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Quando o amor esfria

Quando o amor esfria
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Rio de Janeiro, 2018. Depois de voltar de um encontro com mulheres para debater agendas políticas, Marielle Franco – vereadora do Rio de Janeiro – foi para casa. Não chegou. Foi assassinada com quatro tiros na cabeça no centro da cidade.  Fatos como esse passam em nosso feed de notícias do Facebook, são apresentados nos jornais televisivos e comentados por nós em rodas de conversas. Aparentamos estar indignados, mas realmente estamos ou já nos acostumamos com o caos em que o mundo se encontra? Nesse artigo, vamos falar sobre o que nos faz um: o amor.

Amar a Deus e ao seu próximo como a ti mesmo

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Há trinta e cinco milagres atribuídos a Jesus nos evangelhos, mas quero destacar dois deles que vão amparar a nossa discussão:  a cura da sogra de Pedro (Lucas 4.38-40) e a cura do paralítico descido pelo telhado (Lucas 5.17-25). Vamos ler os textos com atenção.

A cura da sogra de Pedro – Lucas 4.38-40
“Jesus saiu da sinagoga e foi à casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta, e pediram a Jesus que fizesse algo por ela. Estando ele em pé junto dela, inclinou-se e repreendeu a febre, que a deixou. Ela se levantou imediatamente e passou a servi-los. Ao pôr do sol, o povo trouxe a Jesus todos os que tinham vários tipos de doenças; e ele os curou, impondo as mãos sobre cada um deles.”

A cura do paralítico descido pelo telhado – Lucas 5.17-25
“E aconteceu que, num daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados fariseus e doutores da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e da Judeia, e de Jerusalém. E a virtude do Senhor estava ali para os curar. E eis que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico, e procuravam fazê-lo entrar e pô-lo diante dele. E, não achando por onde o pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado, e por entre as telhas o baixaram com a cama, até ao meio, diante de Jesus. E, vendo ele a fé deles, disse-lhe: Homem, os teus pecados te são perdoados.” 

Em ambas as narrativas, percebemos a compaixão de Jesus diante dos homens, mas também vemos a compaixão dos homens pelos seus pares.

No primeiro milagre, os que estavam na casa de Simão pedem a Jesus que ele faça algo pela mulher que ardia em febre. No segundo, amigos se reúnem para carregar um homem paralítico e levá-lo a Jesus de qualquer forma – restou a eles subir ao telhado e descê-lo por lá. Imagine a dificuldade enfrentada por esses homens? Histórias como essas são narrativas distantes de nós, mas os problemas ainda são os mesmos.  O que mudou foi a nossa atitude diante dos infortúnios da vida.

O culto ao eu

De todos os mandamentos é possível que “amar o próximo como a ti mesmo” seja o mais negligenciado pela comunidade cristã. Afinal, o individualismo e espírito competitivo acabam vendando os nossos olhos e nos impedindo de olhar para a necessidade do outro. O culto ao eu é denunciado na epístola de Tiago.

“De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres.” Tiago 4:1-3

Não acolhemos as viúvas, não olhamos para a causa do pobre e deixamos a fé morrer aos poucos. Pois ela, sem obras, torna-se morta. Você se lembra disso? Deveríamos, portanto, olhar para o nosso interior resgatando, de alguma forma, a compaixão que Cristo plantou em nossos corações.

Se não é comigo, não ligo

“E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; E, partindo no outro dia, tirou duas moedas, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu te pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faz da mesma maneira.” Lucas 10:30-37

Na história, contada por Jesus, apenas um homem se fez próximo. E se fez próximo não só porque viu aquele que necessitava de sua ajuda, mas porque agiu, interferiu e transformou a sua realidade, enfaixando as suas feridas e o colocando em cima de seu burrinho.

Interfira e transforme a realidade das pessoas que Jesus coloca em seu caminho. Não necessariamente será alguém lutando contra a morte, pode ser um sujeito que luta contra a depressão ou alguém que não quer desistir de seu casamento.

“Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.” Tiago 4.17

O samaritano, o óleo e o vinho

Nessa parábola temos símbolos que também trazem um profundo ensinamento para nós. Afinal, o samaritano representa Jesus, o óleo diz respeito ao Espírito Santo e o vinho representa o sangue de Cristo que liberta o pecador. A hospedaria não pode ser a igreja? Você não pode ser o samaritano de seu tempo? Afinal, tudo que recebemos de bom, precisamos entregar a alguém. É daí que vem a nobreza do evangelho.

Na parábola, também, temos o conceito de empatia exemplificado de forma simples. De acordo com o psicólogo Rollo May:

“A empatia vem da tradução de uma palavra usada pelos psicólogos alemães, Einfühlung, que significa literalmente ‘sentir dentro’. É derivada do grego pathos, que quer dizer um sentimento forte e profundo, semelhante ao sofrimento. É neste profundo e um tanto misterioso processo de empatia que ocorrem a compreensão, a influência e outras relações significativas entre as pessoas”. (Rollo May, “A arte do aconselhamento psicológico”, p. 65).

Ou seja, é tendo empatia com o outro e com seus dilemas e dores que nos tornamos cada vez mais humanos.

“Nada ajuda a desenvolver mais nossa perspectiva de vida do que aprender a ter compaixão pelos outros. A compaixão é um sentimento empático. Ela implica a vontade de nos colocarmos no lugar dos outros, de tirarmos os olhos de nós mesmos e imaginarmos o que é viver as dificuldades alheias, bem como, simultaneamente, sentir amor por essas pessoas”. (Richard Carlson, “Não faça tempestade em copo d’água”).

Conclusão

A sua misericórdia dura para sempre? No Salmo 136, encontramos a máxima de que a misericórdia de Deus dura para sempre. Não devemos mirar na sua imagem para sermos semelhantes ao nosso Criador? O apóstolo João é claro: “Queridos amigos, amemos uns aos outros porque o amor vem de Deus. Quem ama é filho de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não o conhece, pois Deus é amor”. [1 Jo 4.7 e 8] Esse artigo é uma reunião de tudo que o amor exige de nós. Para que sejamos semelhantes é preciso ter empatia; é preciso sentir a dor do outro; é preciso intervir na dor do outro. Pois, Jesus Cristo fez o mesmo por nós. Reflita sobre isso e tente aguçar a sua humanidade. Dessa forma, conseguiremos transformar um pouco do que está ao nosso redor e sob os nossos cuidados. O amor tem esfriado no mundo, mas a sua chama – definitivamente – não pode apagar.

Fonte: Eis-me Aqui

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