Perguntas sobre o Espírito Santo

Dons Espirituais Cap. 3 Dons fundamentais

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Fonte: Ronald Watterson   

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Cap. 3 — Dons fundamentais

Nas três listas de dons que encontramos no NT, temos nada menos que dezenove dons. E estas listas não pretendem ser completas; não fornecem uma relação dos dons, e sim, uma amostra deles.

Para facilitar o nosso estudo vamos dividir estes dons em 3 grupos:

Dons fundamentais

Dons dados como sinais

Dons permanentes

No primeiro grupo, que estudaremos neste capítulo, temos dois dons — o de apóstolo e o de profeta. São chamados de “fundamentais” porque foram concedidos e usados por Deus no fundamento da igreja. Paulo, escrevendo aos efésios a respeito da Igreja, lhes disse que eles não eram mais “estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2:19-20).

Ele não queria dizer com isto que os apóstolos e profetas eram o fundamento da Igreja, pois ele mesmo havia escrito aos coríntios que era impossível lançar outro fundamento “além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (veja I Co 3:11). O próprio Senhor Jesus Cristo afirmou que edificaria a Sua Igreja sobre esta “pedra” (veja Mt 16:18). Ele não falou que edificaria sobre Pedro, mas sobre Ele mesmo, o Senhor Jesus Cristo, que Pedro acabara de confessar. Pedro mesmo explicou o que significa esta pedra ao escrever na sua primeira carta: “Chegando-vos para Ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” (I Pe 2:4).

Os apóstolos e profetas foram usados por Deus para lançar este fundamento, como Efésios 2:20 nos ensina. A função específica destes dois dons era necessária no início da igreja, pois naquele tempo o NT ainda não fora escrito. Não havia esta Palavra final de autoridade absoluta e, conseqüentemente, a presença de apóstolos, autorizados e enviados pelo Senhor, era necessária. A função dos profetas também era necessária, até que se completasse a revelação das Sagradas Escrituras.

Hoje, porém, não estamos lançando o fundamento. Temos uma revelação completa da vontade de Deus para nós, e conseqüentemente, não há mais necessidade de termos apóstolos e profetas.

Apóstolos

Esta palavra “apóstolo” significa um enviado, mensageiro, agente. Num sentido, todo cristão é apóstolo, pois todos nós somos enviados pelo Senhor para levar o Evangelho a toda criatura. Mas todos sabem que a Bíblia usa esta palavra num sentido mais restrito, referindo-se àquele grupo de homens que o Senhor mesmo escolheu e chamou.

Para ser apóstolo, era necessário ter um chamado especial da parte do Senhor Jesus Cristo (veja Lc 6:13). Era também necessário ter acompanhado o Senhor durante todo o tempo desde o Seu batismo no Jordão até à Sua ascensão ao céu (veja At 1:21-22).

Na sua primeira carta aos Coríntios, Paulo defende o seu apostolado, mostrando que ele também viu o Senhor Jesus, embora não O tivesse acompanhado quando Ele andou aqui (veja I Co 9:11). Seu caso era excepcional. Ele não pertencia aos “doze”. O seu apostolado não contradiz o que foi dito acima; pelo contrário, reforça a necessidade de tais qualificações, pois, se estas não fossem necessárias, Paulo não teria de provar, desta forma, que era de fato um apóstolo.

Autoridade apostólica

Os apóstolos, como enviados especiais do Senhor, possuíam uma autoridade delegada, pois agiam como representantes do Senhor. Na segunda carta aos Coríntios, Paulo fala desta autoridade e a defende nos caps. 10 a 13. Veja, por exemplo, o que ele escreveu no cap. 10: “Porque, ainda que eu me glorie mais alguma coisa do nosso poder, (exousia no grego, que significa “autoridade”) o qual o Senhor nos deu para edificação, e não para vossa destruição, não me envergonharei” (II Co 10:8). Mais tarde, ele tornou a dizer: “Portanto, escrevo estas coisas estando ausente, para que, estando presente, não use de rigor, segundo o poder (exousia — autoridade) que o Senhor me deu para edificação, e não para destruição” (II Co 13:10).

Exemplos de autoridade apostólica

Vemos exemplos desta autoridade apostólica em várias partes do NT. Quando Pedro viu a operação do Espírito Santo na casa de Cornélio, ele mandou que aquelas pessoas fossem batizadas (veja At 10:48). O apóstolo João também podia usar de autoridade, pois ouvindo de Diótrefes, que gostava de exercer a primazia na igreja local, ele disse: “Se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas” (III Jo 1:10). A autoridade de Paulo tornou-se evidente quando escreveu: “Eu na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, j* determinei, como se estivesse presente …” (I Co 5:3).

Hoje, porém, não temos mais apóstolos neste sentido da palavra. Creio que todo cristão concorda com isto, embora certas seitas falsas professam ter entre eles os sucessores dos doze apóstolos. Isto não nos surpreende. O próprio apóstolo Paulo avisou que haveria falsos apóstolos, mesmo naqueles dias quando os apóstolos verdadeiros ainda estavam vivos! O Senhor Jesus também falou destes. Na carta que enviou à igreja em Éfeso, Ele elogiou aquela igreja porque pôs à prova os que diziam ser apóstolos, e não eram, e os achou mentirosos (veja Ap 2:2). Escrevendo aos coríntios, Paulo disse: “Porque tais falsos apóstolos, são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (II Co 11:13-14).

Uma vez que a revelação de Deus para nós foi completada, o último dos apóstolos, João, foi levado para o céu. A autoridade, que outrora residia nos apóstolos, reside agora na Palavra escrita, e nenhum homem pode se impor querendo exercer uma autoridade acima da Palavra de Deus.

Profetas

Quando se fala em profetas, geralmente se pensa naqueles que prediziam o que iria acontecer. Na realidade, o papel do profeta abrangia muito mais do que isto. Basta ler os livros dos profetas no VT para descobrir que o profeta recebia mensagens diretamente de Deus, e as transmitia ao povo. Estas mensagens poderiam ser pronunciamentos sobre acontecimentos futuros, ou poderiam ser exortações ou ensinos para o povo de Deus.

Em séculos passados, quando não havia uma Bíblia completa, isto é, a revelação completa da vontade de Deus para o Seu povo, era necessário haver profetas para comunicar a Palavra de Deus. Porém, uma vez que o NT foi completado, Deus não precisou mais de profetas e, conseqüentemente, o dom cessou.

Em primeiro lugar, não pode haver mais profetas porque não há mais nada para revelar que já não esteja revelado na Bíblia. Além disto, a própria Bíblia proíbe expressamente acrescentar uma palavra sequer a esta revelação (veja Ap 22:18). Se houver um acréscimo, é falso! Tudo que precisamos saber já está revelado.

Paulo escreveu a Timóteo, dizendo: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (II Tm 3:16-17). Se as Escrituras são suficientes para que o homem de Deus seja perfeito e completamente habilitado para toda a boa obra (como afirma a citação acima), então não precisamos de mais nada. Qualquer outra revelação seria supérflua. E Deus não daria uma profecia desnecessariamente. Todo dom espiritual é dado visando um fim proveitoso (veja I Co 12:7).

Se estes argumentos não são suficientes para provar que não temos mais profetas da parte de Deus, podemos voltar à Bíblia, e verificar o que ela mesmo afirma: “Havendo profecias, serão aniquiladas” (I Co 13:8). O verbo grego, traduzido “serão aniquiladas”, significa tornar inativas ou inoperantes. Este versículo, portanto, fala claramente de um dia quando a profecia deixaria de ser usada — tornar-se-ia inoperante.

Este mesmo capítulo nos conta não somente que a profecia se tornaria inoperante, como também nos informa quando isto aconteceria! Veja o contexto. No v. 9 lemos: “Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos” (I Co 13:9). Isto é, este versículo fala de um conhecimento “em parte” e de uma revelação “em parte”. O v. 10, porém, nos diz: “Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado” (tornar-se-á inoperante). Em contraste com o conhecimento “em parte” e a profecia “em parte”, Paulo agora fala de algo “perfeito”, isto é, um conhecimento completo, devido a uma revelação completa. Em outras palavras “o que é perfeito” é a Bíblia Sagrada — a completa revelação de Deus para o Seu povo aqui no mundo. No v. 11, ele ainda fornece uma ilustração, mostrando como seria o fim deste dom. Da mesma forma que um menino, progressivamente, deixa das coisas de menino, tornando-se homem, assim, progressivamente, à medida que as Escrituras iam sendo completadas, as profecias iam desaparecendo, até que finalmente cessaram, quando a Bíblia foi completada.

Quando o Senhor Jesus ainda andava aqui no mundo, Ele avisou o povo, dizendo: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7:15). Ainda acrescentou: “Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu nome?” aos quais Ele responderá: “Nunca vos conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7:22-23).

Mais para o fim do Seu ministério terreno, Ele ainda avisou os Seus discípulos que nos dias que hão de preceder a Sua vinda, “surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos” (Mt 24:11). Não apenas “falsos profetas”, mas, note bem, muitos falsos profetas. Ele ainda nos disse que estes farão tão grandes sinais e prodígios que, se fora possível, enganariam até os escolhidos (veja Mt 24:24). O Seu conselho é importante e muito relevante hoje: “Se vos disserem: Eis que Ele está no deserto, não saiais; eis que Ele está no interior da casa; não acrediteis” (Mt 24:26).

Conclusão

Os dois dons que acabamos de considerar — o de apóstolo e o de profeta — foram usados por Deus no fundamento da Igreja, e então cessaram. Não existem hoje. Já que temos uma revelação completa da vontade do Senhor para nós, não há mais serviço para o profeta; já que esta revelação está revestida da mais alta autoridade, sendo ela a Palavra de Deus, não precisamos mais da autoridade dos apóstolos. Qualquer “apóstolo” ou “profeta” que aparecer em nossos dias é, conseqüentemente, falso. Ap 2:2; II Co 11:13 etc.

Sendo que estes dois dons eram temporários, devemos estar atentos ao estudo dos demais, para ver se alguns deles também são temporários, e quais são os que permanecem em uso até hoje.

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