Estudos Bíblicos Teologia Sob Medida

Ser justo faz mal?

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Você já se sentiu superior? De imediato, acredito que sua resposta será negativa, mas, ao repensar sobre a questão, é possível que você reconheça alguns episódios de superioridade.

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Na verdade, esse fato é mais comum do que parece e pode ser uma armadilha no contexto cristão. Ao compreender mais sobre teologia, é natural se destacar durante um diálogo com outros crentes. Afinal, nem todos que cultuam a Deus compreendem minúcias de apologética, exegese e argumentos calvinistas e arminianos. Entretanto, a compreensão mais profunda do evangelho não faz de nós seres humanos especiais. Pelo contrário: quanto mais conhecemos, mais seremos cobrados. 

O princípio da arrogância

“Existem três cachorros perigosos: a ingratidão, a soberba e a inveja. Quando mordem deixam uma ferida profunda.” Martinho Lutero.

O apóstolo Paulo, no livro de Filipenses, faz um alerta sobre a arrogância. Ele começa o texto narrando todas as características que faziam dele – segundo a Lei – um judeu da primeira linhagem.

Vejamos o que ele diz:

“Pois nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne, embora eu mesmo tivesse razões para ter tal confiança. Se alguém pensa que tem razões para confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé.” Filipenses 3:3-9

Perceba como existe uma mudança na forma como Paulo se relaciona com Deus.

Antes, por possuir tantos títulos, o apóstolo acreditava merecer uma posição diferenciada. Depois que ele se aproxima de Cristo,  considera perda tudo aquilo que era ganho.

Paradoxo fundamental

Um encontro com Jesus Cristo promove um verdadeiro paradoxo em nossa mente. Na verdade, isso precisa acontecer. Nossas crenças, valores e ambições precisam ser obedientes a Cristo – assim como todo o corpo. Cristo só encontra quem se sente perdido; sem destino; não merecedor de algo.

A posse do conhecimento não pode nos definir, embora seja tão fundamental que conheçamos. O princípio da arrogância, portanto, acontece quando você considera que suas obras têm algum mérito e que é digno de ser amado por Deus.

Como evitar a soberba?

Por meio da oração, é claro. Mesmo conhecendo a palavra, continuamos tentados. A soberba é um pecado e só a venceremos quando estivermos completamente cativos – nas mãos do nosso Senhor. É orando que pedimos auxílio à Deus e que nos humilhamos diante de sua mão poderosa.

“Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele vos exalte no tempo oportuno.” I Pedro 5:6

Vejamos aplicações práticas para evitar a soberba:

  1. Relembrar a nossa condição humana

Você já sabe que a depredação total é uma doutrina teológica derivada do conceito agostiniano de pecado original.

[Estávamos] mortos em nossos delitos. (Efésios 2.5)

O pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. (Romanos 8.7-8)

O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (1 Coríntios 2.14)

Nesse sentindo, todos nós somos carentes de Deus e dependemos de sua graça. Portanto, se esqueça de todo o desempenho espiritual. Afinal, Deus resiste aos soberbos, mas concede graça aos humildes.

  1. Ter compaixão

O amor ao próximo é realmente um mandamento de muitas ramificações. Quando amamos, não julgamos e olhamos com misericórdia. Retire a pedra de suas mãos e seja um humilde pecador, que apresenta aquele que o salvou a tantos outros.

Para sermos sal, o nosso olhar precisa ser rico em misericórdia.

  1. Olhar para o pobre

Vivemos em um país violento, desigual e pobre – nos três contextos abordados pela Bíblia: moral, espiritual e material.

Nossa teologia, portanto, precisa ser aplicada com dimensões políticas e ações urgentes. Alinhe sua cosmovisão ao país que você vive e aja segundo as necessidades do contexto de sua cidade.

  1. Não ser como o irmão do filho pródigo

“Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’. “O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!” Lucas 15:25-30

Ao contrário do que se prega, o filho mais velho também pecou contra o Pai,  direcionando seus esforços ao trabalho constante e se achando merecedor de favores.

Conclusão

Até quando seremos como o filho mais velho? Sempre olhando para os erros dos outros e nos colocando na posição de juízes por causa de um pequeno conhecimento acerca de Deus. O verdadeiro justo reconhece o seu lugar de servo, olha para os outros com a mesma graça que lhe foi concedida e quer ser achado em Jesus Cristo todos os dias.

Fonte: Eis-me Aqui

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