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Onde foi parar a ética?

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É possível que você não conheça essa história, mas em 2016, John Stumpf, CEO do Banco Wells Fargo, foi chamado a dar explicações, perante o Congresso norte-americano, acerca de um escândalo de enormes proporções. Resumindo a história, o banco possuía mais de US$1,8 trilhão em ativo e criou dois milhões de contas falsas. Uma vez descoberta a fraude, ele demitiu 5.300 empregados na tentativa de redirecionar a responsabilidade por aqueles atos – tentando encobrir o erro.

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Ao observar casos como esse, ficamos perplexos diante da frieza de lideranças que foram corrompidas pelo poder. Temos exemplos em todas as esferas – política, social e religiosa. No intuito de compreender por que o poder corrompe as lideranças, um grupo de pesquisadores começou a estudar casos como o do Banco Wells Fargo e descobriu que a compaixão é o antídoto para tamanho desinteresse e falta de amor pelo próximo.

Sem mais delongas, falaremos sobre ética, poder e compaixão em nosso artigo!

O jeitinho brasileiro também está nas igrejas

Um dos princípios cristãos é detestar o mal e praticar o bem, mas, por estar imersa na cultura vigente, algumas igrejas brasileiras perderam a sua identidade e ética cristã.

Uma matéria da Folha de SP, diz que “quase 100% das igrejas são irregulares no Brasil”, segundo “contadores cristãos”. Estima-se que, pelo menos, 95% das igrejas funcionem de forma irregular, conforme números apontados pelo Conselho de Pastores de São Paulo em 2015. Ou seja, predomina a informalidade nesse segmento que, segundo a Datafolha, representa 32% da população brasileira [3].

Aqui estamos falando de políticas de compliance e alinhamento às boas práticas de gestão. Ao que indica, estamos longe dessa realidade. Fato é que os líderes evangélicos são completamente responsáveis por isso. Nesse sentido, o poder lhes dá autonomia para fazer o que é correto, mas, na maioria das vezes, isso não acontece.

“Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.” – Tiago 4:17

Esse é um tema que fica nos bastidores das nossas instituições religiosas. Como membros do corpo de Cristo, não cabe a nós acompanhar se a vida financeira da igreja está de acordo com as diretrizes da lei vigente? Não podemos ser hipócritas como os fariseus.

O valor inestimável da ética

“Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade” (Tito 2.7).

A Bíblia é um manual completo de boas práticas para a nossa vida. Lemos, em Timóteo, Romanos e tantos outros livros, lições valiosas sobre a ética e a necessidade de dar bons exemplos para a congregação. A palavra do líder deve ser coerente com a Palavra de Deus – “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tt 2.1).

Neste versículo, Paulo insistiu que Tito não esquecesse do propósito de transmitir a saudável palavra de Deus e de se manter firme no combate das heresias da época. Seguimos no mesmo propósito de Tito, sempre em busca de um pastoreio genuíno e saudável, que seja capaz de levar as ovelhas ao crescimento espiritual.

Para que isso aconteça é fundamental estar firmado sobre três pilares: ética, conhecimento da sã doutrina e temor. Quando tememos a Deus nada nos resta a não ser dobrar os nossos joelhos e reconhecer o seu senhorio sobre as nossas vidas. Quando ele nos toca, verdadeiramente, não somos capazes de permanecer no pecado, pois queremos agradá-lo em tudo: no comportamento, no zelo, nas crenças e ações.

O que Lutero pensava sobre a Ética?

Martinho Lutero se envolvia com os assuntos socioculturais de sua sociedade da mesma forma que se dedicava ao evangelho. Em seu livro Da Liberdade Cristã (1520), ele escreveu: “Um cristão é senhor livre de todas as coisas e a ninguém submetido – pela fé; um cristão é servo submisso a todas as pessoas – pelo amor”. Lutero escreveu estas palavras como orientação ética aos cristãos de todos os tempos quanto ao seu comportamento e à sua ação na sociedade.

De acordo com Geraldo Graf, pastor do Sínodo Sudeste da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Martinho Lutero apontou para a responsabilidade cidadã e política de cada cristão.

“A fé é expressão de liberdade diante do jugo da exploração econômica e das ideologias que se agarram ao poder. A fé é expressão da identidade do cristão e norteia seu jeito de ser e de agir. Pela fé, o cristão se desobriga das amarras que o prendem, mas simultaneamente o recoloca na sociedade para ações concretas e transformadoras. A fé liberta, o amor compromete. A missão do cristão e da Igreja é apresentar propostas éticas ao discurso político e levantar voz profética onde indivíduos e governos transgridem e ultrapassam os paradigmas éticos. É sua missão apontar caminhos que aproximem a ação humana da vontade divina.”

Geraldo Graf, em artigo publicado pela Folha de S. Paulo.

Conclusão

A ética de nossa sociedade pode estar no CTI, mas a nossa e de toda comunidade cristã não pode estar. Precisamos permanecer em Cristo e transmitir conhecimento e influência para aqueles que já se esqueceram dos benefícios das  diretrizes éticas.

“Vós sois o sal da terra …/ Vós sois a luz do mundo”(v.13,14).

Que juntos, consigamos trabalhar em nossa igreja local sobre os pilares da ética, do conhecimento da sã doutrina e do temor a Deus. Sobre essas bases, semearemos e colheremos bons frutos.

Fonte: Eis-me Aqui

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