Perguntas sobre o Espírito Santo

Dons Espirituais Cap. 5 O dom de línguas

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Fonte: Ronald Watterson   

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Cap. 5 — O dom de línguas

Entre os dons dados como sinais, destaca-se o de línguas. Em primeiro lugar, este dom destaca-se porque foi mencionado pelo Senhor, quando citou vários sinais que seguiriam aqueles que cressem no Evangelho. Além disso, o Espírito Santo levou o apóstolo Paulo a dedicar um capítulo inteiro à consideração deste dom. Em terceiro lugar, é um dos dons mais comentados em nossos dias. Por estas razões, vamos considerá-lo em mais detalhes.

O que é o dom de línguas

A palavra “línguas” (glossa, no grego) aparece 50 vezes no NT. Em 17 destas ocorrências significa a língua, um membro do corpo humano. Uma vez é usada figurativamente, quando Lucas escreveu de línguas repartidas que pousaram sobre a cabeça de cada um dos discípulos (At 2:3), e nos demais casos (32 vezes), refere-se a um idioma.

Atos dos Apóstolos

Em Atos dos Apóstolos encontramos três menções específicas do dom de línguas. O primeiro caso aconteceu no dia de Pentecostes, no ano em que o Senhor Jesus foi crucificado (Atos 2:4). Os discípulos estavam reunidos em Jerusalém, esperando a promessa do Pai, quando “foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2:3-4).

Havia, naqueles dias, homens de todo o mundo visitando Jerusalém. Eram homens devotos. Estavam ali para participar da festa judaica de Pentecostes. Foi naquela ocasião que aconteceu, pela primeira vez, o milagre de línguas. Ajuntou-se uma multidão atônita. Todos pasmavam-se e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: “Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (At 2:7-8). Ainda acrescentaram: “Temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2:11), e outros zombavam, dizendo: “Estes estão cheios de mosto” (At 2:13).

Até este ponto tudo fica claro. No dia de Pentecostes quando, pela primeira vez, foi manifestado o dom de línguas, os discípulos falaram em idiomas que eles mesmos não conheciam, mas que eram perfeitamente compreensíveis aos seus ouvintes.

A segunda ocorrência de línguas em Atos aconteceu na casa de Cornélio. Enquanto Pedro pregava naquele lar, o Espírito Santo caiu sobre todos os que ouviam a palavra e começaram a falar em outras línguas. Os judeus, que tinham ido com Pedro “maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas e magnificar a Deus” (At 10:45-46).

Mais tarde, quando Pedro chegou a Jerusalém, ele explicou o que havia acontecido na casa de Cornélio. Era necessário explicar, porque alguns dos irmãos (sendo judeus) achavam que Pedro não deveria ter ido à casa de um gentio. Pedro lhes disse: “Quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio” (At 11:15). Ainda acrescentou: “Deus lhes deu o mesmo dom que a nós” (At 11:17). Fica claro, então, que o que aconteceu na casa de Cornélio foi idêntico ao que acontecera em Jerusalém no dia de Pentecostes. Naquele dia, como já observamos, as línguas eram idiomas falados por outros povos; portanto, as línguas faladas na casa de Cornélio, em Cesaréia, também eram idiomas.

A terceira manifestação deste dom, em Atos dos Apóstolos, aconteceu em Éfeso (At 19:6). Paulo encontrou-se ali com doze homens que eram discípulos de João Batista, mas que não sabiam nada dos acontecimentos do dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo descera. Paulo lhes explicou e eles logo foram batizados e, “impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam línguas e profetizavam” (At 19:6).

Sendo que não há maiores informações sobre este acontecimento, temos logicamente que concluir que não era diferente das duas manifestações anteriores, a saber, a de Jerusalém, no dia de Pentecostes, e a de Cesaréia, na casa de Cornélio.

Portanto, as manifestações de línguas, registradas em Atos dos Apóstolos, mostram que este dom era a capacidade dada pelo Espírito Santo de falar em outros idiomas, sem antes estudá-los.

I Coríntios 14

Além da promessa do Senhor, que já notamos em Marcos cap. 16, e das três manifestações de línguas que já observamos em Atos, a única menção no NT do dom de línguas é na carta aos Coríntios. No cap. 12 desta carta aprendemos que o dom de línguas é um dos dons dados pelo Espírito Santo, visando um fim proveitoso (vs. 7, 10). No cap. 13, descobrimos que este dom seria temporário (v. 8). É no cap. 14, porém, que encontramos maiores detalhes.

Analisando este capítulo, a natureza e a finalidade deste dom tornam-se claras. Dividimos os primeiros 28 versículos da seguinte maneira:

vs. 1 a 20 — O valor do dom de línguas;

vs. 21 a 25 — O propósito do dom de línguas;

vs. 26 a 28 — O controle do dom de línguas.

O valor do dom de línguas

O ensino destes primeiros vinte versículos é que as línguas não têm valor algum se elas não forem entendidas ou interpretadas. A profecia era muito mais importante, pois aquele que profetizava falava aos homens para edificação, exortação e consolação (v. 3); mas aquele que falava línguas, não falava aos homens, visto que ninguém o entendia (v. 2). Portanto, o que profetizava edificava a igreja, ao passo que o que falava língua edificava-se a si mesmo (v. 4). Paulo, então, deduz de tudo isto que é melhor profetizar do que falar em língua, a não ser que a língua seja interpretada. Conseqüentemente, ele mesmo preferiria falar apenas cinco palavras compreensíveis do que dez mil palavras numa língua desconhecida (v. 19).

Devemos lembrar que todos estes dons foram dados visando um fim proveitoso. Isto quer dizer que nunca foi o propósito de Deus que o dom de línguas fosse usado sem que houvesse intérprete, caso os ouvintes não entendessem a mensagem.

O propósito do dom de línguas

Se o valor deste dom depende inteiramente da interpretação, não seria ele desnecessário? Por que, então, Deus deu este dom?

Encontramos a resposta aqui mesmo em I Coríntios cap. 14. Veja o v. 22: “as línguas são um sinal”. O versículo completo diz: “De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.“

Este versículo ensina que o valor do dom de línguas não era para aqueles que criam e sim para os que não criam, e os exemplos que vimos em Atos dos Apóstolos confirmam isto; serviu para convencer os judeus e prosélitos incrédulos que estavam em Jerusalém no dia de Pentecostes, e também para convencer irmãos dentre os judeus que não criam que o Espírito Santo pudesse ser dado aos gentios (At 10:45); serviu também de sinal para judeus que haviam seguido João Batista. Estes não tinham ouvido da obra do Espírito Santo e, conseqüentemente, não haviam crido. O dom de línguas era um sinal para os judeus que não criam.

Veja, porém, as primeiras palavras do versículo acima citado: “de sorte que as línguas são um sinal …” “De sorte que” — esta expressão nos leva de volta ao versículo anterior para descobrir a razão porque as línguas constituem um sinal para os incrédulos, e descobrimos que este versículo é uma citação do VT. Paulo está citando as palavras de Isaías 28:11-12.

Isto torna mais interessante ainda o assunto de línguas. Não era simplesmente algo que aconteceu. Foi prometido por Deus séculos antes. Por quê?

O profeta Isaías falou, no seu cap. 28, do castigo que Deus traria sobre Efraim e Judá. Ele mostrou, porém, que este castigo seria precedido por um sinal: “Por lábios estranhos e por outra língua, falará a este povo” (Is 28:11). Ele daria o sinal de línguas desconhecidas. Deus deixou claro, na profecia de Isaías, que Ele sabia que o povo rejeitaria o sinal, mas mesmo assim, não deixou de dá-lo e de avisar os incrédulos.

Quando o Senhor Jesus veio ao mundo Ele foi rejeitado, apesar da evidência inegável dos sinais que Ele praticava. Aquele povo pediu que fosse crucificado. Apesar de terem rejeitado o seu Messias, Deus não os castigou imediatamente; antes, conforme Ele mesmo havia falado, Ele enviou aos judeus o sinal de línguas. Enviou os Seus apóstolos com uma mensagem de reconciliação, e autenticou a mesma através de línguas. Os versículos citados (I Co 14:21-22) não deixam lugar para dúvidas. As línguas prometidas em Isaías são as que apareceram nos primeiros anos do testemunho da igreja.

Mas o povo não ouviu (Is 28:11). Permaneceu rebelde, e finalmente o castigo predito veio. No ano 70 a.D. Jerusalém foi destruída pelos exércitos romanos comandados pelo general Tito, e, conseqüentemente, o sinal de línguas desapareceu; não havia mais utilidade.

O sinal, portanto, foi dado aos judeus incrédulos, avisando-os da iminente destruição da sua cidade. Mas eles não deram ouvidos, e o castigo veio. Depois do ano 70 a.D. portanto, não havia mais razão para este sinal, e a palavra do Senhor, escrita por Paulo, cumpriu-se: “Havendo línguas, cessarão” (I Co 13:8).

O controle do dom de línguas

A esta altura não precisamos comentar sobre as instruções que o Espírito Santo deu para controlar o uso deste dom. Veremos isto no próximo capítulo, ao considerarmos o que está acontecendo hoje.

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