Dúvidas Bíblicas - Cantares

Por que tantas pessoas que dizem interpretar a Bíblia literalmente “espiritualizam” o livro de Cantares?

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REFERÊNCIA: Cantares de Salomão 1.2

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PROBLEMA: Os cristãos evangélicos defendem a interpretação literal da Bíblia. Insistem em dizer que ela deve ser entendida em seu sentido normal, histórico e gramatical, e não num sentido oculto, místico ou alegórico. Tal postura acarretaria, por exemplo, no caso dos evangelhos, o liberalismo, negando assim a realidade histórica da vida, morte e ressurreição de Cristo. Entretanto, muitos evangélicos não tomam o Cântico dos Cânticos de forma literal, mas lhe dão um significado alegórico ou espiritual. Não há uma contradição nisso?

SOLUÇÃO: Há basicamente três interpretações do Cântico dos Cânticos: a literal, a alegórica e a prefigurativa.

De acordo com a interpretação literal, trata-se de uma história verdadeira sobre o amor do rei Salomão por sua esposa e o amor dela por ele, embora os eruditos não concordem a respeito de quem era essa esposa, entre as setecentas mulheres que ele teve, além das trezentas concubinas (1ª Rs 11.3). Alguns dizem que ela era a “filha do faraó” (1ª Rs 11.1), outros sugerem que era uma humilde virgem de nome Sulamita. Todos que assumem essa posição, porém, declaram ser uma história real do rei Salomão, sobre o caso de amor que ele teve com uma mulher. Acrescentam ainda que o livro tem o propósito de exaltar a beleza, a pureza e a santidade do matrimônio.

Aqueles que optam pela interpretação alegórica do livro esquivam-se das partes da história com descrições mais sensuais. Preferem ver um sentido mais profundo, tal como o amor de Yahweh por seu povo Israel (cf. Oseias) ou, numa amplitude maior, o amor de Deus por seu povo em geral.

Muitos cristãos preferem uma interpretação prefigurativa do livro, vendo-o como uma prefiguração ou um tipo de Cristo e seu amor pela igreja (cf. Ef 5.28-32). Essa posição é também contrária a tomar-se a história literalmente, insistindo, porém, que há um sentido espiritual mais profundo.

Qualquer que seja a aplicação que essa história de amor possa ter a respeito do relacionamento de Deus com seu povo, ou do amor de Cristo por sua igreja, a interpretação literal parece ser a melhor devido a duas razões básicas. Primeiro, é inconsistente alegorizar essa história e ter uma posição firme quanto a considerar os evangelhos e outras partes das Escrituras de forma literal. Segundo, o entendimento literal não contradiz nenhum outro ensino das Escrituras; pelo contrário, os demais ensinos são complementados dessa forma.

Deus instituiu o casamento (Gn 2.23-24). Deus criou o sexo e o deu aos seres humanos para desfrutarem-no dentro dos limites do matrimônio (Gn 1.27; Pv 5.17-19). Paulo declarou que o sexo deve ser exercido apenas no casamento monogâmico (1ª Co 7.1-5). Timóteo foi informado de que o sexo dentro do casamento não deveria ser proibido (1ª Tm 4.1-4), e que Deus “tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento” (1ª Tm 6.17). O Cântico dos Cânticos é um belo exemplo de um romance entre duas pessoas que verdadeiramente existiram, o qual exalta a visão bíblica do sexo e do casamento.

Como o casamento, de acordo com Paulo, é uma figura do amor de Cristo por sua noiva, a igreja, não há razão por que não possamos considerar essa história real de amor como uma ilustração do amor de Deus. Entretanto, dizer que a história não é literalmente verdadeira, ou que ela é um tipo de previsão do amor de Cristo pela igreja, vai além do que o texto está dizendo.

Fonte: Bíblia de Estudo – Perguntas & Repostas

Divulgação: Eis-me Aqui!

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