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O chamado ao amor

O chamado ao amor
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Se conhecemos algum tipo de amor é porque Deus nos concedeu essa condição. O verdadeiro amor, porém, se expressa na Igreja de Cristo.

Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve.

Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro.

Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.

Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.

Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.

Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor. Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito. E vimos, e testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo.

Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus. E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele.

Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo. – 1 João 4:4-17

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A carta do apóstolo João enfatiza, quase em sua totalidade, o movimento existente entre o crer e o praticar. E o crer é o que leva à prática do amor.

Por querer defender a doutrina da dupla natureza de Cristo, ou seja, que Jesus é ao mesmo tempo Deus e homem, o apóstolo João escreve essa carta destacando, principalmente nos primeiros versículos, que seus sentidos presenciaram o Cristo em carne e osso. Podemos ver, em 1João 1.1-4, quantas vezes o apóstolo enfatiza os sentidos de modo que podemos perceber que eles servem como prova de que Cristo veio em carne.

O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da Vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente mantenhais comunhão conosco.

Diante deste contexto, a carta de João vem fazer a ponte entre a fé e a prática. A materialização da ação de Deus no mundo após a encarnação da segunda pessoa da Trindade, Jesus Cristo, se dá pelo amor manifestado entre os irmãos. Não há outro modo, segundo João, de se reconhecer um filho de Deus a não ser pelo amor demonstrado por ele para com seus irmãos. Este é o critério.

– Quer ver a ação de Deus neste mundo? Observe, então, a Igreja de Cristo.

A pergunta que naturalmente surge ao lermos estes versículos de 7 a 17 do capítulo 4 é:

– Por que devemos nos amar?

  1. Devemos nos amar porque o amor procede de Deus.

Quando o texto diz que o amor procede de Deus, essa palavra no grego é uma preposição (ἐκ) e ela sugere algo que nasce de dentro para fora, que emana de algo ou a partir de.

Isso significa que o amor vem direto de Deus, nascendo dEle; ou melhor dizendo, Deus é o próprio amor. A natureza do ser de Deus é amorosa.

Temos a tendência de entender os atributos de Deus de maneira bem aristotélica, em caixas separadas como se não houvesse comunicação de um atributo com os outros. Mas a realidade não é essa. A justiça de Deus é permeada de amor, assim como o amor de Deus é permeado de justiça, tudo imerso na perfeição de Deus não podendo nenhum de seus atributos andar em desequilíbrio pendendo mais para um lado do que para outro.

Nossa eleição nasce na vontade perfeita e soberana da Trindade. Nossa existência foi desejada e preparada no seio de um amor sublime e pleno.

Na Trindade há uma relação perfeita de amor, alegria, autossatisfação e autoglorificação. Somente o amor poderia desejar expandir-se a ponto de criar seres humanos cuja criação traria para si maior glória aumentando seu deleite tanto em si mesmo como na sua criação.

Assim sendo, devemos amar porque Deus é amor.

“… e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (vs 7).

O que João está querendo dizer é que o conhecimento de Deus nos regenera e, em consequência disso, nos tornamos conforme à Sua imagem.

Portanto, se somos de Deus, nascidos de Deus, será amando que demonstraremos que de fato somos dele.

Não existe na nova vida uma fé apenas de palavra. O que prova que somos de Deus é o amor que temos para com nossos irmãos. Quanto mais crescermos em conhecimento de Deus, mais agiremos amorosamente para com o nosso irmão.

Calvino, em seu comentário de 1João apresenta uma excelente metáfora :

“Quando alguém separa a fé do amor é o mesmo que tentar remover o calor do sol”.

Não existe conversão sem amor, não existe igreja sem conversão, não existe crente que não ame!

Precisamos nos lembrar de que João, ao fazer essas afirmações, tem em mente a materialização da graça e da ação de Deus na vida da Igreja, por isso ele é prático e muito enfático quando diz que aquele que ama é nascido de Deus.

Quando fazemos uma afirmação, ela também sugere que seus opostos são falsos, ou seja, poderíamos entender também que quem não ama não é nascido de Deus. Mas João, que não quer deixar dúvidas diz exatamente isso no versículo 8.

Mas o apóstolo continua sua exposição sobre o tema e nos dá ainda mais motivos para que nos amemos.

  1. Porque Deus manifestou o amor dele em nós (vs 9).

“Nisto se manifestou o amor de Deus em nós…”

Nisto o quê? Qual a resposta dada pelo texto a essa pergunta?

Esse amor de Deus tratado por João revela-se no fato de Ele enviar Jesus Cristo para nos resgatar do nosso pecado e, consequentemente, da morte. Porém, esse resgate se inicia na eternidade, antes do tempo; e agora, no tempo, se materializa na morte e ressurreição de Cristo. Depois dessa remissão ter ocorrido, nós não vivemos mais em nosso próprio nome, à nossa própria maneira. João diz que passamos a viver por meio de Jesus.

Deus demonstra o seu amor primeiro (vs 10). É completamente estranha a noção de que o homem ama a Deus independentemente, de maneira autônoma. Amamos a Deus porque Ele nos amou e nos capacitou a amar.

É dessa maneira que vivemos… Sobre a maior expressão de amor que poderia ter sido demonstrada. Vivemos sobre a pessoa de Cristo, como se Cristo fosse a plataforma que nos sustenta nesse projeto.

É exatamente essa a ideia. Colossenses 1.13-23 confirma o fato de estarmos alicerçados em Cristo para que vivamos Nele e por meio Dele.

“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, o qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele residisse toda a plenitude e que havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda a criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro”.

O amor de Deus já foi revelado em Cristo. Já fomos regenerados e justificados. Para o apóstolo, a coisa mais natural a acontecer é que vivamos em amor mútuo; é a consequência natural de todo esse movimento da graça feito pelo nosso Deus.

Não é preciso esperar mais nada acontecer! Todas as coisas foram preparadas e nem que seja por constrangimento, temos o dever de amar nossos irmãos.

Porém, isso não é tudo! Há ainda mais motivos para que nos amemos!

  1. Porque amando os nossos irmãos nos tornamos testemunhas de Deus na terra (vs 12).

“Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós aperfeiçoado”.

Atrevo-me a fazer uma proposição aqui:

a. Deus é amor – “E nós conhecemos e crescemos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele” (vs 16).

b. O amor de Deus está em nós – “…aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele” (vs 16).

Logo…

c. Somos representantes, ou extensão, de Deus nesta vida – “… pois segundo ele é, também nós somos neste mundo”  (vs 17b).

Eu não sei o que vocês estão sentido agora. Acredito, porém, que deveríamos estar muito preocupados com essa determinante afirmação, pois não há como exagerar sua importância!

Nós somos representantes de Deus aqui na terra e isso é definido pela forma como amamos nossos irmãos.

Quando somos regenerados não nos conformamos mais com uma vida sem amor. Desejamos viver o amor que Deus preparou para que vivêssemos.

Que Deus transforme, diariamente, a nossa mente e o nosso coração para que possamos amar mais os nossos irmãos.

Cito, neste contexto, um texto muito significativo de Agostinho:

“Que eu te conheça, ó conhecedor meu! Que eu também te conheça como sou conhecido! Tu, ó força de minha alma, entra dentro dela, ajusta-a a ti, para a teres e possuíres sem mancha nem ruga…”

Quando Deus possui o nosso ser, Ele ajusta o que for preciso para agirmos como Ele deseja.

Lembra-se dos objetivos de João? De sua preocupação em materializar a Cristo? João desejava tornar real para a Igreja o que os seus olhos tinham visto, os ouvidos ouvido, as mãos apalpado e, até mesmo, como debruçara no peito do Mestre por ser o discípulo mais novo. Ele queria, com toda intensidade, tornar vívida a imagem que estava somente em suas retinas, pois ele tocara o próprio Deus.

Os apóstolos morreram, mas as imagens que viram permaneceram vivas em cada palavra das Escrituras Sagradas.

João afirma que, quando amamos nossos irmãos, somos a manifestação do amor de Deus aqui na Terra.

Quantas vezes buscamos Deus misticamente, esperando que Ele nos socorra, que fale aos nossos ouvidos de maneira sobrenatural. No entanto, a forma de encontrarmos Deus é no amor dos nossos irmãos. Esse amor também se manifesta em forma de socorro, de interesse por vidas!

Quer ser usado por Deus? Ame seu irmão, socorra-o, interesse-se por ele e busque-o se ele se afastar.

A Igreja é o plano de Deus para o mundo. A ação de Deus se manifesta pelo amor existente no seio da Igreja de Cristo.

Conclusão

  1. Todo amor procede de Deus. Quem não é de Deus não pode amar como Deus quer. Ele preparou tudo para que pudéssemos viver em amor, manifestando o que havia somente na realidade da Trindade. Hoje podemos experimentar do amor que Deus preparou para nós.
  2. Deus manifestou o amor dele em carne. Só podemos amar porque Ele nos amou primeiro (1Jo 4.19). A graça nos alcançou e somos eternos devedores desse amor. Amemo-nos, nem que seja pelo constrangimento de termos sido o alvo desse tão grande amor de Deus!
  3. O nosso amor é testemunha e extensão de Deus na terra. Amemo-nos uns aos outros, pois assim agiremos como nascidos de Deus, participantes de Sua mesma natureza amorosa.

Aplicação

  1. Precisamos criar oportunidades de encontro com nossos irmãos.
  2. Precisamos falar do evangelho uns com os outros, pois o conhecimento da obra de Cristo nos fará mais conhecedores do amor de Deus.
  3. Precisamos lutar contra o espírito desta época que mata nosso tempo. Relacionamento é tempo.
  4. Precisamos amar a Igreja de Cristo, pois é na Igreja que o amor de Deus se manifesta de forma mais abundante.

Fonte: Teomídia

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