hoje ocupa o lugar do profeta do passado. Vemos uma confirmação disto nas palavras de Pedro: “Houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores” (II Pe 2:1).

Gostaria de voltar ao VT para buscar uma ilustração, que nos mostra o que é um verdadeiro ensinador, e como ele trabalha. Refiro-me a Esdras. “Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a lei do Senhor e para a cumprir e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus direitos” (Ed 7:10). Note a decisão dele. Ele preparou o seu coração. Veja o que ele resolveu fazer, notando especialmente a ordem:

Buscar a lei do Senhor. Ele seria, antes de tudo, um estudante da Palavra de Deus; compare Sl 1:1-3.

Cumprir a lei do Senhor. Além de estudante da Palavra, ele seria praticante da mesma. Somente aquele que pratica a Palavra de Deus é que tem o direito moral e espiritual de ensiná-la aos outros.

Ensinar os seus estatutos e os seus direitos.

Que haja entre nós aqueles que buscam a Palavra de Deus de todo o seu coração, para estudá-la e para praticar fielmente o que aprendem, custe o que custar. Então haverá entre nós ensinadores dados pelo Senhor como dons à Sua igreja.

Socorros

“Depois milagres, depois dons de curar, socorros …” (I Co 12:28). Depois de falar dos ensinadores, Paulo cita dois dons dados como sinais, que já consideramos. Em seguida, encontramos o dom de socorros.

A palavra traduzida “socorros” significa auxílios — um que ajuda. O verbo correspondente é usado em Lucas 1:54, onde lemos que o Senhor auxiliou a Israel. Paulo diz que deixou um exemplo aos anciãos da igreja em Éfeso, mostrando-lhes como deveriam auxiliar os enfermos (At 20:35).

Este dom pode se manifestar de muitas formas na igreja, dependendo da necessidade e da hora. É aquela disposição e aptidão para ajudar. Em contraste, há muitos cristãos que querem liderar — estão dispostos para qualquer trabalho, por mais árduo que seja, contanto que eles tenham o papel principal. Não querem ajudar; querem que outros os ajudem.

Este dom reflete a humildade de espírito que caracterizou o nosso Senhor; requer um amor sincero e verdadeiro que está disposto a trabalhar despercebido, no lugar que os homens consideram inferior.

É um dom importantíssimo. Se entendermos o seu valor, talvez poderemos compreender por que o Senhor disse que há primeiros que serão derradeiros, e muitos derradeiros que serão primeiros (veja Mt 19:30).

Governos

“… governos, variedade de línguas” (I Co 12:28). Completando a lista de I Coríntios cap. 12, temos este dom de governos, e o de variedade de línguas. Este último, já consideramos.

Esta é a única ocorrência no NT da palavra traduzida “governos”, mas a palavra correspondente, que indica a pessoa que governa, aparece duas vezes, em At 27:11 e Ap 18:17. Em ambos os casos refere-se àquele que dirigia navios.

Isto nos ajuda a entender o que o Espírito Santo está dizendo aqui. Fala daquele dom concedido a alguns, capacitando-os a guiar a igreja de Deus. Um homem carnal pode mandar, mas Deus não quer que haja mandões na Sua igreja. Ele diz que o presbítero deve ter o cuidado do rebanho de Deus, “não como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (I Pe 5:3). Ele deve seguir o exemplo do Senhor, o Bom Pastor, que disse: “As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, e Eu conheço-as e elas Me seguem” (Jo 10:27). O ancião não manda na igreja; ele guia. Cada ancião precisa deste dom de governos, para saber guiar o povo de Deus nos caminhos que agradam ao Senhor, bem como livrá-lo dos perigos e laços do inimigo.

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