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Carta de um pastor sobre Olavo de Carvalho

Carta de um pastor sobre Olavo de Carvalho
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Julio Severo

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Frequentemente recebo cartas de pastores, mas uma me chamou a atenção de forma especial pelo elevado grau de discernimento acerca do cenário político, principalmente como evangélicos estão se encantando com questões que desconhecem profundamente.

Enquanto evidentemente há pastores sendo levados pelo encantamento do discurso antimarxista de Olavo de Carvalho (fenômeno muito parecido com o caso de pastores alemães que se encantaram discurso antimarxista na década de 1930), há agora pastores que estão começando a discernir o que está por trás desse encantamento.

Posto a carta desse pastor anonimamente para evitar que ele seja alvo de ataques, pois os seguidores de Carvalho nada perdem, em militância e brutalidade política, para os socialistas, xingando, caluniando e atacando qualquer um que levante uma mínima crítica sobre aquele a quem eles de minuto a minuto chamam de “professor” e “mestre.”

Embora a carta tenha sido dirigida especificamente a mim, serve para ajudar outros pastores a discernir armadilhas que estão sendo preparadas contra a Igreja brasileira. Eis a carta:

Quero falar um pouco sobre a confrontação com o Olavo de Carvalho.

Vi que você escreveu que Deus não mandou que você silenciasse a este respeito, mas que respondesse e contestasse como Paulo fazia em suas cartas, defendendo-se quando era atacado.

Creio que isto é justo e legítimo, e precisa ser feito.

Talvez você possivelmente já saiba o que eu vou dizer, mas nesse caso que fique como confirmação.

A forma como o Olavo está conduzindo seus adeptos (e ouvi dizer que ele pode vir a aconselhar o Bolsonaro) não é casual; essa forma de conduzir como se ele fosse o líder de uma seita religiosa é similar ao método usado por Hitler para conquistar o poder na Alemanha. O próprio Hitler descreve isso em seus livros, que somente um movimento com características religiosas poderia vencer o esquerdismo/comunismo que tentava dominar a Alemanha daquela época.

Para Hitler, um dos motes foi demonizar os judeus (coisa que não era tão difícil tendo em vista a conjuntura da Europa). Virou uma guerra dos alemães “limpos” contra os judeus “sujos” (dos alemães direitistas contra os judeus esquerdistas). Os seres “morais” contra os “imorais.” O caso é que se precisa de um “inimigo,” os certos e iluminados contra os errados e as trevas.

A princípio as estratégias de Hitler deram certo e venceram o comunismo/socialismo que tentava ganhar o poder na Alemanha mais ou menos com as mesmas armas que hoje tentam aqui — dissolução da família, corrupção, pornografia, enfraquecimento dos valores morais como um todo, etc. Hitler também defendia a “família” (desde que ariana), a moralidade, e muitas coisas que levaram os alemães a segui-lo, também pelo cansaço em que estavam por causa da situação de crise que viviam por terem perdido a 1ª Guerra. 

Infelizmente a Igreja alemã demorou demais para discernir o que estava acontecendo. E a Igreja brasileira não é nenhuma especialista na área de discernimento.

Isso é preocupante. Vejo muitas características do processo que levou Hitler ao poder acontecendo no Brasil, e não como coincidência, mas como método. E vejo o Olavo como mentor disso.

Eu conheço o site do Olavo e seus escritos há muitos anos. Durante muito tempo ele sustentava uma aparência coerente com as coisas, até conquistar uma base relativamente grande de pessoas que confiam cegamente nele. Depois que conquistou essa confiança é que ele tem apresentado publicamente mudança de comportamento, como se estivesse testando até onde vai a “fé” de seus seguidores. E fez isso falando da Inquisição por exemplo, contra os protestantes (aos quais até essa época ele não agredia abertamente), e intensificando o uso de palavrões.

Ele está colocando um método em prática, e utilizando esses pontos como forma de medir o “sucesso” de sua religião em alienar as pessoas do mundo, fazendo-as crer somente naquilo que ele fala e nada mais. Inclusive o tanto que você está sendo atacado pelos seguidores dele é uma forma de medir esse “sucesso.”

Assim que ele considerar suficiente essa habilidade de controlar seus seguidores, ele dará seu próximo passo. 

Estou acompanhando os movimentos relativos a esta situação e também ao Bolsonaro, porque as coisas parecem caminhar no mesmo sentido com ele. Se eles resolverem se unir e utilizar este tipo de método para chegar ao poder no Brasil (digo isso porque o Olavo gosta de dizer que foi ele quem “salvou” o Brasil, e isso é coisa de quem almeja o poder ainda que indireto) teremos um problema bem grande, porque ele tem direcionado a perseguição necessária à consolidação do método dele aos evangélicos mais “raiz,” digamos assim.

Por isso, Julio, você como sempre está na posição de atalaia e de vanguarda, sendo praticamente o primeiro a levantar alguma objeção sólida e fatal contra ele. É natural pois que você seja o grande alvo dele. 

Creio inclusive que a sua defesa contra ele deve ser mais contundente, levando em consideração que os ataques vão para além do pessoal — há segundas intenções dele nisso.

O principal é que você tem pregado a VERDADE, deixando as pessoas em liberdade para examinar a Bíblia e ver se o que você prega está lá mesmo. Você não tem gente seguindo você cegamente, e nem arvorou para si mesmo o papel de dono da verdade. É bem claro em todos os seus posts onde está a Verdade. Reivindique para si essa honestidade no agir e nos argumentos, e coloque a Bíblia sempre como juiz entre ele e você como você já tem feito.

Fonte: Julio Severo

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