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Autoengano

Autoengano
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Autoengano é muito comum. Autoengano é mentir para si mesmo. Existem implicações muito graves nesse comportamento.

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Aquele ditado bastante conhecido: “Você deve ver o copo meio cheio”, é uma das frases mais nefastas que existem, pois ela fomenta um otimismo mesmo que não haja razão alguma para tal. Ser otimista, quando todas as coisas ao redor mostram o caos, é ser irresponsável.

Esse comportamento ocorre muito ao nosso redor e implica viver noautoengano.

Para não parecer que essa abordagem é apenas uma opinião pessoal, gostaria de mostrar como as Escrituras nos motivam a encarar a realidade tal como ela é.

Em Provérbios 23.23 encontramos o seguinte:

“Compre a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, a disciplina e o entendimento.”

Para melhor compreender o livro de Provérbios devemos levar em conta uma frase de Charles Spurgeon (famoso pregador batista britânico do século XIX): “Em todos os vilarejos da Inglaterra há sempre uma estrada para Londres”. Com isso (no contexto utilizado) ele quis dizer que toda a Bíblia deve apontar para Cristo.

Sendo assim, a Verdade que o texto se refere é a pessoa de Cristo. O próprio Jesus se apresenta como o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14.6). O conceito pleno da Verdade está na pessoa de Jesus.

Além da Verdade, Cristo também é a Sabedoria. Em Colossenses 2.2,3 temos:

“Esforço-me para que eles sejam fortalecidos em seu coração, estejam unidos em amor e alcancem toda a riqueza do pleno entendimento, a fim de conhecerem plenamente o mistério de Deus, a saber, Cristo. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”.

Provérbios 9.10 diz:

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.”

Jesus é Deus. Em Jesus Cristo reside toda a sabedoria.

A disciplina presente no texto de Provérbios 23.23 tem a mesma raiz da palavra discípulo, por isso algumas traduções usam o termo “instrução”. Nesse contexto, ter disciplina é seguir os preceitos de Cristo.

entendimento, por sua vez, é conhecer a sua realidade. Ter entendimento é a noção do pertencimento. Os crentes têm um Senhor, pertencem a Ele e vivem para o propósito de servi-lo. Viver para cumprir esse objetivo requer muito entendimento desse processo.

Onde entra o autoengano, então?

Demóstenes já disse: “Nada é mais fácil do que se iludir, pois todo o homem acredita que aquilo que deseja seja também verdadeiro”.

Jesus nunca escondeu a dura realidade da vida. Em Mateus 10 vemos isso muito claro. Jesus nunca trabalha com autoengano. Jesus é direto. Jesus conhece a realidade última das coisas. Jesus não esconde de seus discípulos a verdade sobre a vida.

Muitos sabem de cor o versículo de João 16.33:

“… No mundo tereis tribulações; mas não vos desanimeis! Eu venci o mundo.”

E é exatamente aqui que se encaixa o autoengano. Por vezes somos tentados a querer suavizar a realidade de nossas vidas. Existem situações extremamente duras de se enfrentar e até a nossa mente tende a nos enganar.

Digamos que ao presenciar um terrível acidente com os familiares, uma pessoa desmaie. Esse desmaio é um mecanismo de autodefesa diante do choque com a realidade.

Este texto não diz respeito a essas circunstâncias extremadas, mas sim do autoengano cotidiano, comum, doentio. Tão doentio que a palavra autoengano se torna um eufemismo para mentira. Estamos falando do mentiroso para si mesmo.

São vários os motivos que levam as pessoas a mentirem para si mesmas: para manipular outros, conduzir empresas, igrejas, ter poder, parecer melhor diante das pessoas e até para esconder sua baixa autoestima. Diante desse quadro, casamentos acabam, empresas falem, amizades se rompem, tudo por se enganarem e distorcerem a realidade na qual estão inseridos.

Esse tipo de pessoa não pode ser discípulo de Jesus, porque para ser discípulo de Jesus é preciso encarar seu próprio pecado, sua podridão para então, poder entender sua real necessidade de um Salvador.

E é nesse ponto que o texto de Provérbios ganha vida:

“Compre a verdade e não a vendas…”

O autoengano não deixa a pessoa pagar o preço pela verdade, mas a vende em todo o tempo.

— Por que comprar a verdade? Ah, porque a verdade tem um custo, um alto custo; um custo de sangue, de cruz.

O autoengano é um pecado terrível, pois significa conviver com a mentira como recurso sempre à mão. É uma autossuficiência que esconde um pecado maior, o orgulho. E, já que estamos falando em orgulho, tenho uma triste notícia aos orgulhosos:

“… Deus se opõe aos arrogantes, porém dá graça aos humildes”.

Vemos nesse versículo acima de Tiago 4.6, que Deus não tolera o orgulho, porque o orgulho é uma idolatria de si mesmo, a quebra do primeiro mandamento. Deus se opõe aos orgulhosos, porque os orgulhosos se opõem a Ele.

Há outro aspecto, também fundamental, no pecado do autoengano. O pecador que pratica tal coisa prefere mentir para si mesmo impedindo que a graça aja para transformar o que precisa ser transformado. A graça age no entendimento mostrando que existem áreas deficientes em nossa vida. Como já citado anteriormente, precisamos nos entender pecadores para querermos um Salvador.

O autoengano, portanto, é extremamente pernicioso, pois o autoenganador tende a acabar sua vida sozinho. Isso porque, devido às suas mentiras será muito difícil alguém suportar sua presença. Ficará sozinho, porque o autoengano o cegará. As pessoas desistem de mostrar-lhe a verdade, pois ele crê em todo o enredo doentio que criou para si mesmo. Chegará uma hora, em que nem ele suportará mais a verdade, pois ela passará a ser como álcool em suas feridas; como se a pessoa, agora, precisasse do veneno, do vício da mentira, para permanecer viva.

Por outro lado, podemos ver como Cristo é maravilhoso! Optar pela verdade é comprar sua liberdade, sua sanidade. Comprar a verdade é abandonar seus ídolos e abraçar a Cristo.

Pare agora e faça um autoexame. Verifique se você se autoengana em alguma área de sua vida.

Abandone esse pecado.

Pague o preço de andar na verdade, de pensar a verdade e enfrente a realidade corajosamente na força de Deus.

Corra para Cristo e não de Cristo!

Fonte: Teomídia

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