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D. Pedro II: o único governante do Brasil que amava os judeus

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Prof. Renato Dasg
Comentário de Julio Severo: É uma grande honra para o Brasil ter tido em D. Pedro II um governate que admirava e respeitva o povo judeu. Pena que as gerações seguintes de presidentes brasileiros nunca seguiu os passos do grande monarca brasileiro. O uso do termo “progressista” em referência a D. Pedro II não é sobre esquerdismo, mas suas ideias avançadas.

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Dom Pedro II
Certamente, o político mais honesto e progressista que o Brasil já teve, D. Pedro II, Imperador do Brasil de 1841 a 1889, notório por imensa cultura e interesse por diversas áreas do conhecimento humano, era poliglota e falava inclusive o hebraico.
É de seu governo a primeira Lei contra preconceito em nosso território: “ninguém pode ser perseguido por motivo de Religião, uma vez que respeite a do Estado, e não ofenda a Moral Pública”.
Nosso Imperador, incentivador da educação e saúde brasileiras, autor de um projeto de absorção sócio-econômica dos negros livres graças à abolição da escravatura, em 1888, prestes a ser colocado em prática e abortado pelo golpe da república, participava de diversas academias de ciências e letras, sendo eleito membro da Academia Francesa de Letras tornando-se imortal.
O amor do monarca pela língua hebraica, estudada durante toda a sua vida com dedicação ímpar, nasceu durante a juventude. Foram seus mestres rabinos e professores judeus, tanto no Brasil quanto no exterior. O domínio do hebraico era tão contundente que Pedro de Alcântara falava, lia, ouvia e escrevia na Língua Sagrada.
A motivação imperial centrava-se no interesse de ler a Bíblia no original, na religião judaica e nos hábitos culturais do Povo do Livro, além de ser uma forma de apagar os atos de crueldade cometidos por seus antepassados, reis de Portugal, durante o período da Inquisição.
Quando marechal Deodoro da Fonseca, através de uma ação covarde e traidora, decretou a 15 de Novembro de 1889 por meio de um golpe militar de estado o fim do período imperial numa quartelada quase sem força política e nenhum apoio popular, o início de um período republicano ditatorial, destituindo o último imperador e maior estadista brasileiro, Dom Pedro II, teve de partir em exílio para a Europa. O Brasil de Império independente e progressista tornava-se uma República retrógrada dependente de várias nações por iniciativa própria e sem recursos para sustentar a imensa onda políticos que visavam os próprios interesses e que até hoje continuam no poder. Com semelhança de fatos, Sua Majestade cotejou seu exílio com o exílio judaico e fez de seu objeto de estudo conforto para seu sofrimento aprofundando seu conhecimento da gramática e literatura hebraicas.
Contudo, seu interesse pelo povo judeu despertava a curiosidade todos e, por ser a sociedade preconceituosa, foi, em numerosas ocasiões, ridicularizado. Em um artigo publicado em 1872, o escritor antissemita português Eça de Queiroz, autor de “Os Maias”, deixa passar sua repulsa contra os israelitas ao debochar de D. Pedro: “Sua Majestade, conhecido pela modéstia nos costumes e nas iguarias que impõe no Palácio Real, tem na verdade uma gula especial e única: a língua hebraica. (…) Só sabe balbuciar ‘hebraico’. Certa vez, quando recebido com pompa nos palácios reais ingleses e solicitado a exprimir suas vontades e preferências, exclamou querer conhecer a comunidade judaica inglesa. Os oficiais da recepção tiveram a ridícula idéia de levar um Imperador a uma sinagoga. Rodeado por bufos judeus imersos em suas orações, pôde deglutir D. Pedro, com muita curiosidade e satisfação, porções inúteis sem fim de hebraico”.
Todavia, Sua Majestade não se contatava com a dedicação passiva. Foi autor de um livro de gramática hebraica, em francês; traduziu do hebraico para o francês a canção “Had Gadiá”, da Hagadá de Pessach, por compreender que a canção reflete a essência da justiça divina e seu poder sobre a vida e a morte.
Ainda se preocupou em traduzir para o francês, três cânticos litúrgicos antigos datados do século XVI ou XVII, que costumavam ser entoados nas festas de Brit Milá e Purim por algumas comunidades na Provença Francesa.
Em seu livro “Poésies Hébraïco-Provençales du Rituel Israélite Comtadin. Traduites et Transcrites par S.M. Dom Pedro II D’Alcantara, Empereur du Brésil. Avignon 1891” publicado com as traduções, D. Pedro expôs na introdução a história das canções e seu valor literário, para que seus leitores pudessem captar a luminosidade oculta nos tesouros da literatura hebraica.
No prefácio, confessou seu amor pela língua hebraica e descreveu as gradativas fases de seu estudo, mencionando com reverência os nomes de seus professores de hebraico: seu primeiro mestre o judeu sueco Akerblom, que vivia no Brasil; o segundo Dr. Heining; depois, Dr. Koch e, por último, Dr. Christian Seybold.
A respeito da publicação de D. Pedro II, a crítica literária judaica mundial afirmou que “nenhum de nossos homens de letras teve a idéia de salvar do esquecimento e da perda estas peças do folclore judaico, até que veio o Imperador brasileiro e coletou-as, interpretou-as, traduziu-as e publicou-as, com total fidelidade aos originais”.
Durante o exílio real em Paris, entre 1889 e 1891, D. Pedro II estabeleceu laços de amizade com intelectuais e escritores hebraístas e judeus. Um deles, Ephraim Deynard (1846-1936), em carta aberta, destacou o conhecimento da língua hebraica pelo Imperador, “Desta forma Sua Majestade destacou-se e gravou seu nome, em letras luminosas, na história e no coração do povo do D’us de Abraão. Esta saudação é-lhe dirigida por dezenas de milhares de filhos de Israel, pela grande honra que Sua Majestade conferiu a este povo antigo por ter estudado sua língua”.
Durante suas viagens à Europa, D. Pedro tinha o hábito de visitar sinagogas. O Imperador entrava incógnito e se sentava junto à porta, como se fosse um visitante pobre. Em algumas sinagogas, quando pensavam que fosse judeu e lhe destinavam a honra de ler na Torá e lhe perguntavam seu nome e de seu pai, D. Pedro II dizia quem era na verdade, respondendo humildemente que não era judeu. Em 22 de setembro de 1876, ele esteve na sinagoga de Odessa, Rússia, e se impressionou com a bela melodia das orações. Em demais ensejos, Sua Majestade costumava rezar com o sidur, livro próprio de orações em hebraico, assim sempre soube quando se levantar e o que dizer, acompanhando atentamente a liturgia.
Há um relato que em certa vez, no ano de 1871, na Grande Sinagoga de Great Portland Street, em Londres, se identificou após ser confundido em ser judeu, mas, mesmo assim recebeu a confirmação do convite de Leitura da Torá. D. Pedro fez o ritual da “subida” à Torá proferindo as respectivas bênçãos em hebraico e até mesmo traduzindo os versículos que havia lido. Logo após, diante dos presentes, emocionou a todos declarando: “Levarei comigo, em meu coração, o selo da Torá de Moisés, e suas palavras pairarão para sempre diante de meus olhos”.
Em dezembro de 1876, D. Pedro foi à Terra Santa, participou com os judeus das orações de sexta-feira à noite, no Muro das Lamentações. Foi, provavelmente, nesta viagem que o Imperador adquiriu os rolos da Torá, hoje tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e expostos no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Pesquisadores israelenses consideram estes rolos da Torá como os mais antigos existentes no mundo, datando do século XIV ou XV.
A sinagoga mais antiga do Rio de Janeiro, a Shel Guemilut Hassadim dos marroquinos, em Botafogo, foi fundada durante o seu Império.
Por fim, D. Pedro II faleceu em Paris no dia 5 de dezembro de 1891. No texto publicado pelo jornal HaTsfirá, A Sirene, editado em Varsóvia, na Polônia, em língua hebraica, escreveu o redator a respeito da vasta cultura de D. Pedro II e seu especial interesse pela língua hebraica, ressaltando o fato de o Imperador do Brasil saber e falar fluentemente o hebraico: “Bem aventurados aqueles que viram D. Pedro II, Imperador do Brasil, e ouviram-no falar na língua sagrada. Bem aventurados todos aqueles que o saudaram e foram por ele saudados”.
Fonte: Facebook do Prof. Renato Dasg

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