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Hitler e o antissionismo dos nazistas

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Hitler e o antissionismo dos nazistasDurante a Guerra Fria, a União Soviética, seus aliados do Pacto de Varsóvia e a extrema-esquerda ocidental espalharam uma variedade de mentiras sobre a história do sionismo. A mais famosa dessas falsidades foi a…

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Jeffrey Herf

Comentário de Julio Severo: O sionismo, movimento que trabalhou pela fundação do moderno Estado de Israel, era composto na maioria por judeus que acreditavam e seguiam o marxismo. Como este artigo mostra, mas sem se aprofundar, Hitler havia, antes da 2 Guerra Mundial, permitido que judeus alemães se mudassem para a “Palestina,” onde com outros judeus europeus eles estabeleceram os kibutzes, comunidades agrícolas marxistas. O ódio antissionista de Hitler se misturava ao ódio antijudeu e antimarxismo, especialmente porque desde o nascimento da União Soviética até o reconhecimento do Estado de Israel, marxismo e judeus andavam juntos de forma predominante. O site judeu conservador Breitbart, em seu artigo “Israel é o grande sucesso do socialismo fracassado,” apontou acertadamente que o Israel moderno foi fundado por marxistas. E meu artigo “O antimarxismo estridente de Hitler” mostra que enquanto a Alemanha nazista hostilizava abertamente os judeus e o marxismo soviético, a União Soviética abraçava o marxismo e os judeus. Outra fonte de destaque no meu artigo é o magnata empresarial americano Henry Ford, que escreveu o livro “O Judeu Internacional: O Principal Problema do Mundo,” publicado nos EUA em 1920. Para conferir como Ford tinha, como Hitler, um ódio simultâneo ao marxismo soviético e aos judeus, confira meu artigo “O antimarxismo estridente de Hitler,” que mostra que a origem do ódio antimarxista deles era por causa do papel preponderante dos judeus no marxismo soviético. Conforme o escritor católico Giulio Meotti revela em seu livro “O Vaticano contra Israel,” a primeira tradução para o árabe da propaganda antissionista “Protocolos dos Sábios de Sião” foi traduzida por católicos. A escritora judia Janet Levy diz: “A Igreja Católica ajudou a promulgar o embuste antissemita de um plano judeu para a dominação global, conforme estabelecido nos Protocolos dos Sábios de Sião. A primeira tradução dessa calúnia sanguinária foi traduzida por cristãos árabes e publicada por um jornal da comunidade católica em Jerusalém, em 1926. Quando Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha, o Vaticano foi o primeiro Estado a reconhecer formalmente a legitimidade do Terceiro Reich e manteve relações diplomáticas com o governo nazista até o final da guerra.” Por causa de seu antissionismo histórico, o Vaticano só veio a reconhecer o Estado de Israel na década de 1993, exatamente 45 anos depois, demorando muitas décadas, mas sem demora reconheceu o espúrio Estado da Palestina, que desde o início tinha ligações nazistas. A União Soviética foi o primeiro país do mundo a reconhecer oficialmente o Estado de Israel, mas ao se alinhar mais aos árabes por interesses geopolíticos antiamericanos teve o fim merecido. Leia agora o artigo de Jeffrey Herf:

Hitler e o antissionismo dos nazistas

Durante a Guerra Fria, a União Soviética, seus aliados do Pacto de Varsóvia e a extrema-esquerda ocidental espalharam uma variedade de mentiras sobre a história do sionismo. A mais famosa dessas falsidades foi a afirmação de que Hitler e o regime nazista tinham sido apoiadores do sionismo. Era uma falsidade que se encaixava bem com outra grande mentira da propaganda comunista na Guerra Fria, ou seja, que o sionismo em si é uma forma de racismo. Se este fosse o caso, faria sentido lógico que os racistas, tais como Hitler, apoiassem o sionismo. O fato é, porém, que Hitler e os nazistas desprezavam o sionismo e fizeram todo o possível para derrotá-lo.

Ken Livingstone, o ex-prefeito de Londres e uma figura de destaque de longa data da esquerda britânica, repetiu agora o mito do apoio nazista ao sionismo[1]. No entanto, o que era um slogan útil e padrão dos regimes e partidos comunistas, como de toda a extrema-esquerda ocidental durante a Guerra Fria, agora enfrentou a oposição de alguns membros do Partido Trabalhista britânico. Que um homem tão proeminente quanto Livingstone, a quem os cidadãos de Londres elegeram como seu prefeito por oito anos, repetiu tal lixo diz muito sobre as ideias que têm circulado naquela que se apresenta como uma grande cidade cosmopolita. Pelo menos parte da esquerda da Grã-Bretanha afundou ao nível de uma pocilga intelectual provinciana. Livingstone e aqueles que concordam com ele se esquecem dos seguintes fatos históricos bem comprovados.

Em primeiro lugar, Hitler desprezava o sionismo. Na verdade, ele ridicularizava a ideia, pois estava convencido de que os judeus seriam incapazes de estabelecer e, em seguida, defender um Estado. Mais importante, ele e seu governo viam a perspectiva de um Estado judeu na Palestina como parte da conspiração judaica internacional mais ampla, que sua imaginação febril apresentava como uma terrível ameaça para a Alemanha. Enquanto (depois de roubar-lhes a maior parte de suas posses) os nazistas permitiram que alguns judeus alemães deixassem o país na década de 1930, a fim de viajar para a Palestina, essa política era impulsionada principalmente pelo desejo de se verem livres dos judeus na Alemanha e não para que criassem um Estado judeu na Palestina. Ao final de 1930 o grão-mufti de Jerusalém, Haj Amin al-Husseini, que mais tarde colaborou com os nazistas em Berlim no tempo da guerra, tinha informado a diplomatas alemães em Jerusalém que a entrada de judeus alemães na Palestina estava irritando os árabes locais. Por suas próprias razões, os nazistas cortaram a emigração judaica em 1941 para perseguir seu objetivo de assassinar os judeus da Europa.

Esta ignorância sobre as implicações do Holocausto é impressionante. Como lembrou a historiadora israelense Anita Shapira, é apenas uma meia-verdade dizer que Israel foi fundado por causa do Holocausto. A outra metade da verdade é que, literalmente, milhões de judeus na Europa, que poderiam ter contribuído para o estabelecimento do Estado judeu na Palestina, não pode fazê-lo porque os nazistas os tinham assassinado. O Holocausto em si foi um enorme golpe para o projeto sionista.

Em segundo lugar, Livingstone mostra uma ignorância da história da Segunda Guerra Mundial no Norte da África. Em novembro de 1941, Hitler prometeu ao mufti, que então vivia em Berlim: se e quando os exércitos alemães fossem bem-sucedidos no Cáucaso, eles avançariam para o sul e destruiriam as populações judaicas que viviam em áreas controladas pela Grã-Bretanha no Norte da África e no Oriente Médio. No verão e no outono de 1942, o Afrikakorps do general alemão Erwin Rommel avançou da Tunísia para o leste, sendo confrontado pelas forças da Austrália, da Nova Zelândia e da Grã-Bretanha na batalha de El Alamein, no Egito. A propaganda nazista naquelas semanas e meses pedia aos ouvintes árabes para “matarem os judeus”, sem considerar quaisquer distinções entre sionistas e judeus. Como os historiadores alemães Martin Cuppers e Klaus Michael Mallman demonstraram no livro Nazi Palestine: The Plans for the Extermination of the Jews of Palestine [Palestina Nazista: os Planos Para o Extermínio dos Judeus da Palestina], foi apenas a vitória dos Aliados sobre as forças de Rommel em El Alamein que impediu a chegada de unidades das SS ansiosas para levar a cabo assassinatos em massa de judeus do Norte da África e do Mandato Britânico da Palestina. Livingstone não parece familiarizado com esta página gloriosa na história do antifascismo britânico.

Enquanto as ações falam mais alto que as palavras, a propaganda nazista, destinada tanto ao público alemão quanto aos árabes do Norte da África e do Oriente Médio, constantemente denunciava a Grã-Bretanha, os judeus e o sionismo. Esta inundação nazista de ódio antissionista e antijudaico está documentado no meu livro Nazi Propaganda for the Arab World [Propaganda Nazista Para o Mundo Árabe], que os líderes do Partido Trabalhista realmente deveriam ler. Os propagandistas nazistas afirmavam que um Estado judeu na Palestina seria um “Vaticano para os judeus”, isto é, um centro de poder de uma conspiração judaica internacional e, portanto, uma ameaça para a Alemanha. Eles também argumentavam que uma vitória aliada seria uma vitória para os judeus. Eles repetiam a mentira de que um Estado judeu na Palestina seria uma ameaça para a religião islâmica em todo o Oriente Médio árabe. O sionismo era descrito como uma forma de “imperialismo judeu” que estava ligado ao imperialismo britânico e norte-americano, e até mesmo ao “bolchevismo judeu” em Moscou. Nos anos pós-guerra, neonazistas e islâmicos no Oriente Médio viram o estabelecimento do Estado de Israel como confirmação dessas teorias da conspiração antissemitas nazistas. Em suma, em palavras e atos, a Alemanha nazista fez tudo o que podia para garantir que nunca iria surgir um Estado judeu na Palestina.

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Livingstone parece mal informado sobre o papel decisivo do antifascismo britânico na Segunda Guerra Mundial em derrotar os esforços da Alemanha nazista para assassinar quase um milhão de judeus do Norte do África e do Oriente Médio. Um dos grandes sucessos das campanhas de propaganda da Guerra Fria travada pela União Soviética, seus aliados do Pacto de Varsóvia, dos países árabes mais hostis a Israel, assim como da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) foi a supressão da história real do antissionismo nazista e até mesmo do papel que a União Soviética desempenhou para ajudar a derrotá-lo. Nos anos imediatos ao pós-guerra, antes que os líderes soviéticos tentassem eliminar a influência ocidental no Oriente Médio e obter o controle sobre o suprimento do petróleo da região para a Europa Ocidental, a União Soviética apoiou a criação do Estado de Israel. Depois de os “expurgos anticosmopolitas” do início dos anos 1950, a história do sionismo soviética tornou-se tão constrangedora quanto a história real do antissionismo nazista. Nem um deles se encaixa nos dogmas do anti-imperialismo comunista, que, ao que parece, se infiltraram em algumas fileiras do Partido Trabalhista.

Antissemitismo, como todas as formas de racismo e ódio religioso, é construído sobre mentiras e distorções do passado e do presente. Em todo o mundo, Londres significa sofisticação, cosmopolitanismo e, muitas vezes, a compreensão da história. Quando o ex-prefeito da cidade revela o quão pouco sabe sobre a Segunda Guerra Mundial e o papel da Grã-Bretanha na mesma, é preciso perguntar-se o que aconteceu com as qualidades que admiramos na vida intelectual britânica.

Fonte: Julio Severo

Divulgação: Eismeaqui.com.br

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