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Juiz usa o Alcorão para confrontar muçulmanos que pedem a morte da cristã Asia Bibi

Juiz usa o Alcorão para confrontar muçulmanos que pedem a morte da cristã Asia Bibi
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Durante audiência na Suprema Corte, o juiz Asif Saeed Khosa leu uma passagem do Alcorão para confrontar os muçulmanos que acusam Asia Bibi.

A cristã Asia Bibi foi levada à Suprema Corte do Paquistão, para ser novamente julgada sob as acusações de blasfêmia que recaem sobre ela desde 2009, quando se desentendeu com alguns muçulmanos, devido a divergências em questões de fé. A sessão durou mais de duas horas e a Missão Portas Abertas teve acesso a alguns detalhes do momento.

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Inicialmente, o advogado de Asia Bibi, Saif-ul-Malook argumentou que não há evidências suficientes contra a cristã para caracterizar crime de blasfêmia por parte dela neste processo. Em seguida, o advogado de acusação, Ghulam Mustafa Chaudhry, disse que Asia Bibi “proferia discurso de ódio contra o islã e seu profeta Maomé, como parte da tradição cristã”.

A acusação apontou Asia Bibi como uma “pregadora” e acrescentou que na tarde de 14 de junho de 2009, ela estava colhendo parte de sua lavoura nos campos, quando, “do nada, começou a falar mal do islamismo, do alcorão e de Maomé”.

O promotor afirmou que uma assembleia de clérigos e líderes do vilarejo investigaram o caso e que Asia Bibi “confessou” ter feito afirmações que blasfemam contra o islã e foi entregue à polícia em seguida. Por sua vez, Asia Bibi voltou a afirmar que nunca insultou o islamismo, o Corão ou Maomé. Além disso, ela também lembrou que não confessou em momento algum o crime de blasfêmia.

Durante sua apresentação, o advogado de Asia Bibi começou lendo a primeira queixa, feita em 19 de junho de 2009, cinco dias depois da suposta blasfêmia. Durante sua leitura, ele teve que pular as blasfêmias apontadas pelos acusadores, porque só o fato de dizê-las em voz alta, já poderia ser encarado pelos muçulmanos presentes como uma blasfêmia.

“A discussão começou quando, no calor do dia, Asia trouxe água para duas colegas de trabalho, Mafia Bibi e Asma Bibi, que são irmãs. Elas se recusaram a pegar, dizendo ‘como você é cristã, nós não podemos aceitar água das suas mãos’”, explicou.

Como herança da divisão social em castas pelo hinduísmo, os cristãos são considerados “intocáveis” no Paquistão.

As duas irmãs, então, levaram o caso a Samina Bibi, esposa de Qari Muhammad Salaam, que se tornou o autor da queixa, porém completamente baseada em boatos.

A defesa também ressaltou que a queixa foi redigida por um advogado que não se identificou e que “há a possiblidade de se ter colocado Salaam como autor da queixa, sendo que ele não foi testemunha ocular do incidente”. O advogado de Asia Bibi também questionou por que as 20 outras mulheres que trabalhavam nos campos não foram interrogadas pela polícia.
A defesa de Asia Bibi disse ainda que as testemunhas de acusação entraram em contradição, sugerindo pelo menos quatro locais diferentes para a ocorrência e o número de envolvidos variou de 200 a 2.000 pessoas.

Confrotados pelo próprio Alcorão

Um momento surpreendente da audiência, porém foi quando um dos três juízes presentes na audiência, Asif Saeed Khosa, questionou por que as testemunhas não admitiram logo que elas provocaram Asia Bibi sobre sua religião.

“Ela foi insultada”, afirmou o juiz e em seguida, ele leu um verso do alcorão, que diz: “E não insulte aqueles que invocam outro que não seja Alá, para que não insultem a Alá em inimizade sem conhecimento” (6:108).

“Por que vocês não seguiram essa ordem de Alá? Isso poderia ser um caso de insulto versus insulto”, lembrou Khosa.

Na mesma semana da audiência na Suprema Corte, o marido de Asia Bibi e sua filha mais nova, Eicham, estiveram em Londres para falar e conscientizar sobre a situação da cristã perseguida por causa de sua fé. Eles também pediram novamente que os cristãos continuem unidos em oração por Asia Bibi.

O veredito dos juízes ainda não foi informado após o apelo e este resultado pode demorar semanas. Apenas a Suprema Corte do Paquistão pode mudar a sentença de morte da cristã. Caso isso não aconteça, ela terá que apelar ao presidente por misericórdia.

Fonte: Guia-me

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