Estudos Bíblicos

Oração no Livro de Gênesis

Oração no Livro de Gênesis
Hotel em Promoção - Caraguatatuba

Para tirarmos o máximo de proveito de nosso estudo em Gênesis sobre este assunto, vamos usar a palavra “oração” no sentido mais amplo possível. Vamos considerar todas as palavras que os homens dirigirem a Deus no livro de Gênesis…

Receba Estudos no Celular!

T. J. Blackman   

Uma consideração de todas as palavras que os homens dirigem a Deus no livro de Gênesis. Originalmente publicado nos primeiros números da revista “O Caminho”.

Adão e Eva

Para tirarmos o máximo de proveito de nosso estudo em Gênesis sobre este assunto, vamos usar a palavra “oração” no sentido mais amplo possível. Vamos considerar todas as palavras que os homens dirigirem a Deus no livro de Gênesis, inclusive as daqueles que não eram homens de Deus e não são bons exemplos de oração. Podemos aprender muitas coisas mesmo pelos erros, tanto dos outros como de nós mesmos.

É significante que a Bíblia não registra nenhuma palavra dirigida a Deus pelo homem até a queda. Talvez Adão e Eva tivessem falado com Deus no estado da inocência, mas a Bíblia não relata isto, e o que as Escrituras não revelam, não é preciso saber (Deut. 29:29). Assim, os muitos exemplos de oração que se encontram na Bíblia servem para demonstrar o fato maravilhoso que os homens, embora sejam pecadores, podem e devem comunicar com Deus.

Com as palavras que Adão e Eva dirigiram a Deus no jardim do Éden, em Gênesis 3, observamos dois princípios básicos de oração:

1) Que Deus fala primeiro;

2) Que oração deve começar com confissão.

1) Deus Fala Primeiro

Já possuídos pelo primeiro sintoma da praga do pecado — temor da presença de Deus — Adão e Eva se esconderam entre as árvores do jardim do Éden, e não se atreveriam a dizer coisa alguma perante Ele. Deus fala primeiro com Adão: “Onde estás?” — e esta pergunta revelou o triste fato de que nossos primeiros pais já estavam perdidos, afastados, longe de Deus. Deus fala com Eva: “Porque fizeste isto?” — pergunta que não somente revelou a culpa da ação, mas também indicou o motivo pecaminoso atrás do pecado. Deus fala com a serpente, mas não lhe faz pergunta alguma — simplesmente anuncia sua condenação e a vinda futura dAquele que lhe feriria a cabeça. Notamos também que a serpente não abre a sua boca para responder, e realmente Deus nem lhe deu espaço para falar. Sendo um dos anjos que pecaram, o principal deles, não havia provisão para sua salvação. É somente os homens que Deus quer salvar (veja Heb. 2:16). Assim, nesta cena vemos a bondade e severidade de Deus. Severo para com a serpente, mas quão bondoso para com o homem — dando-lhe a oportunidade de considerar sua situação, confessar o pecado e pedir perdão.

Podemos, então, logo nesta primeira comunicação com os homens pecadores, observar este princípio: que Deus fala primeiro e deseja que nós, mesmo sendo pecadores, respondamos. Porém, com isso não queremos dizer que nunca devemos orar sem ler a Bíblia primeiro, mas sim, simplesmente que as orações sempre são a resposta do nosso coração àquilo que Deus já nos ensinou. E deste modo oraremos com confiança, sabendo que: “Se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade (isto é, já instruídos por Sua palavra) Ele nos ouve” (I João 5:14).

2) Oração Deve Começar com Confissão

Adão disse: “a mulher”; Eva disse: “a serpente”; cada um passando a outrem o “abacaxi”. Se fosse possível, a serpente também gostaria de ter passado a culpa para Deus, mas o fato de que ficou calada deixa claro que nela mesma está a origem do pecado. O pecado não fez parte alguma da criação de Deus. Porém, após a queda vemos em Adão como é ruim a natureza decaída do pecador. Ele não somente acusa a mulher, mas fazendo pior do que o diabo, queria culpar a Deus também, dizendo: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore…”

Mas, o que é que podemos aprender aqui com respeito a oração? É o seguinte: que para chegarmos perto de Deus temos que fazer exatamente o contrário do que Adão fez. Em vez de culpar os outros, devemos reconhecer e confessar nossa própria culpa, como o publicano em Lucas 18: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador”.

Como resultado da atitude de Adão e Eva, eles foram expulsos da presença do Senhor Deus. A primeira epístola de João, capítulo 1, demonstra que o resultado da confissão dos pecados é o inverso disso: “Se andarmos na luz, como Ele na luz está (deixando a luz da Sua presença e da Sua palavra manifestar nosso pecado), temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo Seu Filho, nos purifica de todo o pecado … se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (Leia I João 1:5-10).

A confissão dos pecados é essencial, não somente na hora da conversão, mas sempre, para nos manter em comunhão com Deus. Diz o Salmista: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito” (Sal. 34:18). “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pro. 28:13). “Eis para quem olharei (diz o Senhor): para o pobre e abatido de espírito, e que treme da Minha palavra” (Isa. 66:2).

Caim

Como Deus havia prometido em Gên. 2:17, a morte entrou no mesmo dia em que Adão e Eva pecaram. Não morreram fisicamente, mas a morte espiritual, a condição descrita em Ef. 2:1-3, tinha tomado posse deles e passou para toda a sua posteridade.

Em Gênesis capítulo 4 lemos pela primeira vez da morte física de um ser humano. Abel não morreu porque ficou doente, pois esta primeira morte foi homicídio. Nossos leitores devem conhecer muito bem a triste história. Neste estudo queremos chamar atenção para as palavras que Caim dirigiu a Deus depois de matar seu irmão (Gên. 4:9-15).

Não podemos apresentar as palavras de Caim como bom exemplo de oração, é claro. Mas, como no caso de Adão e Eva em Gên. 3, há umas lições importantes que Deus quer nos ensinar pelos erros de Caim.

1) Que devemos orar motivados pelo amor.

Quando o pecado entrou no mundo, Deus perguntou: “Onde estás?” (Gên. 3:9). Agora, transbordando o pecado em ódio e homicídio, Ele pergunta: “Onde está Abel, teu irmão?” (Gên. 4:9). Como Caim respondeu a Deus? “Não sei; sou eu guardador de meu irmão?”

Oração, especialmente a intercessão, é a expressão do fato que cada filho de Deus é mesmo “guardador” do seu irmão. I João 3:11-12 diz: “Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão”. E neste mesmo contexto é que João afirma: “Amados, se o nosso coração nos não condena [com respeito a esse amor fraternal], temos confiança para com Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos, dEle a receberemos; porque guardamos os Seus mandamentos (veja v. 23), e fazemos o que é agradável à sua vista” (I João 3:21-22).

Também este amor deve ser imparcial. Lemos, em Ef. 6:18: “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos”. “Todos os santos” não pode ser entendido numericamente aqui, pois nem todos os santos precisam de nossas orações. Muitos já estão no céu onde não necessitam mais de nossas intercessões, embora possamos dar graças pelas suas vidas. Também é claro que nem conhecemos todos os santos. Aqui quer dizer todos os santos genericamente. Não devemos orar somente pelos pregadores e anciãos, nem somente pelos nossos amigos especiais entre os irmãos. Devemos orar por todos sem parcialidade. Grau de espiritualidade, falta de fidelidade, calor de amizade, etc., embora possam determinar a natureza das nossas petições, não devem ser levados em consideração quando decidimos se vamos orar ou não por uma determinada pessoa. “Meus irmãos”, diz Tiago, “não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tiago 2:1).

2) Que devemos orar confiando na misericórdia de Deus.

Devido ao fato que, na língua hebraica, a mesma palavra significa “maldade” (ou iniqüidade) e “castigo”, as versões apresentam duas traduções diferentes de Gênesis 4:13. Na versão Revista e Corrigida, Caim diz: “É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada” (mostrando a tradução alternativa no rodapé), enquanto que na Atualizada ele diz: “É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo”. Ou Caim se declara imperdoável, ou ele está acusando Deus de ser severo demais na punição. Seja qual for a tradução que aceitamos, torna-se claro que Caim está limitando, ou até negando, a misericórdia de Deus.

Na Bíblia inteira Deus se revela como um Deus misericordioso. Ele é o justo Juiz, mas sempre cogita meios “para que se não desterre dEle o Seu desterrado” (II Sam. 14:14). Portanto, devemos orar com fé, não somente acreditando que Ele existe, mas crendo que Deus “é galardoador dos que o buscam” (Heb. 11:6), e que na Sua presença receberemos misericórdia e acharemos “graça a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Heb. 4:16). A cruz de Cristo é evidência suficiente do fato que Deus é “grandioso em perdoar” (Isa. 55:7) e “tem prazer na benignidade” (Miq. 7:18).

3) Que devemos orar contando com uma recepção cordial da parte de Deus.

Disse Caim perante Deus: “Eis que hoje me lanças da face da terra, e da Tua face me esconderei”. Observe que não foi Deus quem disse isto. A verdade é que Caim nem quis ficar na presença de Deus. Ele não estava arrependido nem procurava perdão. Somente sentiu remorso por ser, daí em diante, “fugitivo e vagabundo na terra”, e por temer a vingança dos outros.

Na parábola do filho pródigo, o Senhor deixa bem claro que Ele recebe pecadores contritos, festejando e celebrando a volta de “um pecador que se arrepende”. Uma vez salvos e perdoados, sempre temos “acesso ao Pai em um mesmo Espírito” por meio de Cristo (Ef. 2:18). A preciosa mensagem da Epístola aos Hebreus pode ser resumida em uma só palavra: “cheguemo-nos!” (veja Heb. 4:16; 7:25; 10:19-22; 12:22; 13:15). A encarnação, o sacrifício, e a exaltação de Cristo anunciam este fato. Sua encarnação é a prova, Seu sacrifício a base, e Sua exaltação como Sumo Sacerdote a realização da verdade maravilhosa de que o santíssimo Deus é acessível.

T. J. Blackman

Veja mais em Oração

Hotel em Promoção - Caraguatatuba

Deixe um Comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.