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Toda dor é por enquanto: um ensaio sobre Jó

Toda dor é por enquanto: um ensaio sobre Jó
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Não há conhecimento de quando o livro de Jó foi escrito, mas a narrativa acontece no período patriarcal e se passa em Uz, que embora não estivesse localizada, com certeza não se situava dentro dos limites de Israel (Clines 1989, p.10-11). Em termos de desenvolvimento de redenção, Jó é melhor compreendido como tendo vivido antes da aliança de Abraão.

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Quem era Jó?

“Havia um homem chamado Jó que vivia na terra de Uz. Ele era íntegro e correto, temia a Deus e se mantinha afastado do mal. Tinha sete filhos e três filhas. Era dono de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. Também tinha muitos servos.

Na verdade, era o homem mais rico de toda aquela região. Os filhos de Jó se revezavam em preparar banquetes em suas casas e convidavam suas três irmãs para celebrar com eles. Quando terminavam esses dias de festas, Jó mandava chamar seus filhos, a fim de purificá-los.

Levantava-se de manhã bem cedo e oferecia um holocausto em favor de cada um deles, pois pensava: “Pode ser que meus filhos tenham pecado e amaldiçoado a Deus em seu coração”. Essa era a prática habitual de Jó.” Jó 1.1-5 NVT

Compreendendo melhor esse livro

A questão central de Jó está alicerçada no esforço para entender os caminhos de Deus. Especialmente, sua justiça quando os justos sofrem não por mãos humanas, mas devido aos “atos de Deus”.

O livro é dividido em duas partes, sendo:

Série de diálogos (caps. 3-27)
   – Lamento de Jó
   – Discurso de Jó

Três ciclos – discursos
   – Elifaz
   – Bildade
   – Zofar

Três monólogos
– Jó (caps. 29-31)
– Eliú (caps. 32-37)
– Deus (caps. 38-41)

Em geral, conhecemos o enredo de Jó. Satanás coloca em dúvida a sinceridade de Jó num diálogo – não sabemos se literal ou alegórico – com Deus. Daí em diante, Jó perde de tudo.

  • Os sabeus roubam os animais de Jó e matam seus empregados;
  • Raios caem do céu e matam todas as ovelhas e os pastores;
  • Caldeus os atacam, levam os camelos e matam seus empregados;
  • Um vento muito forte do deserto sopra contra a casa que os filhos de Jó estavam e todos morrem;
  • O corpo de Jó fica coberto de feridas.

Tudo isso acontece com a permissão de Deus. Nesse contexto, é natural que surjam perguntas questionando o caráter de Deus. São elas:

  • que Deus é esse que permite que atrocidades aconteçam com o seus?
  • que Deus é esse que coexiste com a maldade?
  • que Deus é todo poderoso mas não força o braço daqueles que praticam o mal?

“Jó, sentado em meio a cinzas, raspava a pele com um caco de cerâmica. Sua esposa lhe disse: “Você ainda tenta manter sua integridade? Amaldiçoe a Deus e morra!”. Jó respondeu: “Você fala como uma mulher insensata. Aceitaremos da mão de Deus apenas as coisas boas e nunca o mal?”. Em tudo isso, Jó não pecou com seus lábios.” (2.8-10) NVT

Jó, você pecou?

Nesse cenário, surgem os três amigos que Jó com a solução mais comum aos seus problemas: reconhecer o pecado. Elifaz, Beldade e Zofar percorrem a linha de raciocínio convencional – procuram uma causa e efeito para o acontecimento. O único problema é que nem sempre existe uma causa que compreendemos para o efeito que vivemos.

Jó crê que suas calamidades procedem, em última análise, de Deus, mas não há correlação clara de causa efeito. Lemos essas afirmações nos capítulos 3.13┃6.13┃7.11┃9.27 e 28 ┃10.7┃12.10 e 11┃16.2 ┃16.10 ┃17.15 e 16.

“Por certo, ninguém se voltaria contra os necessitados, quando clamam por socorro em suas dificuldades. Acaso eu não chorava pelos aflitos? Não me angustiava pelos pobres?. Esperava o bem, mas em seu lugar veio o mal; aguardava a luz, mas em seu lugar veio a escuridão.” (30.24-26)

“que Deus me pese numa balança justa, pois conhecerá minha integridade.” (31.6)

Surge um amigo sensato

“Os três amigos de Jó pararam de lhe responder, pois ele insistia em dizer que era inocente. Então Eliú, filho de Baraquel, o buzita, da família de Rão, ficou irado. Indignou-se porque Jó se achava mais justo que Deus. Também indignou-se com os três amigos de Jó, pois não conseguiram responder a seus argumentos, a fim de demonstrar que Jó estava errado.” (32.1-3) NVT

O pecado de Jó em sua jornada de sofrimento não foi murmurar contra Deus, mas se achar mais justo do que Deus. Jó pensava que por praticar boas ações estava isento aos males da vida. Nesse momento, Eliú defende os conhecimentos e caminhos superiores de Deus.

“Você diz que não vê Deus, mas espere, e ele lhe fará justiça. Você diz que Deus, em sua ira, não castiga os pecadores, e, portanto, não faz muito caso da perversidade. Você não sabe o que diz, Jó; fala como um tolo”. (35.14-16) NVT

Deus rompe seu silêncio

“Então, do meio de um redemoinho, o Senhor respondeu a Jó: “Quem é esse que questiona minha sabedoria com palavras tão ignorantes?” Prepare-se como um guerreiro, pois lhe farei algumas perguntas, e você me responderá. “Onde você estava quando eu lancei os alicerces do mundo? Diga-me, já que sabe tanto”.” (38.1-4) NVT

Questionando Jó em toda sorte de argumentos, Deus mostra que seus planos não podem ser questionados porque Ele é a única fonte de sabedoria.

Jó cai em si e é presenteado por Deus em uma onda de restauração.

“Então Jó respondeu ao Senhor: “Sei que podes fazer todas as coisas, e ninguém pode frustrar teus planos. Perguntaste: ‘Quem é esse que, com tanta ignorância, questiona minha sabedoria?’ Sou eu; falei de coisas de que eu não entendia, coisas maravilhosas demais que eu não conhecia. Disseste: ‘Ouça, e eu falarei! Eu lhe farei algumas perguntas, e você responderá’. Antes, eu só te conhecia de ouvir falar; agora, eu te vi com meus próprios olhos. Retiro tudo que disse e me sento arrependido no pó e nas cinzas“.” (42.1-6) NVT

Conclusão

O livro de Jó não é sobre punição por pecados, mas por correção e proximidade de Deus. O que Deus deu a Jó após seu sofrimento, não foi uma recompensa, mas um presente.

Afinal, toda essa jornada de Jó reflete a insignificância dos seres humanos e de nossa arrogância na compreensão dos fatos. Mesmo diante de nossas falhas, Deus estende sua mão de graça sobre nós.

Para refletir

Precisamos nos lembrar que vivemos em um mundo caído, corrompido pelo pecado e que está sob o domínio de Satanás. “Sabemos que somos filhos de Deus e que o mundo inteiro está sob o controle do maligno.” I João 5.19 NVT

“Considero que nosso sofrimento de agora não é nada comparado com a glória que ele nos revelará mais tarde. Pois toda a criação aguarda com grande expectativa o dia em que os filhos de Deus serão revelados. Toda a criação, não por vontade própria, foi submetida por Deus a uma existência fútil, na esperança de que, com os filhos de Deus, a criação seja gloriosamente liberta da decadência que a escraviza. Pois sabemos que, até agora, toda a criação geme, como em dores de parto. E nós, os que cremos, também gememos, embora tenhamos o Espírito em nós como antecipação da glória futura, pois aguardamos ansiosos pelo dia em que desfrutaremos nossos direitos de adoção, incluindo a redenção de nosso corpo.” Romanos 8.18-23 NVT

Fonte: Eismeaqui.com.br

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