Sem dúvidas, a crucificação de Jesus foi o maior acontecimento da história, mudando, inclusive, nossa forma de medir o tempo (A.C/D.C). Para alguns, a morte de Cristo nada mais é do que a de um lunático com grandes aspirações. Outros choram a perda de um grande líder religioso, sem crer em sua ressurreição.
De certo, a morte de Jesus Cristo atingiu a vida de muitas pessoas ao longo da história, mesmo daqueles que não acreditam em sua ressureição. Para nós, os cristãos, a crucificação de Jesus é prova de amor, graça, redenção e salvação. Afinal, Ele se entregou voluntariamente por nós; tomou sobre si a nossa culpa e sofreu a condenação que cabia a nós, reestabelecendo o relacionamento entre Deus e os homens.
A cruz é também um símbolo
Além de seu sentido espiritual e de seu significado no plano de salvação, a cruz também possui um caráter simbólico especial.
Sabemos que ela é constituída por duas peças de madeira – uma vertical e outra horizontal. Em uma leitura analógica, as duas ripas de madeira cruzadas representam os mandamentos basilares do cristianismo:
“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. [Mateus 22:37]”
“E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” [Mateus 22:39].
A ripa vertical simboliza o nosso relacionamento com Deus
O primeiro mandamento trata da intimidade entre o Pai e seus filhos, sendo esse o objetivo de todas as coisas. Afinal, fomos criados para nos relacionar com o criador e glorificá-lo . Portanto, nada é mais importante que adorar e amar a Deus.
No exemplo de Jesus, aprendemos a importância de nossas ações na busca por Deus.
“Ele, porém, retirava-se para os desertos, e ali orava” [Lucas 5:16].
Cristo separava momentos para estar com Deus entre os seus muitos afazeres e nós devemos seguir o mesmo princípio. Na cruz, encontramos todos os motivos para se render ao Pai e buscar conhecê-lo dia após dia.
A haste horizontal representa o relacionamento entre os irmãos
Cristo nos ensina que o amor ao próximo é sinônimo de transformação pessoal, entendimento da graça e do favor que obtivemos de Deus. Quando recebemos de Deus, precisamos levar esse amor e essa graça para outros. Por isso, é tão importante amar ao próximo com ações e com o coração. Da mesma forma que amamos ao Pai, devemos amar a nossos irmãos.
O amor e a compaixão devem ser os traços mais fortes dos seguidores de Jesus, pois Ele agiu dessa forma em todo tempo que esteve nessa terra.
“E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores” [Lucas 7:13];
“E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas” [Marcos 6:34];
“E, Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos” [Mateus 14:14].
O último elemento da cruz é a própria pessoa de Cristo
Ele foi responsável pela união entre Deus e os homens. Somente em Jesus, conseguimos participar desse relacionamento pleno e perfeito com a trindade. É Jesus quem nos conduz ao Pai:
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. [Joao 14:6]
Da mesma forma, Ele nos ensina sobre o relacionamento igualitário para com o próximo:
“Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou” [Joao 13:16].
Conclusão
A cruz é o símbolo perfeito do Cristianismo e daquilo que é mais importante na caminhada da fé: o relacionamento com Deus, com o próximo e a transformação cotidiana por meio da pessoa de Jesus Cristo.
O encontro com Jesus Cristo é tão forte e sobrenatural que reordena as nossas prioridades e até mesmo a nossa cosmovisão – como percebemos as coisas e o mundo ao nosso redor.
Quando Saulo (depois apóstolo Paulo) se encontra com Cristo, sua forma de compreensão sobre espiritualidade é transformada e o seu interior também.
O capítulo 9 de Atos dos Apóstolos descreve:
“Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes e pediu-lhes cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de levar presos, a Jerusalém, todos os homens e mulheres que seguissem essa doutrina”.
Já em Damasco, após seu encontro com Cristo, Saulo recebe o batismo por meio de Ananias, um cristão comum, mas dócil ao Espírito Santo. O agora discípulo de Jesus também muda de nome, passando a chamar-se Paulo. Ele exercerá papel decisivo na expansão do Evangelho de Cristo entre as nações e será reconhecido pelo título de Apóstolo dos Gentios.
Ao olhar para a cruz e ao encontrar com aquele que foi apregoado nela, somos transformados radicalmente – a ponto de mudarmos o nosso trato com o outro, os nossos objetivos e pilares que regem a nossa vida.
Que o seu encontro com Cristo seja real, transformador e poderoso todos os dias. Quando estamos na presença dele, somos moldados por aquele que começou a boa obra e é fiel para terminar.
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