Perguntas sobre o Espírito Santo

Dons Espirituais Cap. 4 Dons dados como sinais

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Fonte: Ronald Watterson   

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Cap. 4 — Dons dados como sinais

No capítulo anterior, para facilitar o estudo, dividimos os dons em três grupos. Já consideramos o primeiro grupo — os dons fundamentais — e notamos o seu caráter temporário. Consideremos, agora, o segundo grupo — aquele que chamamos de “dons dados como sinais”. Este grupo é maior; é composto de dons que, ainda hoje, cativam a atenção e admiração de muitos.

Para entendermos a natureza e a finalidade destes dons-sinais, devemos considerar, em primeiro lugar, algumas ocorrências da palavra “sinal” no NT. Ela é usada 77 vezes ao todo, e a maioria destas ocorrências se encontra nos Evangelhos.

Os sinais do Senhor Jesus

O primeiro sinal que o Senhor Jesus operou foi o de transformar água em vinho, nas bodas de Caná da Galiléia (veja Jo 2:11). Os quatro relatos inspirados da Sua vida aqui na Terra mostram que Ele fez muitos sinais. O apóstolo João diz que Ele “operou também em presença de Seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro” (Jo 20:30).

Nicodemos reconheceu a importância e o significado destes sinais. Uma noite, conversando com o Senhor Jesus, ele disse: “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que Tu fazes, se Deus não for com ele” (Jo 3:2). Até os Seus inimigos, os fariseus, sabiam disto, embora não o quisessem admitir publicamente. Os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho e disseram: “Que faremos? Porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nEle, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação” (Jo 11:47-48).

Estes mesmos fariseus, porém, chegaram-se ao Senhor Jesus, mais de uma vez, pedindo um sinal! Veja, por exemplo, Mt 12:38-40: “Então alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quiséramos ver da Tua parte algum sinal. Mas Ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas: pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra”. Compare Mt 16:1-4 e Lc 11:14-16, 29-30.

Estes sinais foram apresentados pelo Senhor Jesus para provar que Ele era o Cristo. O apóstolo João disse que o mundo todo não poderia conter os livros que seriam escritos, se tudo que o Senhor Jesus fez fosse contado (veja Jo 21:25). Alguns sinais, porém, foram selecionados e registrados na Bíblia, para que os que lessem, pudessem crer que Ele é de fato o Cristo (Jo 20:31).

Quando João Batista teve dúvidas, o Senhor não mandou dizer-lhe que Ele era o Cristo; mandou dizer a João o que Ele estava fazendo. Os próprios sinais convenceriam João (Mt 11:2-6). Os líderes do povo viram os sinais e não puderam negá-los, mas recusaram aceitar o seu Messias; e quando pediram mais sinais, tentando-O, o Senhor recusou dar-lhes mais, a não ser o da Sua morte e ressurreição. Jonas serviu de sinal para os perversos ninivitas (veja Mt 12:39-41). A morte e ressurreição do Senhor seria o sinal para aquela geração má e adúltera.

Os sinais dos discípulos

Depois de ressuscitar de entre os mortos, o Senhor enviou os Seus discípulos a todas as nações, e prometeu-lhes sinais para autenticar a Sua mensagem. Ele disse: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Mc 16:15-18).

Cinco sinais são mencionados nestes versículos, mas esta lista não pretende ser completa; ela mostra como seriam os sinais. Seriam a capacidade para realizar obras que são, evidentemente, sobre-humanas.

Nas listas de dons espirituais que temos mencionado, encontramos alguns que estão também incluídos na lista de sinais de Marcos cap. 16. Por exemplo, línguas e curas constam em ambas as listas. Há também outros que são semelhantes em gênero, tais como operações de milagres e discernimento de espíritos (veja I Co 12:9-10). Vamos considerar agora estes dons que foram dados, especificamente, como sinais.

Os dons-sinais eram temporários

Os dons dados como sinais cessaram durante a vida dos apóstolos e não existem hoje. Tendo dito isto, precisamos agora provar que é assim, pois ninguém tem o direito de afirmar que dons são temporários a não ser que a própria Bíblia deixe isto claro. Eu creio que a Bíblia não nos deixa em dúvida. Vamos examiná-la e apresentar as provas.

Marcos 16:15-20

O primeiro trecho que vamos examinar é Marcos cap. 16, onde o Senhor Jesus prometeu que certos sinais seguiriam aqueles que cressem no Evangelho. Se analisarmos o trecho em foco, veremos que o Senhor Jesus deu uma ordem aos Seus discípulos (v. 15), e uma informação (v. 16). A ordem foi a de pregar o Evangelho a toda a criatura, e a informação foi a respeito dos resultados desta pregação; quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.

Em seguida, vemos uma promessa (vs. 17 e 18), e um comentário (vs. 19 e 20). A promessa foi dada pelo Senhor Jesus Cristo, e o comentário foi feito pelo Espírito Santo, através de Marcos. O Senhor prometeu que sinais seguiriam aqueles que cressem na pregação do Evangelho; Marcos comentou que o Senhor cumpriu esta promessa, confirmando assim a Sua Palavra.

O que nos interessa mais no momento, para este estudo, é a promessa de sinais e o comentário a respeito deles, ou seja, os versículos 17 a 20. Quando lemos estes versículos com atenção, e com a mente aberta, vemos que eles não dizem o que muitos pensam que dizem!

Observe bem os verbos usados pelo Senhor nesta promessa. Como é de se esperar, Ele usou o tempo futuro. Afinal, a promessa era sobre coisas futuras, e o Senhor lhes prometeu que aconteceriam sinais; sinais que não estavam ainda em evidência entre os apóstolos quando Ele falou. Ele disse: “Estes sinais seguirão … expulsarão … falarão … pegarão … se beberem … porão …“

Observe, agora, a diferença nas palavras do Espírito Santo ao comentar esta promessa. Ele não usou o tempo presente do verbo e sim o tempo passado. Ele disse que o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-Se à direita de Deus. Disse que eles (isto é, os primeiros discípulos), tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram! Impressionante! O Espírito Santo não disse: “Confirmando a palavra com os sinais que estão seguindo”! Não! Não usou o tempo presente; usou o passado! E por que usou o passado? Só pode haver uma resposta: usou o tempo passado, porque não poderia usar o presente; estes sinais já eram coisas do passado.

Devemos lembrar que cada palavra da Bíblia é divinamente inspirada. Se o Espírito Santo usou o tempo passado do verbo, e não o presente, é porque, quando Marcos escreveu este livro, os sinais já haviam cessado. Não se manifestavam mais.

Confirmando isto, veja como Marcos usou a terceira pessoa: “Depois de lhes ter falado …” (v. 19), “Eles, tendo partido, pregaram” (v. 20). Não há dúvida de que o “lhes” no versículo 19 e o “eles” no versículo 20 se referem às mesmas pessoas. Os sinais acompanharam aquela primeira geração de pregadores, mas Marcos (e seus contemporâneos da geração seguinte) não tinha este poder. O v. 19 relata o que aconteceu com o Senhor que deu a promessa — Ele foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. O v. 20 relata o que aconteceu com os discípulos que receberam a promessa — eles obedeceram, indo e pregando por toda parte. E o Senhor confirmou a Palavra com os sinais que se seguiram.

Hebreus 2:3-4

“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram, testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?“

Lendo estes dois versículos com atenção, notamos dois grupos distintos que ouviram de tão grande salvação. O primeiro grupo são aqueles que ouviram do Senhor mesmo. O segundo grupo são os que ouviram de “segunda mão”, isto é, ouviram daqueles que primeiramente tinham ouvido do Senhor. O escritor desta carta se inclui no segundo grupo, pois ele disse: “foi-nos confirmada”.

Tendo falado da mensagem, no v. 3, o escritor continua agora, no v. 4, falando das maravilhas que acompanharam a pregação. Ele fala de sinais, milagres, várias maravilhas e dons do Espírito Santo. Fala de uma demonstração de poder sobrenatural. Mas, note bem as palavras que o escritor usa: “Testificando também Deus com eles …” Note especialmente a palavra “eles”, que aqui se refere, sem dúvida, àquele primeiro grupo e, conseqüentemente, excluiria o escritor desta carta e as demais pessoas que, como ele, compunham o segundo grupo.

Isto quer dizer que os sinais e maravilhas acompanharam as pregações daqueles primeiros pregadores, mas não se manifestaram posteriormente com as pregações dos demais servos de Deus. Se os sinais e maravilhas ainda estivessem em manifestação quando a carta aos Hebreus foi escrita, então o Espírito Santo poderia ter dito que Deus estava testificando através dos referidos sinais. Não teria indicado que isto acontecera somente com os primeiros pregadores. Mas Ele salientou este fato, confirmando o que acabamos de notar no estudo de Marcos cap. 16, isto é, que os sinais foram dados, como o Senhor prometera, e que logo cessaram.

Mais provas

A menção, no NT, de certos casos de curas impressionantes, bem como de certos casos de doença, confirmam que os dons-sinais duraram pouco tempo. Vejamos alguns destes casos.

O caso de Paulo

No início do ministério de Paulo, o dom de curar era evidente. Em Listra, ele curou um homem que nunca andara (At 14:9-10). Mais tarde, lemos que Deus, através de Paulo, “fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam” (At 19:11-12). No capítulo seguinte, vemos Paulo ressuscitando um morto! Êutico havia caído da janela e morrido durante a pregação de Paulo, mas Paulo logo desceu e o ressuscitou (At 20:7-10).

Mais tarde, porém, este mesmo Paulo não tinha poder para curar-se a si mesmo! Ele sofria de uma fraqueza que ele chamou de “um espinho na carne” (II Co 12:7-10). Três vezes ele pediu ao Senhor que o livrasse daquele incômodo, mas Deus não o livrou. Antes, disse: “A Minha graça te basta”.

Isto aconteceu depois dos incidentes narrados acima. No início do seu ministério, Paulo possuía o dom de curar; mais tarde, quando ele sofria do espinho na carne, o dom havia cessado, e ele não podia curar-se a si mesmo.

O caso de Timóteo

Timóteo era o companheiro fiel de Paulo. O NT menciona freqüentemente este servo de Deus, mostrando a sua dedicação e fidelidade. Certa vez, o Espírito Santo levou Paulo a escrever: “Ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado” (Fp 2:20). Ele estava se referindo a Timóteo.

Mas Timóteo andava doente. Ele sofria freqüentemente do estômago. E Paulo não podia curá-lo! Não foi por falta de fé da parte de Timóteo; pelo contrário, Paulo falou da fé não fingida que estava em Timóteo (II Tm 1:5). Mesmo assim, Paulo teve que limitar-se a dar conselho médico a seu companheiro no Evangelho. Disse Paulo: “Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago, e das tuas freqüentes enfermidades” (I Tm 5:23). Se existisse ainda o dom de curar, certamente este servo de Deus teria sido curado para que pudesse continuar o seu trabalho, sem impedimento. Mas Paulo não possuía mais o dom de curar.

O caso de Trófimo

O que aconteceu com Trófimo confirma o que acabamos de dizer. A segunda carta a Timóteo é a última carta inspirada que o apóstolo Paulo escreveu. Não é possível lê-la sem ficar comovido. O velho guerreiro do Senhor estava em circunstâncias tristes. Leia o último capítulo, e sinta a solidão do apóstolo. “Demas me desamparou … Alexandre causou-me muitos males … ninguém me assistiu na minha primeira defesa” (vs. 10, 14, 16). Ele ainda fala de outros irmãos que foram para outros lugares no serviço do Senhor; só Lucas estava com ele.

Havia, porém, um irmão que o acompanhou naquela última viagem até Mileto. Era Trófimo. E Trófimo queria acompanhá-lo até o fim, mas adoeceu em Mileto. Adoeceu, e Paulo, que precisava da sua companhia, não podia curá-lo. Diz Paulo: “Deixei Trófimo doente em Mileto” (II Tm 4:20). A iniciativa era de Paulo; não foi de Trófimo. Não diz que Trófimo ficou, mas sim, que Paulo o deixou. Trófimo, mesmo doente, queria ir com seu irmão, mas Paulo, prudentemente, o deixou. Se Paulo tivesse ainda o dom de curar, este irmão teria sido curado para que pudesse acompanhar o apóstolo naquela última viagem.

Por quê?

Diante destes fatos, surge uma pergunta: Por que Paulo perdeu o dom de curar? Teria ele se afastado do Senhor? Era menos espiritual do que no início do seu ministério?

Creio que ninguém ousaria responder afirmativamente a estas perguntas. Ele mesmo, quando viu o seu fim se aproximar, disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia” (II Tm 4:7-8). Ele não se afastou do Senhor, pelo contrário, quando ninguém o assistiu na sua primeira defesa, ele testificou: “O Senhor assistiu-me, e fortaleceu-me” (II Tm 4:17).

Paulo perdeu o dom de curar, não por falha ou negligência sua, mas simplesmente porque aquele dom cessou de operar. Não era a vontade de Deus que tal dom continuasse, pois não era mais necessário.

Os sinais foram dados, no início, para autenticar a mensagem dos primeiros pregadores, mas nunca foi a intenção de Deus que continuassem. Vemos isto nas palavras de Paulo aos coríntios, a respeito do seu apostolado: “Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas” (II Co 12:12). Ele não mostrou mais sinais para confirmar o seu apostolado; ele disse que já “foram manifestados”; não seriam repetidos.

Os dons-sinais

Alguns dons dados como sinais são mencionados em I Co 12, e vamos considerá-los agora.

Fé (v. 9)

A fé mencionada aqui obviamente não é a fé salvadora; não é de todos os salvos. Leia o contexto: “a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria … e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé …”. Esta é a fé mencionada em 13:2 — a fé que transporta montes, e nem todos os salvos possuíam este dom.

Dons de curar (v. 9)

Note o plural — literalmente dons de curas. Ambas as palavras estão no plural, indicando operações diferentes conforme a doença. Vemos exemplos destes dons em Atos dos Apóstolos (5:16; 28:8, etc.).

Operações de maravilhas (v. 10)

Observe, novamente, os plurais — literalmente operações de maravilhas ou milagres. São diferentes das curas mencionadas acima. Vemos exemplos no ministério do Senhor Jesus. Além de curar enfermos, Ele fez maravilhas, tais como transformar água em vinho (Jo 2); alimentar uma multidão (Jo 6) e acalmar uma tempestade no mar (Mr 4).

Discernir os espíritos (v. 10)

O Comentário Ritchie diz: “Isto se refere ao dom de discernir se a mensagem era do Espírito Santo, ou se era de um espírito maligno.” Uma ilustração disto se encontra em Atos 16:16-18. Compare I Co 14:29.

Variedade de línguas (v. 10)

Não comentaremos este dom agora, pois pretendemos examiná-lo detalhadamente no próximo capítulo.

Interpretação das línguas (v. 10)

Isto não se refere à capacidade de um poliglota, conhecedor de várias línguas; é um dom espiritual — era a capacidade, divinamente dada a um irmão, para interpretar uma mensagem em língua desconhecida, para que a igreja fosse edificada. Veja cap. 14:26-27.

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