Heresias / Modismo Teologia

Declarações Neoteístas Camufladas no Livro “A Natureza e o Caráter de Deus”

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O autor Winkie A. Pratney tenta, entre um capítulo e outro, expor suas convicções neoteístas. Agindo como quase no anonimato, aos pouquinhos, o novo conceito de Deus que surge no mercado de heresias americanas.

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Parabéns ao escritor Winkie A. Pratney que teve a proeza de citar nomes nobres como João Wesley, Agostinho, João Calvino, Norman Geisler e tantos outros sem precisar ter que mencionar os verdadeiros defensores desta doutrina que são escritores como Clarck Pinnock, Richard Rice, John Sanders, William Hasker e David Basinger. De fato eles trabalharam juntos num volume intitulado The openness of God, cujo significado é, literalmente, A abertura de Deus. Essa teologia vem sendo conhecida como “Teologia Aberta”, também conhecida como “Neoteísmo” ou “Teologia Relacional”.

Na página 39, o autor do livro “A Natureza e o Caráter de Deus” começa a minar os princípios doutrinários ortodoxos como a eternidade de Deus para poder mais adiante expor veladamente o seu conceito neoteísta:

“Assim, por essa idéia, o Criador sabe, de forma absoluta, o que a criatura vai fazer antes dela fazê-lo. Ele cria a pessoa sabendo que ela fará o que fará. Conforme o racionalista e cético Bertrand Rusell se queixou: ‘O mundo, nos é dito, foi criado por um Deus que é bom e onipotente. Antes de criá-lo, ele previu toda a dor e miséria que o mundo conteria. Portanto, ele é responsável pelo mundo. É inútil argumentar que o sofrimento no mundo é devido ao pecado. Se eu, como pai, gerasse um filho, sabendo que ele seria um maníaco homicida, certamente seria responsável pelos crimes dos quais ele fosse culpado.”

Assim, desprezando todo o conceito do livre arbítrio do homem e tomando do depoimento de um ignorante, alheio ao evangelho, o autor apela para que sua nova doutrina seja aceita. Como diz na revista Defesa da Fé: “Apesar dos esforços dos proponentes para que este novo conceito sobre Deus seja recebido como fé cristã ortodoxa, a verdade é que estão muito distante disso”. (No75, matéria: “Deus de olhos fechados”, pág.19).

Winkie A. Pratney não consegue aceitar o mistério bíblico de Deus ser eterno e ao mesmo tempo se relacionar com suas criaturas sem que com isso Ele tenha de abrir mão de seus atributos como a onisciência. Por isso diz:

“… Deus claramente declara que se lembra, responde e refaz vidas; ele está ativo na história humana, mais parecido com o produtor de um filme do que com a audiência assistindo a um filme acabado. Alguns insistem em que essas ações mencionadas na Bíblia, aparentemente pessoais e sucessivas, são meras analogias, antropomorfismos e antropopatismos… Se for assim um simples relato bíblico poderia ser, de fato, apenas uma adaptação imaginária à nossa forma de compreender”. (A natureza e o caráter de Deus, pág.43,44)

Mas adiante Winkie A. Pratney vai revelando suas convicções:

“Talvez a eternidade seja um tipo especial de duração, em que Deus existe fora de qualquer sucessão, enquanto o nosso tempo apresenta sucessões. Mas que tipo de ‘duração’ não apresenta sucessões? Como pode um ser fora do tempo observar uma criatura no tempo sem estar temporalmente envolvido?”. (Idem, pág.44,45).

Winkie A. Pratney tenta ser neutro no texto, mas acaba colocando suas posições doutrinárias, que a meu ver são neoteístas. Veja o que ele diz:

“O fato de haver uma pessoa que sabe como vou decidir a respeito de um assunto não influencia minha livre escolha; por que seria diferente com Deus, para quem o futuro é o mesmo que o presente? Entretanto, uma dificuldade persiste: não foi um observador humano que me criou com capacidade de fazer as livres escolhas que faço nesse momento. Se Deus vê todo o tempo de uma só vez, ele viu todos os meus atos antes de eu ser criado e, em última análise, deve tê-los decretado…”. (Idem, pág.47). Nesta parte ele tenta refutar a doutrina do pré-conhecimento de Deus.

Frases colocadas no livro como: “Um Deus compreendido não é Deus algum”. (Idem, pág.73) contradiz suas próprias colocações quando tenta por em descrédito as afirmações que Deus é atemporal (veja na pág.42,43). Winkie A. Pratney usa objeções filosóficas como:

“Um Deus atemporal não pode ser o Deus-Criador bíblico.”
“Uma pessoa atemporal é uma noção incoerente”. (Idem, pág.43).

Uma pergunta oportuna deve ser feita: – Winkie A. Pratney está sendo neutro em suas colocações como se fosse um jornalista transmitindo informações, ou ele participa do texto impondo as suas convicções neoteístas?

De uma coisa eu sei, que ninguém iria escrever um livro com mais de 500 páginas acerca da doutrina de Deus perdendo tanto tempo em questões já resolvidas pela igreja como a eternidade de Deus, o seu pré-conhecimento e sua situação atemporal, esquecendo de explicar seus atributos como onipresença, onisciência num capítulo que ele chama de “Deus Infinito”. Onde das páginas 51 até a 82 o autor não faz uma exposição doutrinária nem da onipresença e nem da onisciência de Deus. A não ser as citações bíblicas que faz no começo do capítulo.

Se Winkie A. Pratney crer totalmente na Teologia Aberta não sei. Mas basta citar a mesma revista Defesa da Fé para percebermos que o livro “A Natureza e o Caráter de Deus” tem uma tendência para esta crença: “Dentre vários aspectos desta nova doutrina, destacamos: … Deus não possui conhecimento exaustivo a respeito de como utilizaremos nossa liberdade, ainda que, algumas vezes, possa predizer, com exatidão, as decisões que tomaremos livremente”. (No75, matéria “Deus de olhos fechados”, pág.19). Veja mais: “A questão se torna extremamente séria quando, ainda que veladamente, os proponentes desta teologia afirmam que Deus é temporal, mutável,… não tem o conhecimento infalível. Como se não bastasse, não tem controle absoluto do mundo e á capaz de aprender”. (Idem).

Veja bem, vou mesclar algumas características que identificam a heresia do Neoteísmo citadas na matéria da revista Defesa da Fé com algumas citações do livro a Natureza e o Caráter de Deus:

Revista Defesa da Fé: “… afirmam que Deus é temporal…”.

Citação do livro: “… Deus claramente declara que se lembra, responde e refaz vidas; ele está ativo na história humana, mais parecido com o produtor de um filme do que com a audiência assistindo a um filme acabado”. (pág.43)

Revista Defesa da Fé: Afirmam que Deus é “… mutável…”.

Citação do livro: “… Por que muitos teístas teriam desejado supor que Deus é imutável no sentido estrito? A crença de que Deus é imutável nesse sentido não me parece estar muito em evidência na tradição cristã…”. (pág.49)

Revista Defesa da Fé: Afirmam que Deus “… não tem o conhecimento infalível…”.

Citação do livro: “O ‘talvez’ divino (ulay). Esse termo é usado na fala humana para indicar incerteza a respeito do futuro, com freqüência com um toque de esperança. Existem cinco momentos em que ulay [talvez] é usada na fala divina… parece claro que Deus, nessas passagens, está bastante incerto sobre como o povo responderia à palavra profética…”. (pág.238).

CONCLUSÃO

Pelo menos três das cinco características da Teologia Aberta estão presentes nas páginas do livro “A Natureza e o Caráter de Deus”. O que faz do livro uma obra que contribui com a Teologia Aberta, (ou Teologia Relacional).

Nunca pensei que obra deste tipo fosse editada pela Editora Vida. Poderia refutar aqui os pontos colocados pelo autor do livro. Contudo, já escrevi sobre o assunto: http://anti-heresias.blogspot.com/2008/12/teologia-relacional.html

Estou aqui apenas fazendo uma crítica da obra (pois eu comprei o livro e li) e alertando os leitores cristãos. Pois estão derramando muita sujeira nas livrarias evangélicas. Cuidado com o que você lê. As editoras só querem vender.

Postado por Daniel D.

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