Estudos Bíblicos Estudos da Semana Notícias Gospel Teologia Sob Medida

Disciplina na Igreja

Disciplina na Igreja
Hotel em Promoção - Caraguatatuba

A disciplina é um assunto explícito nas Escrituras. A Igreja de Cristo deve utilizar-se desse instrumento da disciplina.

Receba Estudos no Celular!

Nos últimos tempos a disciplina na Igreja “saiu de moda”. A simples menção da palavra disciplina tornou-se quase uma heresia para muitos ouvidos, principalmente aos mais afeitos ao liberalismo teológico, tornando este assunto difícil de ser abordado.

No entanto, é preciso entender que a Bíblia trata desse tema e, se a Bíblia o faz, não estamos autorizados a ignorá-lo.

Por esse motivo, cito uma frase de Jonathan Leeman do livro “Disciplina na Igreja” (Edições Vida Nova):

“Disciplina eclesiástica é uma implicação do Evangelho“.

É preciso compreender que o Deus Criador ao dizer “haja luz” colocou todas as coisas em ordem através de leis naturais e morais, que são demonstradas cotidianamente na vida. Essas leis são mais fortes do que qualquer vontade humana de quebrá-las. Por exemplo, dia e noite continuam sendo dia e noite, mesmo que alguém durma durante o dia e trabalhe à noite. A minha prática não altera as leis da natureza; ao contrário, o meu corpo se ressentirá se eu desrespeitar algo tão vital. O mesmo acontece na quebra de leis morais. Uma determinada prática, como o homossexualismo, não altera a classificação sexual que Deus fez de homem e mulher. Do mesmo modo, tais práticas trarão danos aos corpos daqueles que praticam tais coisas, como descrito em Romanos 1.

A mesma coisa se dá no âmbito da Igreja de Cristo.

Veja também, porque é importante ser membro da uma igreja!

A Igreja é uma realidade que não nasceu da vontade do homem, mas da vontade do Deus Criador. O evangelho pressupõe Igreja, e a Igreja tem suas leis. Como em todos os casos, existem normas, leis reveladas pela Palavra de Deus sobre como deve ser o governo dessa organização chamada Igreja. Ninguém pode quebrar essas regras sem que isso comprometa a sua integridade. O risco de se transgredir o princípio da disciplina é que essa organização deixe de ser a Igreja de Cristo, a Igreja que Deus reconhece como reunião dos salvos.

Entendendo que a disciplina está no DNA da Igreja de Cristo, vamos pensar sobre o que ela demonstra tanto aos membros da Igreja como ao mundo.

1. A disciplina demonstra amor pelo indivíduo, para que ele seja admoestado e trazido ao arrependimento.

Em um mundo onde as pessoas vivem de forma individualista, sem amor ao próximo, agindo contra Deus, ter alguém que possa orientar e apontar os nossos erros é, de fato, um ato de amor incomum. Esse tipo de comportamento é demonstração de regeneração, de interesse verdadeiro, sincero sobre o viver segundo a vontade de Deus.

A Igreja deve amar genuinamente. Ver alguém se afogando, sobretudo um irmão, e não o socorrer é frontalmente contra a missão da Igreja. É agir contra o amor.

2. A disciplina demonstra amor pela Igreja para que as ovelhas mais fracas sejam protegidas.

Nossa vida é um quadro que está exposto à contemplação das pessoas. Agir corretamente, pagar o preço de uma vida reta, fortalece outros a viverem a vida cristã. O contrário também é verdadeiro. Irmãos que fazem concessões na vida cristã, podem levar crentes imaturos a pensar que aquele comportamento é permitido, ou que não se trata de algo tão sério.

A disciplina garante o testemunho ilibado da igreja perante as próprias ovelhas. Se alguma ovelha estiver pecando do mesmo modo, ela poderá se corrigir antes que algo pior aconteça.

3. A disciplina demonstra amor pelo mundo que nos observa, para que ele veja o poder transformador de Cristo.

A Igreja é plano de Deus para o mundo. A vida da Igreja é demonstração da autoridade de Cristo diante das cosmovisões e filosofias humanas. O mundo só tem esperança pela ação de Deus através da Igreja. A disciplina garante esse testemunho público.

Muitas igrejas têm preocupações e planos de missões. Pensam o tempo todo em evangelizar. Isso é válido, mas muitas vezes se esquecem que a própria vida da Igreja é testemunho ao mundo. A disciplina eclesiástica é ferramenta fundamental para isso. Disciplinar é também uma forma de demonstrar amor aos perdidos.

4. A disciplina demonstra amor por Cristo, para que as igrejas preservem seu santo nome e lhe obedeçam.

Leeman nos lembra que

“Jesus vinculou seu nome à Igreja”.

Como isso é sério!  A nossa vida, a partir da regeneração, é testemunho constante. Nós devemos viver dentro daquilo que Cristo ordenou.

A Igreja é de Cristo, em Cristo e para Cristo. Não se pode tolerar qualquer prática que não esteja conforme o que Cristo deseja para a sua Igreja. Isso não parece lógico? A disciplina, acima de todos os outros motivos, deseja preservar o nome santo e poderoso de Jesus Cristo.

Segundo Leeman o propósito da disciplina é:

  • Expor

Expor o pecado é fundamental para que haja a remoção do mal e a restauração do crente.

Algo que acontece com a pessoa que está vivendo de modo irregular é o autoengano, o qual é uma cegueira que impede que se perceba a gravidade daquele mal. Por isso o processo disciplinar tem que existir, primeiramente para expor a situação de pecado em que a pessoa se encontra. Em Mateus 18, Jesus ensina que se o pecado não se tornou público, então esse âmbito deve ser preservado: “Vai tu e ele só”. Se não houver arrependimento, deve-se levar duas ou três testemunhas. Se ainda não houver arrependimento, deve-se levar à igreja. Se mesmo assim, aquele indivíduo não se arrepender, deve-se então considerá-lo gentio e publicano, ou seja, não-cristão, indigno de carregar o nome de Cristo.

No caso de 1 Coríntios 5, como o pecado era público, a exposição também o foi. Sem aquele processo de Mateus 18, percebemos que a disciplina correta também tem preocupação com a forma da questão. Não se expõe tudo da mesma maneira. As situações não são todas iguais.

  • Advertir

Neste processo há uma advertência, um aviso, uma demonstração do que virá se a pessoa prosseguir com seu comportamento pecaminoso.

  • Salvar

O objetivo é sempre salvar o crente daquela prática de pecado. Esse seria o último recurso que a igreja utilizaria para livrar aquele irmão de um mal maior.

  • Proteger

Depois dos recursos acima, a preocupação muda de foco. Agora a disciplina procura defender a Igreja daquele mau comportamento. Ela deve proteger as ovelhas mais fracas daquela má influência.

  • Apresentar um bom testemunho

Como dito anteriormente, a disciplina preza pelo testemunho perante a Igreja, mas também pelo testemunho de Cristo perante o mundo. Essa deve ser sempre uma de suas posturas. Se é Igreja de Cristo, deve ser como Cristo, se parecer com Cristo e ter as características que Cristo deseja.

Concluindo

Este artigo destacou mais a validade da disciplina do que a prática desta, porque parece-me suficientemente claro como a Bíblia a descreve. Porém, por mais incrível que possa parecer, percebo que a própria validade da disciplina está em cheque em nossos dias. Em nome do “amor” se mantém falsos crentes na igreja como se fossem crentes.

A membresia e a disciplina são questões intimamente ligadas. São nesses dois processos que a saúde da Igreja e a qualidade de seus membros são mantidas. Pela displicência com esses assuntos, o  testemunho do nome do nosso Senhor Jesus Cristo tem sido manchado.

Os crentes precisam voltar às Escrituras e clamar por misericórdia. Que pela força do Santo Espírito de Deus possamos mudar essa condição atual.

Bibliografia:
Disciplina na Igreja – Jonathan Leeman – 9 Marcas – Edições Vida Nova
Disciplina na Igreja – Russell Shedd – Edições Vida Nova – 3a Edição.

Fonte: Teomídia

Hotel em Promoção - Caraguatatuba