REFERÊNCIA: Mateus 23.17
PROBLEMA: Jesus disse: “Quem […] chamar [a seu irmão]: ‘Tolo’, estará sujeito ao inferno de fogo” (Mt 5.22). Contudo, ele mesmo disse aos escribas e fariseus: “Insensatos e cegos!” (Mt 23.17, mesmo termo grego, moros). O apóstolo Paulo, imitando, disse: “O gálatas insensatos!” (Gl 3.1; 1ª Co 15.36).
SOLUÇÃO: Há boas razões para o fato de haver uma forte diferença entre os dois usos do termo “tolo”. Primeiro, esse é outro exemplo do princípio de que uma mesma palavra pode ser usada com diferentes significados em diferentes contextos (ver “Como abordar as dificuldades bíblicas”). Por exemplo, a palavra “cachorro” pode designar um animal como também pode ser aplicada a uma pessoa mau-caráter.
Segundo, em Mateus 5 essa palavra é usada no contexto de alguém que está “irado” com seu irmão, demonstrando ódio. Nem Jesus nem Paulo deram abrigo ao ódio para com aqueles aos quais aplicaram essa palavra. Assim, o uso que fizeram da palavra “tolo” não viola a proibição de Jesus quanto a chamar alguém de tolo.
Terceiro, tecnicamente falando, Jesus ordenou que apenas um “irmão” (Mt 5.22) não fosse chamado de “tolo”, não um incrédulo. De fato, a descrição bíblica do que seja um tolo é que ele é aquele que pensa assim: “Não há Deus” (Sl 14.1). Em vista disso, pode-se ver a seriedade de se chamar um irmão de tolo; é equivalente a chamá-lo de incrédulo. Portanto, quando Jesus, que “sabia o que era a natureza humana” (Jo 2.25), chamou incrédulos de “tolos”, usou a descrição mais apropriada do que eles realmente eram.
Fonte: Bíblia de Estudo – Perguntas & Repostas
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