Perguntas sobre o Espírito Santo

Dons Espirituais Cap. 9 Propósito dos dons

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Ronald Watterson   

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Cap. 9 — O propósito dos dons

Deus nunca faz algo que não seja necessário. Cada coisa que Ele fez, cada ser que Ele criou, tem uma razão de ser e tem uma função útil para cumprir. Podemos ter certeza que os dons espirituais que Ele tem distribuído não são supérfluos; têm um propósito importante.

Se descobrirmos este propósito, compreenderemos melhor o que Deus quer de nós, e saberemos como usar os dons que possuímos.

Podemos facilmente saber por que Deus deu estes dons. O capítulo que mais informação nos dá sobre este assunto é Efésios cap. 4. Paulo escreveu que o Senhor Jesus subiu ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens (Ef 4:8). Em seguida, ele mencionou cinco dons, dizendo: “Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4:11).

Mas ele não apenas enumera alguns dons; ele prossegue, explicando porque o Senhor os deu: “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:12).

Considerando este versículo, aprendemos que Deus deu estes dons “querendo o aperfeiçoamento dos santos”. Esta é a única vez que a palavra “aperfeiçoamento” aparece no NT, porém o verbo correspondente é usado 13 vezes. Mateus o usou quando disse que Tiago e João estavam consertando as redes (Mt 4:21). O verbo traduzido “consertando” é da mesma raiz que o substantivo traduzido “aperfeiçoamento” em Efésios 4. O mesmo verbo é traduzido “encaminhar” nas palavras de Paulo aos Gálatas: “Se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós que sois espirituais, encaminhai o tal” (Gl 6:1).

Nem sempre, porém, este verbo tem o sentido de consertar ou restaurar; foi traduzido pela palavra “preparar” na carta aos Hebreus, na seguinte citação: “Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste” (Hb 10:5). Isto nos ajuda a entender por que Deus deu estes dons. Ele quer o aperfeiçoamento dos santos — isto é, a sua preparação para o Seu serviço, ou a sua recuperação, caso seja necessário.

A segunda parte deste versículo (Ef 4:12), mostra o alvo desta preparação ou restauração; é para a obra do ministério. Deus quer preparar cada um que crê para servir o Seu propósito, e o meio que Ele usa para preparar os salvos é pelos dons espirituais. Se algum servo de Deus tem falhado o Senhor quer restaurá-lo, e para isto Ele usa, outra vez, os dons. A palavra “ministério”, simplesmente significa serviço.

Vemos então a importância dos dons. Deus os usa para preparar cada um de nós para que possamos servi-lO. Neste serviço teremos de usar dons espirituais e, se tropeçarmos, o Senhor ainda usará dons espirituais para restaurar-nos outra vez ao ponto de podermos usar os dons que Ele nos concedeu.

A última parte deste versículo (Ef 4:12) mostra o alvo de todo serviço; é para a edificação do corpo de Cristo. Os dons foram dados a fim de que o corpo de Cristo fosse edificado. Em resumo: o que é dado para os santos deve ser usado pelos santos para a edificação da igreja. No mesmo capítulo encontramos isto novamente, com ainda mais clareza: “… todo o corpo, bem ajustado e ligado, pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo para sua edificação em amor” (Ef 4:16).

Tudo isto é solene e deve levar-nos a examinar as nossas atividades naquilo que pensamos ser a obra do Senhor. Devemos verificar qual é o alvo dessas atividades. O propósito de Deus em dar dons é que esses sejam usados visando a edificação do corpo de Cristo. Estamos usando-os para este fim? Quantas atividades que não edificam são permitidas entre os cristãos! Atividades que agradam a carne, ou alegram a alma, mas não edificam a igreja. Há trabalhos feitos pela igreja, em nome do Senhor, que não são a obra do Senhor. Se o fim de qualquer obra não é a edificação da igreja, tal trabalho não é o que o Senhor quer.

Diante desta declaração do propósito de Deus em fornecer dons, não temos o direito de participar de atividade alguma que não vai edificar a igreja.

O ensino dado aos coríntios sobre o uso dos dons confirma isto. Paulo disse: “A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (I Co 12:7). A ARA traduz esta última frase: “visando a um fim proveitoso”. Esse fim proveitoso que Deus tem em vista é a edificação da igreja. Veja como Ele destaca a necessidade de edificação neste mesmo contexto (I Co 14:3, 5, 12, etc.). Depois Ele exorta: “Faça-se tudo para edificação” (I Co 14:26).

Voltando para Efésios 4, vemos como Paulo continua desenvolvendo essa revelação do propósito de Deus em conceder dons aos santos. Já notamos no v. 12 que Deus quer, através do uso desses dons, preparar-nos para o serviço, visando a edificação da igreja. Mas agora, no v. 13, vemos até que ponto Deus quer que sejamos edificados: “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4:13).

Esta edificação deve conduzir-nos à unidade da fé. O verbo traduzido “cheguemos” é usado várias vezes em Atos dos Apóstolos de viajantes chegando a um determinado lugar na sua viagem. O seu uso aqui em Ef 4:13 indica que nós não devemos ficar estacionados. Deus quer que cresçamos, sempre avançando em direção à unidade da fé. A fé é aquele conjunto de doutrinas que Deus tem revelado na Sua palavra, confiando-a aos santos. Todos os santos, provenientes de lugares, culturas e ambientes diferentes, deixam a sua ignorância e seus costumes antigos, crescendo no conhecimento dos propósitos de Deus. Apesar das diferenças culturais e tradicionais, todos falam e fazem uma mesma coisa. O meio que Deus usa para levar os cristãos à unidade da fé é o exercício dos dons espirituais.

Paulo prossegue, porém, apresentando este alvo em outras palavras, dizendo: “Até que todos cheguemos … ao conhecimento do Filho de Deus”. O que Deus tem em vista no uso dos dons é muito mais do que a nossa instrução. Ele não pretende, simplesmente, encher a nossa cabeça de conhecimento das doutrinas da Bíblia. Ele quer, através do conhecimento da Sua palavra, que venhamos a conhecer o Seu Filho. A palavra escrita revela a Palavra Eterna. Ela não apresenta apenas dogmas; apresenta uma Pessoa. Ser cristão não é abraçar as doutrinas do cristianismo; é conhecer uma Pessoa, o Senhor Jesus Cristo.

A palavra traduzida “conhecimento” é mais forte do que isto; significa pleno conhecimento. Pelo ministério dos dons, Deus quer levar-nos a conhecer o Seu Filho, não só como Salvador da nossa alma, mas como Senhor da nossa vida, e mais ainda, como Aquele que satisfaz plenamente todos os anseios do nosso ser.

E quanto mais O conhecemos, mais diremos como Paulo: “Tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor” (Fp 3:8). Veja também o v. 10.

Neste mesmo versículo (Ef 4:13) vemos ainda um terceiro aspecto deste alvo que Deus tem em vista. “Até que todos cheguemos … a varão perfeito”. Para entendermos esta expressão, creio que devemos voltar ao segundo capítulo desta carta. Falando do Senhor Jesus, Paulo disse: “… de ambos os povos fez um; e derribando a parede de separação que estava no meio, na Sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em Si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz” (Ef 2:14-15). A igreja, nestes versículos, é apresentada como um novo homem. Agora, falando dos dons no cap. 4, Paulo volta a usar esta figura, e diz que Deus quer que este novo homem seja um homem perfeito, isto é, um homem maduro e responsável. Ele ainda diz que chegar a varão perfeito é chegar à medida da estatura completa de Cristo!

Esta maturidade que Deus deseja para a igreja é apresentada no versículo seguinte, do ponto de vista negativo. Ele quer que “não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Ef 4:14).

Deus forneceu dons à Sua igreja, para que esta não fosse uma igreja infantil, facilmente atraída por qualquer novidade. À figura da criança inconstante, Deus agora acrescenta a de um barquinho sendo açoitado por ventos fortes num mar tempestuoso, empurrado pelo temporal, ora para cá, ora para lá.

E o vento que sopra, ameaçando desviar-nos da rota certa, é a doutrina falsa! As palavras que Paulo usa no fim deste versículo (v. 14) mostram, de uma forma impressionante, as forças terríveis contra as quais temos de batalhar: “Pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente”. Note os dois substantivos, “engano” e “astúcia”, aos quais Deus ainda acrescenta o verbo “enganar”, reforçado pelo advérbio “fraudulosamente”.

A palavra traduzida “engano” é kubia no grego, literalmente “um dado”, e, portanto, indica astúcia e malandragem. Indica uma tentativa consciente e premeditada de enganar, tendo em vista a vantagem própria. Ele acrescenta que estes enganadores agem com astúcia; é a tradução da palavra grega panourgia, que foi usada para descrever a ação daqueles que tentaram o Senhor, perguntando: “É-nos lícito dar tributo a César ou não”. O Senhor, entendendo a sua astúcia, disse-lhes: “Por que me tentais?” (Lc 20:22-23). Paulo também usou esta palavra quando disse aos coríntios: “Temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (II Co 11:3).

Estes exemplos nos deixam ver a maldade que se opõe aos propósitos de Deus. Aqueles sacerdotes e escribas planejaram bem o seu ataque, procurando meios de pegar o Senhor com a sua astúcia. Muito antes deles, aquele que os incitou havia agido com a mesma astúcia no Jardim, enganando Eva. E conforme vemos em II Coríntios cap. 11, ele ainda planeja, com astúcia, meios de corromper os sentidos dos cristãos, assim apartando-os da simplicidade que há em Cristo, levando-os a vagar no erro doutrinário.

Os dons foram dados para combater estas artimanhas do diabo, recuperando aqueles que tenham caído, e preparando todos para o serviço que edifica, para que todos sejam um varão perfeito, isto é, maduro e forte.

Conclusão

O Senhor tem dado dons a cada um de nós, preparando-nos para servi-lO. O uso diligente destes dons vai resultar no nosso próprio desenvolvimento e aperfeiçoamento progressivo. Mas o benefício não será somente nosso, pois o uso dos dons resultará na edificação e desenvolvimento do corpo de Cristo.

Que possamos permitir que os propósitos de Deus se cumpram em nós.

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