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Os Dez Mandamentos (parte 1)

Os Dez Mandamentos (parte 1)
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A ética nos dez mandamentos permanece até os dias de hoje.

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Esta publicação é sobre a ética nos Dez Mandamentos e será dividida em duas partes. Inicialmente abordaremos a primeira tábua da lei que diz respeito às obrigações do homem para com Deus. No segundo post abordaremos a segunda tábua, que trata das responsabilidades do homem para com seu semelhante.

Qual é a primeira imagem que vem à mente ao se pensar nos Dez Mandamentos?

Talvez a icônica figura de Moisés segurando as duas tábuas, ou, quem sabe, a lembrança de um sistema de ordenanças antigas; ou ainda os primeiros livros da Bíblia com o povo de Israel rumando para a Terra Prometida…

O fato é que, em geral, ao pensarmos nos Dez Mandamentos temos uma ideia antiga e ultrapassada de ordenanças que geram determinado estilo de vida. Mas será que essa intepretação é correta? Será que o decálogo tem algum valor para você e para mim, cristãos do século XXI? A resposta é que sim!

Segundo Bruce Walke (professor do Seminário Teológico de Dallas):

“Os dez mandamentos não estão limitados pela Geografia ou pela História. Enquanto as demais leis foram elaboradas para Israel na Terra Prometida (Dt 5.31), os Dez Mandamentos não estão limitados ao tempo ou ao espaço. Aplicam-se a pessoas de todas as nacionalidades e todas as épocas. Exprimem a postura moral fundamental de Deus.”

Os Dez Mandamentos contêm uma força ética muito maior do que uma leitura superficial pode passar. Veremos essa característica analisando cada uma dessas ordenanças divinas. Antes, porém, precisamos ter alguns conceitos em mente.

A primeira ideia que deve estar clara é que foi Deus quem escreveu e determinou cada um dos mandamentos. Isso pode parecer óbvio, mas é exatamente pelo fato de ter sido um Deus perfeito, todo poderoso e bondosoo autor dessas ordenanças é que nos mostra o seu grande valor. Se Deus é perfeito, o que ele produz também o é! E mais, se somos criados à imagem e semelhança de Deus, quanto mais obedecermos Seus mandamentos, mais nos conformaremos à essa imagem. Ou seja, quanto mais vivermos de acordo com a vontade de Deus, mais nos pareceremos com Ele! Quanto mais nos afastarmos dessa vontade, mais longe da imagem e semelhança de Deus ficaremos.

Além disso, como seres criados por Deus, vivemos mais em plenitude quando seguimos suas ordenanças. Isso deve-se ao fato de vivermos da forma para a qual fomos feitos para viver! Dessa forma pode-se dizer que obedecer ao que Deus coloca diante de nós é viver uma vida plena. O que nos torna livres e completos não é viver da maneira que nos agrada, mas sim da maneira que agrada a Deus. Quanto mais o homem se afasta da lei do Senhor, mais se afasta de sua verdadeira humanidade.

A segunda ideia é a do pecado. Todos nós sabemos que, há muito tempo, o pecado entrou no mundo por meio de Adão e Eva. Desde então, o homem tornou-se pecador desde o nascimento (Sl 51.5, Rm 3.23). Por conta disso, Deus revelou sua vontade ao homem de maneira clara. Ele o fez, na maioria das vezes, de forma negativa, sabendo que nossa inclinação natural é dizer “sim” para o pecado. Como diz Van Til (filósofo holandês e apologista cristão):

“Se Deus deveria trazer sua lei ao conhecimento e obediência do homem, Ele teria que dizer mais vezes o que o homem não deveria fazer, do que o que deveria. As crianças, pelo fato de serem pecadoras, tentam ser lei em si mesmas. É impossível, então, os pais não dizerem mais frequentemente ‘não faça’ do que ‘faça’”.

Tendo em mente essas duas ideias de que os mandamentos são bons porque Deus os criou e de que os pecados nos afastam da obediência a Deus, vamos analisar cada um dos mandamentos e entender como eles podem ser aplicados em nossas vidas hoje:

  1. Não terás outros deuses além de mim

Deus deu seus mandamentos a Moisés e a Israel quando o povo trilhava do Egito para a Terra Prometida. Com base nesses escritos podemos imaginar a grande quantidade de ídolos e deuses falsos com os quais Israel se envolveu em sua antiga morada. Portanto, podemos entender que Deus estava advertindo o povo a não adorar mais àqueles falsos deuses que conheceram no Egito. No entanto, violar o primeiro mandamento é muito mais do que se prostrar a Baal, a Buda ou a Faraó. Segundo Michael Horton (Professor de Teologia e Apologética no Westminster Seminary, CA):

“Violamos o primeiro mandamento quando adoramos, confiamos, invocamos ou agradecemos a outro no lugar de Deus”.

Isso significa que, ao colocarmos qualquer pessoa, atividade ou mesmo hobbie, no lugar de Deus, quebramos o primeiro mandamento. Se alguma outra coisa, além do Senhor, é o que nos dá segurança e significado para viver, estamos idolatrando, seja o que for: trabalho, família, filhos, sucesso, dinheiro. Tudo que amamos a ponto de viver “em função de”, torna-se ídolo em nosso coração. Como disse Lutero: “deus é tudo a que nosso coração se apega e a cujos cuidados se entrega”.

Isso não significa que não possamos nos alegrar com essas coisas, mas que cada uma delas deve estar em seu devido lugar.

É bíblico e correto amar e cuidar da família, trabalhar da melhor forma possível, gastar bem o dinheiro. Mas todas essas coisas devem sempre ser servas do Senhor. Fazemos tudo isso para que Deus seja glorificado e para que Sua vontade seja cumprida. Se qualquer uma dessas coisas se tornarem um fim em si mesmas, como um ídolo em nossas vidas, quebramos o primeiro mandamento!

  1. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra.

O primeiro mandamento é sobre adorarmos o Deus correto. Já o segundo mandamento tem mais a ver com adorarmos a Deus da maneira correta.

Quando os israelitas fizeram o bezerro de ouro no deserto, eles estavam tentando adorar a Deus. No entanto, o utilizaram de maneira errada, reduzindo o Senhor à imagem de um bezerro. Isso nos mostra o zelo que Deus tem por um entendimento correto de quem Ele é.

Deus se revela a nós por meio das Escrituras e é levando-a em conta que devemos adorá-Lo e conhecê-Lo.

No momento em que criamos um deus à nossa imagem e semelhança, diferente do que a Bíblia revela, estamos quebrando o segundo mandamento. Isso acontece, por exemplo, quando cantamos louvores  centrados no homem, quando criamos doutrinas que não vêm de Deus e são contra sua Palavra.

Não devemos apenas adorar o Deus certo, mas também adorá-Lo da maneira que Ele se agrada.

  1. Não tomarás em vão o nome do SENHOR, o teu Deus, pois o SENHOR não deixará impune quem tomar o seu nome em vão.

Ai, meu Deus! Meu Deus do céu! Mano do céu! Quem nunca ouviu essas expressões? Usamos o nome de Deus de maneira tão automática que nem percebemos mais!

Mas será que é só nesses momentos espontâneos que usamos o nome do Senhor em vão?

Segundo Bruce Waltke (Professor americano, do Antigo Testamento e do Livro de Hebreus), a palavra em hebraico usada no mandamento dá ideia de que o nome de Deus está sendo pronunciado com falsidade ou frivolidade.

Todos já vimos, ao menos alguma vez, um amigo, um político e até mesmo um pastor usando o nome de Deus para dar “força” ao que se está dizendo. As pessoas pegam textos isolados e fora de contexto nas Escrituras e os usam para conseguir o que querem, distorcendo-os. Será que isso não é também usar o nome de Deus em vão, usar a Deus apenas para vencer um argumento ou conseguir o que se quer?

Além disso, ao nos declararmos cristãos e vivermos como ímpios, estamos também profanando o nome de Deus. Podemos afirmar que seguimos a Deus, mas o fazemos por interesses próprios. Não é à toa que Jesus disse que no julgamento muitos que professarem “Senhor, Senhor” serão julgados.

Por fim, sabe aquela mensagem de Whatsapp que você recebe dizendo: “Deus disse que você terá uma surpresa esta semana”. Ou aquelas profecias nas igrejas que falam em nome de Deus o que Ele nunca falou? Essas são maneiras erradas de usar o nome Deus, atribuindo a Ele algo que não fez, apenas para beneficio próprio.

Devemos ser zelosos e viver dignamente para não profanarmos o nome do Senhor.

  1.  Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo

Por conta da interpretação de alguns cristãos, este talvez seja um dos mandamentos mais controversos nos dias de hoje.

Não entrarei na discussão com a interpretação adventista porque não é o foco do texto. Mas para entendermos como podemos aplicar esse mandamento hoje é preciso ter algo claro em mente: Jesus é o nosso sábado. Isso fica explícito quando lemos, por exemplo, o capítulo 12 do livro de Mateus.

O sábado representava um descanso que hoje encontramos em Cristo. Era uma sombra do que podemos encontrar hoje no Senhor. Não é à toa que é o único dos 10 mandamentos que não é repetido no Novo Testamento, nosso descanso é muito maior que um dia, pois é eterno.

Mas então, quando quebramos esse mandamento?

O sábado judeu era um dia de descanso depois de todas as obras que as pessoas haviam realizado durante a semana, como trabalho e afazeres domésticos. Da mesma forma, Cristo é o descanso da obra que nunca conseguiríamos alcançar: obedecer a Deus inteiramente por nossas forças e sermos aceitos por nossas obras.

Assim, todas as vezes que não confiamos em Cristo, mas entendemos que é por nossas obras e por nossas forças que agradamos a Deus e que somos aceitos e salvos, quebramos o mandamento, nos esquecemos do que Cristo fez por nós e não descansamos nisso.

Pensar que a salvação vem pelas obras é mais do que uma interpretação teológica errada. É uma afronta!

Fonte: Teomídia

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