Perguntas sobre o Espírito Santo

Dons Espirituais Cap. 6 O que está acontecendo?

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Ronald Watterson   

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Cap. 6 — O que está acontecendo?

Se a Bíblia indica, como já observamos, que os dons dados especificamente como sinais eram temporários e cessariam mesmo durante a vida dos apóstolos, como se explica a existência, hoje, de manifestações de línguas desconhecidas, curas, exorcismos e outras coisas semelhantes?

Ora, é um fato inegável que muitos em nossos dias falam línguas que não conhecem, fazem curas aparentemente milagrosas, e expulsam demônios. Muitos fazem isto em nome do Senhor Jesus, e dizem ser servos Seus. Como se explica esta aparente incoerência entre o ensino bíblico que apresentamos nos capítulos anteriores e a experiência destas pessoas?

Línguas estranhas — quem as fala?

Quando se começa a pesquisar este assunto, ficamos muito surpreendidos ao descobrir que pessoas de diversas crenças falam as mesmas línguas! Nas igrejas chamadas “Pentecostais” este “dom” é muito destacado. Elas buscam uma experiência que chamam de “batismo do Espírito Santo” — experiência esta que se manifesta através das referidas línguas. Mas este fenômeno não é propriedade exclusiva das denominações “pentecostais”. Nas chamadas denominações evangélicas tradicionais aparecem agora as mesmas línguas.

E não é somente na parte “Protestante” do cristianismo que as línguas aparecem. O movimento carismático no seio da igreja Católica também busca e alcança estas línguas. Seitas consideradas heréticas, por exemplo os Mórmons, também falam línguas estranhas. Joseph Smith, o fundador, ensinava os seus seguidores a falar em línguas!

Entre aqueles que não professam ser cristãos as mesmas línguas aparecem. A profetiza de Delphi, perto de Corinto, falava línguas no século I e, conforme Plutarco, havia intérpretes presentes para explicar as suas palavras incoerentes. Nas religiões pagãs de vários países da África, as línguas estranhas são comuns. A mesma coisa acontece na Groenlândia, bem como no Haiti e outros países ocidentais. No Budismo, no Xintoismo, e entre os seguidores de Maomé, há línguas. No Espiritismo, tão popular no Brasil, também aparecem línguas estranhas.

Verificamos, portanto, que falar em línguas não é coisa exclusivamente cristã; é comum a quase todas as religiões do mundo. Podemos ir mais longe ainda e afirmar que não está limitado à religião; aparece muitas vezes em certas doenças de origem nervosa.

De onde vêm estas línguas?

Creio que todos concordarão que pelo menos algumas destas manifestações não são obra do Espírito Santo. Por exemplo, parece claro que as línguas faladas no paganismo não são do Espírito Santo; as que são conseqüência de enfermidade, também não são dons de Deus. Mas, será que algumas delas são produzidas por Deus? Ou estaríamos certos em afirmar, baseando-nos no estudo apresentado nos capítulos anteriores, que nenhuma destas manifestações é do Espírito Santo?

Precisamos verificar a procedência destas línguas, pois a própria Bíblia nos avisa que não devemos crer em todo espírito, antes devemos prová-los para saber se são de Deus. Creio que o resultado deste exame nos levará à conclusão que as línguas faladas hoje não são produzidas pelo Espírito Santo.

Para verificar isto, basta comparar o que está acontecendo nos meios onde se falam estas línguas, com as instruções que o Espírito Santo deu para controlar o uso do verdadeiro dom de línguas. Aliás, não há comparação: há somente contrastes.

Em I Co 14 já notamos que o Espírito Santo deu certas instruções para controlar o uso das línguas (vs. 26-28). Conforme o que está registrado nestes versículos, os seguintes limites foram impostos:

Somente 3 irmãos poderiam fazer uso deste dom numa reunião (v. 27).

Estes teriam de usar o dom sucessivamente; dois não poderiam falar ao mesmo tempo (v. 27).

Se não houvesse interprete presente, ele deveria permanecer calado (vs. 27-28).

No contexto imediato, aprendemos que este dom não poderia ser usado por uma irmã, pois lemos: “As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar” (v. 34).

Em nossos dias, onde aparece o suposto dom de línguas, estes regulamentos não são obedecidos. Muitas vezes diversas pessoas falam — mais do que três — e geralmente falam ao mesmo tempo. Muitas vezes acontece que não há interprete, e geralmente são mais mulheres do que homens que falam estas línguas.

Reconheço que o fato de desobedecer os regulamentos dados pelo Espírito, em si, não prova que estas manifestações não são do Espírito, mas há um outro detalhe que modifica completamente este aspecto. Os regulamentos dados pelo Espírito Santo indicam que o verdadeiro dom de línguas era controlado por aquele que o possuía. Ele tinha poder para falar, e poder para deixar de falar, conforme a ocasião. Se três irmãos já tinham falado, ou se um ainda estivesse falando, ou se não houvesse intérprete, ele não falaria; o dom estava sob o seu controle. O que acontece hoje, conforme o testemunho próprio daqueles que falam línguas, é que o “dom” controla a pessoa. Dizem que um poder vem sobre eles, e não podem ficar calados! Isto é sério! É seríssimo!

Um poder mais forte do que estas pessoas faz com que elas desobedeçam os mandamentos do Senhor (veja I Co 14:37); obrigando-as a desrespeitar os regulamentos dados pelo Espírito Santo. Este “poder” não pode ser do Espírito Santo. Este “poder” é contra o Espírito Santo, pois desrespeita a Sua Palavra e usurpa a Sua autoridade na igreja. Este “poder” é contra o Senhor, pois desobedece o Seu mandamento.

Que “poder” é este?

Há várias respostas a esta pergunta; consideremos agora algumas delas.

Uma crise emocional

Já notamos que estas manifestações de línguas nem sempre estão relacionadas à religião. Um médico psiquiatra, instrutor da Universidade de Medicina de Washington, nos Estados Unidos, escreveu o seguinte a respeito destas línguas: “Este fenômeno psicológico, é produzido facilmente, e é perfeitamente compreensível”. Ele continuou explicando as causas, que podem ser diversas.

Podem ser produzidas por desordens cerebrais, que resultam de tumores ou derrames. Podem aparecer em casos esquizofrênicos, ou podem ser produzidas por uma renúncia passiva do controle do cérebro!

Neste último caso, o sistema nervoso que nós controlamos através do cérebro deixa de funcionar, e um outro sistema, sobre o qual não temos controle, entra em ação. Este segundo sistema nervoso não depende do nosso controle consciente; ele controla movimentos involuntários, como os da íris do olho; controla também os sucos gástricos, fazendo a nossa boca encher-se de água ao sentirmos o cheiro de alimentos; controla a nossa respiração, e continua a operar, mesmo quando dormimos ou desmaiamos.

Quando esta crise acontece, a pessoa começa a emitir sons incoerentes, que muitos pensam ser o dom de línguas. Analisando estes sons, porém, descobrimos que geralmente são a repetição de três ou quatro sílabas (as últimas palavras que a pessoa estivera falando antes de entrar neste estado estático). A ordem das sílabas será trocada, mas cada uma reaparece constantemente.

Como mencionamos acima, este estado pode ser causado por doença, mas muitas vezes é causado por uma renúncia passiva do controle do cérebro. Aquele que deseja esta manifestação, pensando ser ela de Deus, a busca de coração e se entrega totalmente a isto, chegando ao ponto de perder todo sentido da realidade, onde, em êxtase, ou sob auto-hipnotismo, profere sons ininteligíveis. Numa reunião onde todos buscam esta experiência, o ambiente altamente emocional ajuda a levar a esta crise.

Uma farsa deliberada

Em contraste com estas pessoas sinceras, porém enganadas, há outras que tentam, conscientemente, imitar este dom. Eles repetem sons que decoraram ao ouvir outros que diziam falar em línguas. Alguns até se oferecem para ensinar como receber este dom. Nestes casos, nada mais precisa ser dito, pois é óbvio que tal prática nada mais é do que uma trapaça. Não é um dom espiritual; é uma farsa deliberada.

Uma manifestação Satânica

Não podemos esquecer desta terrível possibilidade. Muitos têm uma idéia errada a respeito de Satanás e da sua maneira de agir. Aliás, é uma idéia que o próprio Satanás quer que tenham, pois deixa-o mais livre para levar avante o seu trabalho nefasto. Geralmente se pensa que Satanás está muito ocupado tentando levar o homem ao homicídio, ao roubo, à prostituição e a muitas coisas semelhantes. Esquecemos, muitas vezes, que estas coisas são obras da nossa própria natureza perversa (Gl 5:19-21). O Senhor Jesus disse: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15:19). Satanás não precisa perder tempo levando o homem a estas coisas; o homem, deixado à vontade, fará tudo isto.

Satanás é muito astuto. Ele não atacou a moralidade de Eva e sim a sua fé na palavra de Deus. Ele se transforma em anjo de luz (II Co 11:14), e muitas vezes fala o que parece certo aos nossos olhos. Parecia que ele tinha tanto amor pelo Senhor Jesus quando disse: “Senhor, tem compaixão de Ti; de modo nenhum Te acontecerá isso” (Mt 16:22), mas o seu propósito oculto era o de desviar o Senhor do caminho de obediência à vontade de Seu Pai.

“O Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (I Tm 4:1). Estes espíritos podem enganar alguns que estavam andando na fé, levando-os a apostatar, e para conseguir isso ele tem que apresentar algo que se parece com a verdadeira fé. Este versículo ainda fala de demônios que trazem doutrina! E é uma doutrina rígida e severa, obrigando os seus adeptos a sacrifícios que a Bíblia não exige dos cristãos. Eles exigem o celibato e proíbem certos alimentos, mas apesar da aparência de piedade, negam a eficácia dela. Assim muitas pessoas sinceras, que procuram o conhecimento de Deus, estão sendo redondamente enganadas por estes espíritos que parecem ter tanto amor e dedicação ao Senhor Jesus Cristo, mas que realmente, pela astúcia, conduzem milhares de pessoas devotas e zelosas ao inferno, enquanto pensam que estão servindo a Deus.

À luz destes fatos, podemos compreender melhor o aviso solene dado pelo Senhor Jesus: “Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos céus. Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu nome? E em Teu nome não expulsamos demônios? E em Teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de Mim, vós os que praticais a iniqüidade” (Mt 7:21-23).

Satanás está enganando muitos, hoje, com palavras e atos que parecem honrar e servir ao Senhor Jesus Cristo. A prática de buscar o “batismo” — ou seja, uma manifestação de línguas, é uma das armas mais usadas por ele, pois a pessoa chega a renunciar o controle da sua mente, caindo em estado de êxtase; neste estado, a porta está aberta para a entrada de espíritos enganadores e as doutrinas de demônios.

Resumo

O que está acontecendo hoje, é que muitas pessoas sinceras que buscam maior conhecimento de Deus são levadas, por emoções fortíssimas, a renunciar o controle da sua mente, e conseqüentemente, caem num estado de êxtase, no qual começam a emitir sons incoerentes. Isto é o que muitos chamam de “dom de línguas”. Juntamente com estes sons, o corpo inteiro é tomado por uma sensação de bem-estar e felicidade que convence tais pessoas de que esta experiência é, de fato, do Espírito Santo.

Tendo renunciado o controle da mente, muitas destas pessoas caem nas garras de espíritos enganadores, quando, em vez de emitirem sons incoerentes, podem falar outros idiomas que nunca aprenderam. Em alguns casos que foram gravados e analisados, estas declarações consistiam em palavras obscenas e blasfemas.

Conclusão

Apesar da sinceridade indiscutível de alguns que estão envolvidos nos movimentos Pentecostal e Carismático, as manifestações de línguas, bem como as curas e outras coisas deste gênero que aparecem no seu meio, não são do Espírito Santo. Estas manifestações, quando não são meramente emocionais, são de espíritos enganadores.

Uma comparação honesta de tudo que a Bíblia fala sobre estes dons, e tudo que está acontecendo nestes movimentos, só pode levar-nos à conclusão de que as manifestações de hoje nada tem a ver com os dons do Espírito Santo. O ensino do NT está confirmado; estes dons, dados como sinais, cessaram; não existem hoje.

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