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Decisão

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Uma decisão deve ser regada com oração para fazermos a vontade do Pai, mesmo que essas decisões sejam aparentemente ruins. Isso é ter vida espiritual.

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esus é nosso modelo de vida espiritual. O próprio Deus encarnado gastava horas em oração para poder tomar uma decisão. Ao escolher os discípulos, anteriormente Jesus ora. Ao final, ele escolhe homens frágeis, difíceis de lidar e até traidores.

Hoje, falaremos sobre decisão.

O tempo

Nesse tempo que vivemos, vivemos como se estivéssemos em uma correnteza, dominados por um poder incontrolável. Não podemos evitar essa correnteza que chamamos de tempo. E, por isso, somos muito parecidos com aquele coelho branco de olhos cor de rosa, em Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, que, ao tirar de seu bolso um relógio, começou a murmurar:

“Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Como estou atrasado!”. Como este coelho, passamos a vida inteira correndo contra o tempo. Mas correndo por quê? Para quê?

Ah! Como nos assombra o pensamento de que todos os nossos esforços para nos salvar desta correnteza do tempo serão inúteis.

Fato é que mesmo que recusemos tomar decisões, isso já será uma decisão.

Não tomar uma decisão é uma decisão

Todavia, este ainda não é o nosso maior tormento.

“Como assim?”, você deve estar se perguntando, “O que mais poderia aterrorizar alguém do que a consciência de que não é possível escapar da decisão?”

O que mais aterroriza é o fato de que não há decisões neutras. Elas sempre oscilam entre dois tipos de decisões. Ou são decisões erradas ou decisões certas. Todavia, qual é o critério para definir as decisões certas? Temos critérios para tudo. Até para o tempo que podemos apreender temos um critério para avaliá-lo.

As ferramentas de medição como relógios, réguas estão aí para nos auxiliar. Agora, qual é o critério, o padrão, a régua que possuímos para medir nossas decisões? Como saber se a decisão que estamos tomando é correta?

Pensar sobre isso é crucial, pois há casos em que não seremos capazes de recuperar o tempo perdido por conta de decisões erradas. Então, sob qual critério deveríamos tomar nossas decisões a fim de termos a certeza de que escolhemos o que deveria ser escolhido?

Como qualquer um de nós, Jesus também tinha que tomar decisões, isto é, ele tinha que fazer escolhas. Junto com a fama e a popularidade, fruto do seu ministério de ensino e cura, veio a perseguição dos fariseus e escribas, que desde o início de seu ministério planejavam tirar-lhe a vida.

Portanto, Jesus sabia que seu tempo na terra estava correndo e que precisava preparar aqueles que dariam continuidade ao plano de redenção de Deus.

Mas quem seriam aqueles que Jesus escolheria para essa missão? Sob quais critérios Jesus deveria tomar sua decisão para que ela fosse correta? Para responder essas perguntas e encontrarmos um critério para tomarmos decisões corretas, vejamos o texto de Lucas 6.12-16:

12 “Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze deles, a quem também designou como apóstolos: 14 Simão, a quem deu o nome de Pedro; seu irmão André; Tiago; João; Filipe; Bartolomeu; 15 Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, chamado zelote;  16 Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor.”

O texto de Lucas parece sugerir que a oração, que vem antes da decisão, requer três demandas:

  1. A demanda da precedência (v. 12a)

“Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando.” Em geral, quando precisamos tomar decisões importantes, deliberamos. Ou seja, seguimos — ou pelo menos deveríamos seguir — o padrão da prudência, que, por sua vez, não é outro senão o padrão de não agir sem refletir, sem antes pensar. É preciso pensar antes de agir e é por isso que, como diz Provérbios 19.2, “peca quem é precipitado”.  Peca porque agiu sem pensar.

Isso parece inegável. A prudência é uma sabedoria prática, uma sabedoria que visa a ação correta. No entanto, há pelo menos dois tipos de prudência. Uma é a prudência dos sábios segundo seus próprios pensamentos e a outra é a prudência dos sábios segundo os pensamentos de Deus.

A prudência dos sábios segundo os seus próprios pensamentos é resultado de um esforço de reflexão e submissão. Enquanto a prudência dos sábios segundo os pensamentos de Deus é resultado de um esforço de submissão e reflexão.

A prudência dos sábios segundo o mundo começa com a reflexão para depois terminar em submissão; a prudência dos sábios segundo Deuscomeça com a submissão e termina com a reflexão.

Jesus demonstrou que sua sabedoria era segundo os pensamentos de Deus, uma vez que o primeiro movimento dele não foi de reflexão, mas de submissão. A oração mostra o quanto Jesus estava comprometido com a obediência a Deus e não com seus próprios pensamentos.

Cristo não confiou primeiro em suas habilidades racionais, mas, sim, na comunhão com Deus. Essa é a grande diferença e vantagem da prudência cristã em relação à prudência pagã.

Enquanto a prudência pagã, pautada apenas na racionalidade, gasta horas e horas a fio pensando numa decisão lógica e racional para depois se submeter a ela, a prudência cristã, de início, luta para submeter sua vontade à vontade de Deus.

Só depois de termos um coração submisso a Deus seremos capazes de refletir, sobriamente, sobre a decisão certa a tomar. Portanto, há duas maneiras de tomar uma decisão correta. Ambas demandarão muito tempo. Uma demandará muito tempo de reflexão, porém, mesmo assim, todo o tempo gasto de reflexão não poderá garantir que a decisão a ser tomada seja a correta.

Em contrapartida, a outra maneira de tomar uma decisão também demandará muito tempo, mas esse tempo não será para procurar fundamentos racionais para tomar a decisão. Pelo contrário, será um tempo gasto para orar e submeter nossa mente à mente de Deus.

E todas as vezes em que nossa mente se submete à mente de Deus, nossas decisões sempre estarão corretas, ainda que pareçam ser as piores escolhas.

Isso mostra que, para o cristão que visa uma escolha importante em sua vida, a oração deve anteceder a reflexão e, com isso, sensibilizar sua mente para o fato de que é necessário decidir com base nos pensamentos de Deus e não em seus próprios pensamentos. Isso nos leva à segunda demanda.

  1. A demanda da centralidade (v. 12b)

“E passou a noite orando a Deus.” Jesus não somente demandou um longo período de tempo orando, mas ele orou a Deus. As nossas orações podem ser centralizadas em nós mesmos. Podemos orar pedindo a Deus que seja feita a nossa vontade. Isso significa que nossas orações podem ser maisegocentradas do que teocentradas.

O que é uma oração egocentrada?

São orações pagãs que tratam Deus como uma Força e não como uma pessoa. Uma Força que está inteiramente interessada em fazer a nossa vontade. E que se pedirmos com força, então, esta Força nos ajudará.

É como se tivéssemos uma missão mais importante que a missão de Deus e, agora, resolvêssemos convidá-lo para participar de nosso projeto, que, diga-se de passagem, é muito legal, mais legal que o dele.

E Ele, como é por demais bonzinho, vai deixar de lado todos os seus planos “não muito legais” para atender ao nosso projeto brilhante de vida, o projeto de nos tornar as pessoas mais incríveis deste planeta!

Uma oração teocentrada é bem diferente disso.

O que ela é?

Comecemos pelo que ela não é. Uma oração teocentrada não é uma oração estoica, ou seja, uma oração capaz de atingir um estado de ataraxiaO que é ataraxia? Os filósofos estoicos diziam que a ataraxia era um estado em que uma pessoa alcançava a total ausência de perturbação, isto é, um estado de conformação:

“Já que não posso fazer o que eu quero, vou me conformar e, como se diz por aí, ‘vida que segue’!”. A oração teocentrada não gera conformação, mas  conversão. Minha vontade se converte do meu ego para Deus. Ou seja, é quando minha vontade que era contrária a vontade de Deus, é transformada de uma tal maneira que passa a querer o que Deus quer.

Uma oração teocentrada não é uma vontade conformada, mas uma vontade redimida.

Uma vontade redimida confia nos pensamentos de Deus; uma vontade redimida começa a ver o mundo como Deus quer que o mundo seja visto. Trata-se de uma vontade que não deseja mais enxergar e avaliar as coisas a partir delas mesmas, mas a partir do que Deus fará com elas. Isso nos leva à terceira e última demanda.

  1. A demanda da confiança (v. 13-16)

Você consegue perceber que depois de ter orado a noite inteira, logo pela manhã, Jesus escolhe, dentre seus discípulos, aqueles que serão os líderes mais importantes de toda a história da igreja? Você consegue perceber que Jesus não os escolheu por aquilo que eles eram, mas, sim, por aquilo que Deus faria com eles?

Primeiro: quem eles eram? É surpreendente que a escolha feita foi de pessoas muito diferentes, que jamais seriam unidas por uma questão de afinidade; eram pessoas com circunstâncias de vida diferentes e de caráter muito diferente um do outro.

Eram pescadores, publicanos, zelotes, egocêntricos, temperamentais, ingênuos, céticos, enfim, pessoas completamente diferentes, porém, pessoas comuns, ordinárias. Não havia nada de extraordinário nelas.

Segundo: A lista começa com Pedro e termina com Judas. Isso diz muita coisa. Jesus não escolheu aqueles que seriam fortes, perseverantes, sábios, prudentes, amorosos, seguros de si, confiantes na obra de Deus, etc. Pelo contrário, a lista é de pessoas como Pedro e Judas.

Pessoas comuns e que dificilmente seriam lembradas pela história caso Jesus não as tivesse escolhido. Todavia, duas lições podem ser tiradas da própria lista que Jesus apresentou:

(a) Jesus confiava que o plano de Deus não dependia da afinidade entre os escolhidos.

(b) Jesus confiava não no que eles eram, mas no que Deus faria a partir deles.

Há pelo menos duas lições aqui para igreja:

  1. A igreja não é a reunião de pessoas por afinidade. A igreja é um milagre de Deus. É a reunião de pessoas as mais distintas possíveis, pessoas de todo o tipo, porém escolhidas por ele, para se reunirem não por causa da sua afinidade, mas por causa da missão dada aos escolhidos;
  1. Jesus enxergou aqueles homens não como discípulos que eram, mas como os apóstolos que se tornariam; não como o Simão que era, mas como Pedro, a Rocha (Petrus) que se tornaria; não como o Judas que agora quer seguir a Jesus, mas como aquele que lá na frente será vencido pelo amor-próprio e trairá o mestre — o que, diga-se de passagem, revela que Judas não foi uma escolha equivocada de Jesus. Até Judas, que o traiu, fazia parte da escolha certa de Jesus. Quando nossas escolhas são feitas com base na vontade de Deus, elas podem parecer a pior escolha, mas no final se revelará a melhor escolha.

Aplicação:

Quando refletimos sobre a oração de Jesus e a escolha dos Doze, não podemos deixar de perguntar por que a igreja de hoje não passa por esse processo de oração quando vai eleger os oficiais que vão liderar a igreja local, os presbíteros, por exemplo?

Não podemos escolher para essa importante tarefa aquele de quem gostamos (por afinidade) ou porque são homens bem sucedidos (empresários de sucesso) ou porque são teólogos profissionais. Precisamos escolher aqueles quem Deus quer que nos liderem não de acordo com nossos padrões, mas, sim, conforme os padrões de Deus. E isso deve ser fruto de um longo período de oração.

Fonte: Teomídia

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