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Jesus foi mesmo um refugiado? Pesquisadores respondem

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O analista político Flavio Morgenstern e o teólogo Yago Martins falaram sobre o que poderia ou não fazer de Jesus um refugiado.

A recente entrevista com o presidenciável Jair Messias Bolsonaro no programa Roda Viva, na última segunda-feira (30), gerou inúmeros debates — chegando a praticamente uma discussão para cada pergunta feita ao candidato. Uma delas foi feita pelo jornalista Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo, e tratava sobre Jesus Cristo como um “refugiado“.

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O assunto tem sido tema de debates não somente entre cristãos e teólogos, mas também entre especialistas em outras áreas e pessoas que não professam nenhum tipo de fé. A pergunta que ficou foi a seguinte: “Jesus foi mesmo um refugiado?”.

O Guiame buscou diferentes explicações para o tema e encontrou opiniões do analista político Flavio Morgenstern e do teólogo Yago Martins, que falaram sobre a questão com embasamento bíblico e histórico, para lembrar o contexto em Jesus nasceu e respondendo a questões como “o que faria Dele um refugiado?” ou “por que Ele não seria um refugiado?”.

Há quem diga, que o jornalista tenha se baseado em uma declaração do Papa Francisco, que afirmava: “Encontramos Jesus no pobre, no rejeitado, no refugiado. Não deixemos que o medo nos impeça de acolher o próximo necessitado!”. Mas segundo o escritor, analista político, palestrante e tradutor Flavio Morgenstern, a maneira como o repórter colocou a afirmação de que ‘Jesus foi um refugiado’ acabou se tornando uma ‘fake news’ para simplesmente confrontar a opinião do candidato sobre a política de imigração.

“Bernardo Mello Franco, ao entrevistar Jair Bolsonaro, apenas jogou a palavra ‘refugiado’ sem uma definição adequada ao deputado, o único presidenciável a declarar ser favorável a uma política migratória mais estrita do que o modelo open borders forçado via entidades não-eleitas como a ONU. Como se Jesus fosse ‘refugiado’ no sentido moderno do termo”, explicou o escritor em sua coluna no site Senso Incomum.

“É a típica ‘lacrada’ da internet: uma frase de efeito, na maioria das vezes desprovida de substância e com uma palavra forte e da moda, como ‘refugiado’, que nunca é questionada. Uma aparência de vitória”, acrescentou.

O escritor então explicou que não tinha como Jesus ser um refugiado no conceito moderno do termo, pois apesar de não ter nascido na terra de seus pais, ainda continuava sob domínio do império romano, mesmo estando em Belém.

“Jesus nasceu durante uma viagem de seus pais para o recenseamento proposto por Herodes. Graças a isso, acabou nascendo em Belém, ao invés da terra natal de Maria, que era Nazaré. José, que era da linhagem de Davi de Belém, precisou realizar o censo naquele povoado. Seria de uma esquisitice atroz supor que ‘refugiados’ modernos são contados pelo censo exatamente de onde nascem”, afirmou.

“Ao invés de tentar aprender um cenário complexo como o Oriente Médio bíblico através de frases isoladas de jornal (ainda que do Vaticano), todo o cuidado é pouco ao lidar com tal tema. Para começar, porque o próprio Egito também fazia parte do Império Romano (um espanhol que fuja de seu país para a França dificilmente seria hoje chamado de ‘refugiado’)”, destacou.

Morgenstern também lembrou que Jesus e seus pais só poderiam ser classificados como refugiados “no sentido mais stricto e não-político (e muito menos moderno) do termo: a família de Jesus fugiu da Judéia, e portanto estava, de certa forma, ‘refugiada”.

Meias-verdades

O teólogo e escritor Yago Martins acrescentou que Jesus seria um refugiado no sentido literal da palavra, mas a classificação não caberia na argumentação do jornalista para sua pergunta, pois a situação de José, Maria e o bebê era um tanto diferente da que centenas de milhares de pessoas do Oriente Médio, África Ocidental e tantos outros vivem atualmente buscando refúgio na Europa, EUA, Brasil e outras regiões Ocidentais.

“O próprio Jesus encontrou um ambiente seguro de morada em outro país. Mas é difícil fazer uma aplicação direta disto a um contexto político moderno, de tentar criar políticas pró-fronteiras abertas, por exemplo, ou de receber uma massa enorme de refugiados, que vão fazer morada em um determinado contexto, criar novos guetos, ou até mesmo no contexto de expansão islâmica, onde receber novos refugiados está atrelado a uma série de polêmicas, envolvendo questões culturais e de segurança pública”, afirmou.

Confira a argumentação completa de Yago Martins no vídeo acima.

Fonte: Guia-me

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