O livro Ética Para Viver Melhor traz um compilado de artigos de C.S Lewis sobre esse tema. Em 1943, Lewis – renomado professor universitário – classifica os três tipos de pessoas existentes no mundo e trata de assuntos que permeiam a nossa existência. Hoje, falaremos sobre isso.
O homem que vive apenas para o seu próprio prazer
Na Grécia antiga, nasceu o hedonismo, do grego hedonê, que significa prazer ou vontade. O mais célebre representante desse conceito filosófico foi Aristipo de Cirene, filósofo e discípulo de Sócrates. A doutrina dessa corrente diz que o prazer é o bem supremo da vida humana. Em seu sentido mais contemporâneo – utilitarismo de Stuart Mill – , esse prazer se traduz em felicidade para a maioria das pessoas.
Trocando em miúdos: é como se a vida fosse apenas sobre obter prazer. Nesse sentido, Lewis aponta que, para esse indivíduo, “o ser humano e a natureza nada mais são do que matéria-prima para ser usada da forma que ele bem entender”.
As relações sã descartáveis e o objetivo é ser feliz de forma egocêntrica.
O homem que reconhece alguma autoridade sobre ele
Ainda nessa definição, Lewis trabalha sobre um outro perfil de ser humano: aquele que reconhece a vontade de Deus ou que busca o bem social. Honestamente, ele luta por seus interesses até o limite de não prejudicar o próximo; é aquele sujeito que paga seus impostos em dia e busca ser um bom cidadão.
De acordo com Lewis, esse tipo de indivíduo é semelhante a um soldado ou estudante – atuando em temporadas, ora em férias e outrora em serviço. Perceba que seu comprometimento com o sagrado acontece de temporadas em temporadas – quando perde um emprego ou é acometido por uma doença. Nesse momento, o sagrado é utilitário e Deus presta serviço.
Você vai perceber, ao longo do texto, que esse perfil é um dos mais comuns na humanidade.
O homem que rejeitou as exigências do ego
Esse sim é homem escasso no mundo contemporâneo. Afinal, abrir mão dos interesses não é coisa fácil. C.S. Lewis categoriza esse perfil como descrito em Filipenses 1.21: aquele cujo viver é Cristo. “Essas pessoas resolveram o dificil problema de ajustar as exigências opostas do ego e de Deus com um expediente simples: rejeitando todas as exigências do ego. O velho egoísmo foi revirado, recondicionado e transformado em algo novo. A pessoa não se sente limitada pela vontade de Cristo, pois sua vontade é a de Cristo. Todo o tempo deles pertence a Ele, e, como eles pertencem a Cristo, o tempo lhes pertence.”
Curioso pensar nesse paradoxo: quando nos rendemos a Cristo, somos livres; quando dizemos não ao egoísmo; recebemos sim para uma vida plena.
Quem é você? Hedonista, meio termo ou vivo em Cristo?
A verdade é que a sociedade tem o costume de dividir o mundo entre dois lados: aquela velha luta entre o bem e o mal. Entretanto, ela ignora os membros do segundo grupo: as pessoas que não estão nem lá, nem cá. São elas, como já falamos, que ocupam a maior parte desse gráfico. Por não terem uma identidade concreta, elas são – na maioria das vezes – infelizes.
“O preço que a nossa consciência moral cobra por nossos desejos não nos deixa viver felizes”.
C.S Lewis
Por isso, enquanto estivermos nesse grupo, não seremos plenamente felizes e satisfeitos. Afinal, a culpa por não realizar “obras, segundo a lei moral” dói e pesa.
Os nossos esforços não bastam
Pela nossa natural incapacidade, não conseguimos obter sucesso por nossos próprios esforços. Por isso, quando se pensa em salvação, por obras, logo se vê fracasso. A salvação vem do alto, pois não conseguimos alcançá-la sem a “escada” divina. “Se o novo Eu, a nova vontade, não surgir em nosso interior como Deus quer, não somos capazes de produzi-los sinteticamente […] o preço de Cristo é muito mais fácil do que o esforço moral.”
Conclusão
Mais uma vez chegamos a esta maravilhosa conclusão: sem Cristo, nada somos; de nós, nada de bom pode fluir; sem Ele, não temos identidade, propósito e sentido. Tudo aponta para Jesus Cristo e sua maravilhosa redenção.
Que você rejeite as exigências do ego e se submeta ao “viver é Cristo”, de forma que não se consiga separar um do outro. Se fomos enxertados na videira, dela não podemos sair.
Fonte: Eis-me Aqui
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