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O efeito-borboleta, o determinismo e a viagem no tempo

O efeito-borboleta, o determinismo e a viagem no tempo
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Bom, sempre que eu tento explicar minha visão sobre assuntos referentes ao tempo e à não existência do “acaso” creio que não consigo ser suficientemente claro, e tantas vezes as pessoas acabam descartando todo o conceito devido talvez à não-compreensão

Bom, sempre que eu tento explicar minha visão sobre assuntos referentes ao tempo e à não existência do “acaso” creio que não consigo ser suficientemente claro, e tantas vezes as pessoas acabam descartando todo o conceito devido talvez à não-compreensão de uma ou outra afirmação que eu faço.. Pensando nisso, resolvi escrever em detalhes e de forma mais simples possível (limitado à minha capacidade.. rs) os tópicos envolvidos nessa interpretação..

Já adianto também que nunca estudei a fundo nem psicologia, nem filosofia, nem física, nem química, nem biologia e nem teologia.. O que vou citar é fruto das minhas percepções do pouco que conheço dessas áreas, e que a meu ver não gera contradições.. 😉

Tenho plena consciência que a grande maioria das pessoas que “não me dão ouvidos” também não são muito chegadas em leitura (quem lê entenda), mas, se você é uma exceção, te convido a uma viagem na minha mente.. rs

E por fim, se preparem para alguns “spoilers”.. Vamo lá.. rs

1) Efeito borboleta

É um termo que se refere às condições iniciais dentro da teoria do caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz. Segundo a cultura popular, a teoria apresentada, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Porém isso se mostra apenas como uma interpretação alegórica do fato. O que acontece é que quando movimentos caóticos são analisados através de gráficos, sua representação passa de aleatória para padronizada depois de uma série de marcações onde o gráfico depois de analisado passa a ter o formato de borboleta.

Essa é a explicação “técnica” para o efeito borboleta, mas eu quero me ater a somente alguns detalhes dela, e para isso vou usar situações mais práticas, citando como exemplo o filme do mesmo nome, que pra mim foi genial em demonstrar a aplicação desse conceito..

Quando era criança, Evan Treborn (Ashton Kutcher) misteriosamente desmaiava (“apagava”) em certos momentos, e quando acordava não sabia o que havia acontecido, e depois só ficava sabendo parcialmente, de acordo com aquilo que os seus amigos lhe contavam..

Quando cursava a faculdade, descobriu que tinha o “poder” de retornar a esses momentos “em branco” (ao passado) quando lia algumas anotações em seu diário que narravam justamente o que ele se lembrava momentos antes e depois daquelas ocasiões.. Nessas “viagens” ele então conseguia reviver os momentos onde ele havia “apagado”, e, tendo já uma consciência adulta, se via capaz de alterar os resultados de atos desastrosos do passado que na época ele não tinha qualquer controle (como por exemplo evitar que o pai pedófilo de sua amiga abusasse deles quando eram crianças)..

Porém, cada vez que ele alterava algum pequeno detalhe do curso natural das coisas, isso influenciava toda a história, na maioria das vezes gerando problemas muito piores do que os originais (como por exemplo quando em uma dessas “novas realidades” sua amiga se tornou uma prostituta)..

Ou seja, comparando com a descrição “técnica” do Efeito Borboleta, cada pequena atitude dele (batida de asas de uma borboleta) que fosse diferente do “plano original” (distinguindo então o sentido “caótico”) modificaria todo o “sistema”.

No decorrer da história, esse “poder de alterar o passado” acaba sendo considerado uma maldição.. E pode-se dizer que era uma maldição hereditária, já que seu pai também a tinha e por fim foi considerado louco. E tudo indicava que o Evan seguiria os mesmos passos, até porque a cada “viagem” seu cérebro era sobrecarregado de novas informações e portanto os médicos (que descriam nas histórias dele) não tinham muitas esperanças quanto ao seu futuro..

Enfim, recomendo que assistam o filme para que fiquem claras todas as implicações das escolhas que ele fez para alterar o próprio “destino”, e como elas influenciaram não somente a vida dele como a de seus amigos e até de sua mãe..

Mas terminada essa pequena introdução ao tema.. rs, é interessante refletir que, conforme esse ponto de vista, cada pequena ação pode definir toda a nossa história e também que todas as coisas estão interligadas..

2) Determinismo

É a teoria filosófica de que todo acontecimento (inclusive o mental) é explicado pela determinação, ou seja, por relações de causalidade.
Embora em seu sentido mais vulgar determinismo se refira a uma causalidade reducionista (redução de todos os fenômenos do universo, por exemplo, à mecânica ou à química), causalidade não necessariamente é sinônimo de reducionismo. Há vários tipos de determinismo, cada um definido pelo modo como determinação e causalidade são conceitualizados.

Teologicamente falando são poucos os que realmente acreditam em um determinismo divino pleno quanto ao curso do universo.. Mesmo entre os monergistas, há aqueles que, mesmo descrendo na existência do “livre-arbítrio” (pelo simples fato do ser humano decaído não ter a capacidade de arbitrar sempre de forma justa), crêem no conceito de “livre-agência” de forma plena, considerando que o ser humano tem a capacidade de fazer escolhas livremente.. Desta forma, pode-se dizer que crêem num determinismo quanto à salvação, mas não quanto às escolhas cotidianas humanas, como o quê comer ou o quê vestir, por exemplo..

Já os sinergistas eliminam a idéia do determinismo, ou o restringem a aspectos que não ficam muito bem definidos, mas geralmente relacionados a algum propósito específico de Deus.. Quer dizer, Deus determina certas coisas (como o chamado ministerial de uma pessoa, por exemplo) mas em geral não determina as demais..
Voltando ao lado monergista, há os que crêem também desta forma e entendem que essa “permissão” de forma alguma foge do propósito geral, portanto as escolhas humanas já estão previstas e de nenhuma forma frustrarão o propósito de Deus.. Teoricamente, diferem dos sinergistas unicamente por crerem que a Salvação também faz parte da determinação divina..

Prosseguindo, vejamos Provérbios 16:4:

O SENHOR fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.

E agora Jó 42:2:

Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.

Ou seja, toda a Criação atende ao propósito para o qual foi criada, inclusive os ímpios (Romanos 9:21-22), não há como fugir disso..

Então, se isso não pode ser alterado, não caracteriza o determinismo??

Creio que não resta dúvidas que quanto à salvação e quanto ao propósito geral de Deus, toda a Criação está “debaixo” de um determinismo. Mas e quanto às escolhas humanas mais triviais??

Sim, teoricamente ainda existe aqui espaço para a idéia de livre-agência, desde que se considere que essas decisões humanas de forma alguma podem alterar o propósito de Deus para a Criação, inclusive referente à Salvação.. Mas seria isso possível de verdade??

3) Viagem no tempo

De tudo que foi dito até então, essa parte com certeza é a mais abstrata e ficcional, mas vai ajudar bastante no contexto geral..
Começando pelo próprio conceito de tempo, que é algo que sempre mexeu com a mente humana, sendo que muita gente já tentou definir exatamente como ele “funciona”, e aí as opiniões divergem..

Eu já li uma citação com base científica que informava que o tempo é uma “dimensão”.. Isso mesmo, assim como temos a visão em 3D (3 dimensões), é dito que estamos sujeitos a algumas outras dimensões (e aí o número exato varia), e desta forma o tempo seria uma delas..

Também já li, publiquei e recomendo muito as explicações de Agostinho de Hipona que sugerem que “o tempo é uma distensão da alma humana”, afirmando então que a “eternidade” é a total inexistência do tempo (ao invés de uma existência infinita), chegando a uma idéia de “presente sempre contínuo”, imutável.. E pensar em Deus chamando a Si mesmo de “EU SOU” faz todo sentido se considerarmos Sua imutabilidade, pois “ELE É”.. Não “foi” e nem “será”, mas “SEMPRE É”..

Enfim, o que sabemos é que estamos sim sujeitos ao tempo, e que podemos classificá-lo em três “estados” distintos, que são: passado, presente e futuro. Agostinho trata bem disso em seu estudo do tempo, e genialmente comprova que o presente não pode ser “medido” pois instantaneamente se torna passado (sendo que era futuro pouco antes), e que passado nada mais é do que lembrança; e futuro é apenas projeção, expectação.. Logo, passado e futuro são intangíveis, inalcançáveis..

Confuso?? rs

Então vamos pensar no conceito da viagem no tempo para tornar isso mais “palpável”.. E para comentar sobre disso, além de citar alguns exemplos do próprio filme “Efeito Borboleta”, me sinto obrigado a mencionar uma das obras mais geniais do cinema, que é a trilogia “De Volta Para o Futuro”..

Não que a idéia de viagem no tempo tenha surgido nessa obra-prima de Steven Spielberg, mas acredito que nela o conceito foi trabalhado e exibido de forma mais simples..

A grande sacada é a máquina do tempo construída pelo professor Emmett Brown (Christopher Lloyd), que, além de ser nada mais nada menos que um DeLorean, é capaz de viajar do “espaço-tempo” tanto para o passado quanto para o futuro, de acordo com a programação prévia que ele fizesse.. Então, no primeiro filme, Marty McFly (Michael J. Fox) utiliza essa máquina e viaja para algumas décadas no passado e altera o curso natural das coisas, modificando então todo o “presente” de ambos..
No segundo filme é ainda mais interessante, pois juntos eles viajam para o futuro e depois para o passado, e aí algumas coisas merecem ser consideradas..

  • O interesse do ser humano pelo futuro tem a ver com sua ansiedade, pela própria curiosidade de saber o que o “destino” lhes reserva.. Basta observamos a busca que há por serviços de cartomantes ou até mesmo a própria consulta a horóscopos para notarmos o quanto as pessoas se preocupam.. Mas é fato que ninguém sabe o que lhes acontecerá “amanhã”, já que por mais que tomemos decisões que definirão nossos passos, há outros tantos fatores determinantes que não podemos controlar..
  • Referente ao passado, muitas vezes o que resta são mágoas de más decisões tomadas ou quem sabe lembranças agradáveis que trazem a saudade e a vontade de reviver tais momentos, mas eles já passaram.. O desejo de algumas pessoas de reviver situações do passado pode então ser com o intuito de mudá-las ou simplesmente de desfrutá-las mais vezes..

Mas pensando nisso, tendo em vista que o passado é “inalterável”, podemos dizer o mesmo do futuro?? Será que o futuro já está determinado ou é fruto das nossas decisões no presente?? Ou seria a mistura de ambas as coisas??

Antes de tentar responder a isso, ainda precisamos rever a idéia da viagem no tempo relacionada à alteração do passado..

Quer dizer, se fosse possível alterar o passado, o presente e o futuro seriam realmente modificados??

Bom, para pensarmos nos efeitos no futuro ou presente de alterações feitas no passado é necessário que fique claro que há pelo menos 2 pensamentos a respeito referente ao conceito “espaço-tempo”, e agora eu pretendo comentar a respeito..

a) O “espaço-tempo” é uma única linha contínua

Seguindo esse pensamento a resposta para a pergunta “se fosse possível alterar o passado; o presente e o futuro seriam realmente modificados??” seria “SIM”.

 

Para entender melhor essa idéia, é bom lembrar dos exemplos dos filmes que eu já mencionei.. Em Efeito Borboleta, cada alteração feita por Evan em seu passado modifica todo o seu presente e futuro, e não só o dele, mas de todo o “sistema” no qual ele está inserido (já que o “destino” de seus amigos e familiares também é modificado).. Em De Volta para o Futuro, citando um exemplo prático, quando Marty viaja ao passado e muda detalhes no passado de seus pais, ao voltar ao presente nota que seu pai está mais confiante (com uma personalidade totalmente diferente da “original”) e que sua mãe estava mais magra e satisfeita com o casamento (coisa que sua “mãe original” não estava)..

Outro exemplo dessa teoria pode ser visto também na saga Exterminador do Futuro, no qual o exterminador (Arnold Schwarzenegger) viaja ao passado para proteger o então garoto John Connor de ser morto por um outro cyborg, modelo T1000. Isso porque no futuro de onde ele veio John Connor era o líder da resistência humana contra as máquinas, e o T1000 veio então matá-lo enquanto criança para que essa resistência não viesse a acontecer..

Para concluir essa lista de exemplos, cito um jogo que gostei pra caramba de jogar justamente pela história totalmente relacionada a viagens no tempo e suas conseqüências: Chrono Trigger. Aqui eu contei as minhas impressões: EU RECOMENDO: Chrono Trigger

 

Ou seja, tomando essa teoria na prática, é como desviar o curso de um rio.. Toda a trajetória desse rio será modificada a partir dali e tudo que interagir com ele de alguma forma será afetado..

Essa é a visão que a maioria das pessoas tem de como funcionaria essa alteração no passado, mas vamos a outra possibilidade..

b) Há diferentes linhas de “espaço-tempo”

Essa é uma idéia mais complicada e que eu mesmo não saberia justificar, mas creio ter a ver com o conceito de “multiversos” (ou seja, mais de um universo)..

É como se existissem diferentes “realidades” ou “universos paralelos”, e cada qual segue então seu curso, independentes entre si..

Eu já vi ligeiramente esse conceito no seriado Fringe (que apresenta 2 universos paralelos) mas o exemplo prático que eu achei mais interessante foi em DragonBallZ:

O vilão Freeza (é com 2 “E” e não 2 “Z” como o meu sobrenome) havia viajado à Terra para destrui-la na ausência de Goku, mas lá é humilhado e morto pelo até então misterioso guerreiro Trunks. Depois de pouco tempo, Goku regressa à Terra e Trunks revela que que veio do futuro trazer um medicamento para tratar um problema de coração do Goku, que o levaria à morte..

Também diz que devem se unir para aumentarem seus poderes de luta e assim poderem combater andróides malignos poderosos que surgiriam em breve, e que causariam caos na terra, matando seus amigos e familiares inclusive..

Então Goku supõe que se matarem os tais vilões o quanto antes resolveriam o tal problema do futuro, mas Trunks lhe conta que não adiantaria, pois quando viajassem para o futuro voltariam à mesma situação que ele deixou pra trás ao retornar ao passado..Ou seja, o que eles fizessem de diferente alteraria o futuro apenas daquela “realidade” em que estavam, mas o futuro de onde Trunks veio continuaria inalterado.. Então a idéia seria que acabassem com esses vilões nas 2 “realidades”, e por isso Trunks precisaria se tornar mais poderoso antes de retornar à “realidade” dele..

Outro exemplo que me lembro sobre universos paralelos foi no desenho “Homem Aranha” (que por sinal eu gostava pra caramba).. Em certa fase da história o Homem-Aranha é convocado pela Madame Teia para adentrar essas diferentes realidades, e o que acontece é que em cada um desses “universos” tem uma personalidade diferente, amigos diferentes e uma história de vida diferente..

Pouco havia em comum entre essas suas “personalidades”, certamente pelo fato de que suas decisões ou quaisquer outros fatores influenciadores foram diferentes em cada uma dessas realidades, portanto ele praticamente se tornou uma pessoa diferente em cada uma delas..

Enfim, essa teoria de “multiversos” dá outra idéia à viagem no tempo-espaço, já que qualquer mudança que se fizesse em um determinado “momento” somente afetaria aquela “realidade” do tal momento em diante, porém, se o viajante retornasse à “realidade” da qual veio, encontraria o mesmo “cenário” que havia deixado pra trás.. Então pode-se dizer que somente faria sentido alterar esse passado se o viajante resolvesse passar a viver nessa realidade alterada..

Pessoalmente acho essa teoria muito improvável, mas como eu disse logo no começo, meu conhecimento a respeito é tão pequeno que não posso simplesmente desprezá-la..

De qualquer forma, pensando agora sobre uma possível viagem ao futuro, conversando com o Band-Aid chegamos à conclusão de que seria impossível um de nós viajar ao futuro e encontrarmos “nós mesmos” lá..

Sim, porque é só imaginar:

– Eu entro na máquina do tempo em 2011 rumo a 2021 (por exemplo), então pensando na linha espaço-tempo contínua eu simplesmente desapareceria entre 2011 e 2021.. Envelheceria somente o tempo que durasse a tal viagem, mas chegaria em 2021 e não encontraria outro “eu”.. Isso porque no presente eu entrei na máquina do tempo, então como poderia haver outro “eu” se eu interrompi minha existência no curso natural do tempo??

 

Cheguei à conclusão que a única forma disso dar certo seria:

–> construir a máquina do tempo;
–> esperar por determinado período;
–> viajar no passado para momentos depois da construção da máquina;
–> dessa forma haverá 2 máquinas do tempo: a que você usou e a que construiu e não usou no passado;
–> aí sim viajar para o futuro, já que seu outro “eu” do passado continuaria traçando o curso natural da sua vida.

Aí quando fui contar isso para o meu irmão ele discordou, dizendo que na verdade haveria sim outro “eu” logo na primeira viagem, isso porque ele considerou que o futuro é uma “realidade” já pronta..

Eu disse que se ele pensasse assim então essas viagens no tempo gerariam um “caos cósmico”, já que poderiam haver “inifinitos eus” em todas as épocas possíveis..

Enfim, eu prefiro adotar a idéia de que o presente é que determina o futuro, senão teria que imaginar que, na teoria, passado e futuro são outras “realidades paralelas” e portanto as pessoas estão vivendo nelas assim como nós estamos vivendo no presente..
Desta forma o fato do nosso futuro se tornar presente e passado seria nada mais nada menos que a convergência dessas realidades..

Aí, considerando que o presente é imensurável e praticamente inexistente, é como se a “realidade” equivalente ao futuro viesse em direção a uma “realidade” estática equivalente ao passado, e o ponto de convergência é chamado presente.. O passado então cresce com tendência ao infinito, tendo seu início na Criação, enquanto o futuro diminui com tendência a zero tendo seu término no fim da existência temporal.

Certo, agora que apresentei os 3 pontos que formam o título da postagem, pretendo harmonizá-los.. Lembrando que apesar de eu mencionar esses 3 conceitos e suas definições, somente algumas partes desses conceitos me interessam nessa explicação, portanto vou simplificar o que cada item representará daqui pra frente:

– Efeito-borboleta: Teoria que sugere que todas as coisas estão interligadas e interagem entre si, de tal forma que ações ou comportamentos de uma afetará às outras.

– Determinismo: Teoria que elimina a idéia de “acaso”, sugerindo que os comportamentos e ações dos seres estão ligados a uma “pré-programação” ou tendência. Nesse caso podemos considerar a possibilidade de “determinismo parcial” (que sugere que algumas coisas realmente acontecem aleatoriamente) ou de “determinismo pleno” (que sugere que TUDO está sujeito a essa determinação).

– Viagem no tempo: Teoria de possibilidade de “locomoção” entre diferentes épocas da história, sejam no passado concretizado ou no futuro esperado. Nesse caso a dúvida seria sobre a existência de apenas uma “linha de espaço-tempo” ou diferentes “universos paralelos”, além do próprio fato do futuro já existir ou estar ainda em construção..

Pronto!! Agora podemos seguir..

Se existe mesmo esse “efeito-borboleta”, então supõe-se que, com suas atitudes, todos os seres de alguma forma definem tanto seus próprios destinos quanto os de todos os esses outros seres..

Não entendeu?? Vamos de novo..

Se a mãe do Juquinha fizer uma escolha e decidir que ele vai à escola hoje, então cobrador do ônibus que ele utiliza precisará contar o troco do dinheiro que ele entregará.. Do contrário (se ela decidir que ele não vai), o cobrador não precisará contar e devolver o troco do Juquinha, e o próprio Juquinha não precisará ir à escola..

Ou seja, um único ser (mãe do Juquinha) tomou uma decisão que afetou de alguma forma outros 2 seres (Juquinha e o cobrador)..

 

Claro que esse é um exemplo extremamente simplista, mas com algum esforço podemos ver que a cada decisão desses 3 seres, eles e/ou outros seres acabarão sendo afetados de alguma forma..

Citando outro exemplo, se um líder religioso pregar uma doutrina mentirosa, estará guiando muitas pessoas por um caminho errado, logo, a escolha dele afetará os “passos” e as próprias convicções de outros tantos seres..

Isso é pra mim uma forma simples de comprovar a existência desse conceito de efeito-borboleta, já que de algumas forma todos os seres são como elos de uma corrente, então as ações de cada elo de alguma forma influencia toda a corrente, mesmo que minimamente, sendo que os elos mais “próximos” SEMPRE serão influenciados..

Certo, mas se são as decisões dessas pessoas que definem os destinos delas e dos outros que as cercam, então como conciliar isso com a idéia do determinismo??

Bom, partindo-se de um pressuposto básico e óbvio de que há um Criador do universo, é justamente o “efeito-borboleta” que me faz crer no determinismo pleno..

Mas antes disso ainda é necessário o entendimento de como funcionam as decisões humanas, e aí vou apresentar minha opinião sobre isso..

 

Como eu disse, eu não tenho dúvidas de que somos capazes de tomar decisões (não sou tão doido a ponto de discordar disso), meu único problema é com a idéia de que essas escolhas sejam “livres”..

Não pretendo entrar no mérito do “livre-arbítrio”, pois já toquei nessa tecla inúmeras vezes aqui no blog, tendo plena convicção de que isso não existe, mas preciso dizer que nem a idéia da “livre-agência” me convence muito, e é nela que eu pretendo focar..

Existe no homem uma capacidade tal que lhe dá condições de fazer escolhas, de acordo com o que lhe é agradável. O homem sempre e em qualquer condição, faz as suas escolhas, de tal forma que ele é responsabilizado por elas. “Essa capacidade ou aptidão é um aspecto inalienável da natureza humana normal”. Ele é livre para escolher o que lhe agrada, de acordo com suas inclinações.

Eu até acho bem aceitável a idéia, porém esbarro na concepção de “livre”..

Na própria definição acima podemos ver que “(o homem) é livre para escolher o que lhe agrada, de acordo com suas inclinações”, ou seja, essa capacidade de escolha humana é condicionada à sua vontade, portanto não é tão livre assim..

Digo isso porque a meu ver a vontade humana é totalmente manipulada..

Sim, basta observar como construímos nossa personalidade e não há como negar que existem inúmeros fatores influenciadores e que não estão sob nosso controle..

Por exemplo, ninguém escolhe o lugar onde nasce, as características físicas e genéticas que tem, a família que tem, a condição financeira da família onde está inserido, as crenças dos pais e parentes, etc.. E é fato que todas as coisas influenciam diretamente na formação das nossas personalidades..

O fato de nascer em um país livre ou onde há repressão, em uma família agressiva ou pacífica, religiosa extremista ou não, rica ou pobre, além do fator genético que também é decisivo e não depende de nós; com certeza vai levar a pessoa a formar suas opiniões de forma positiva ou negativa em relação a tudo que a cerca..

E nossas decisões e vontades dependem diretamente daquilo que conhecemos, senão o próprio julgamento se torna impossível.. Então para que as nossas escolhas fossem realmente livres não poderíamos ser influenciados por nada em nossa vida toda e ao mesmo tempo ter o devido conhecimento de todas as coisas..

Quero dizer, se eu decido comer uma torta de limão, é porque eu gosto de torta de limão por ter provado e aprovado anteriormente.. Mas e se eu nunca tivesse comido torta de limão, como eu poderia gostar de torta de limão??? =P

Aí você pode dizer: “É, mas um dia você escolheu provar uma torta de limão e por isso gostou..”

Tá, mas e se eu nunca tivesse acesso a uma torta de limão, como eu poderia escolher prová-la e aí gostar de comê-la??

E se eu nascesse sem língua ou na Etiópia.. Minhas chances seriam quase nulas, não?? E esses fatores não dependeriam em nada de escolhas minhas..

Voltando ao conceito de efeito-borboleta, se “uma coisa leva à outra” então o fator inicial é determinante para todo o “sistema”..

Mas ainda assim abre-se a possibilidade para se pensar em uma mistura de casos aleatórios e fatos determinados.. Quer dizer, como se algumas coisas fossem pela Vontade decretiva de Deus e outras pela Vontade permissiva..

Eu não acredito nisso porque se a pessoa tem vontades que vem dela mesma sem qualquer influência, de onde viriam essas características “particulares” se não da própria Vontade de Deus??

A única possibilidade que eu imagino seria se Deus criasse uma “aleatoriedade cósmica” em que cada alma já é previamente dotada de características únicas que Ele não tem acesso.. E isso pra mim é impossível me baseando principalmente nesse texto:

A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda a determinação.
Provérbios 16:33

Não acredito que existe uma “aleatoriedade” no universo e que Deus está apenas acima dela “gerenciando as conseqüências”, mas sim que cada coisa atua especificamente conforme o propósito para a qual foi criada.

Além disso, como poderíamos considerar esse versículo dentro de um contexto de aleatoriedade??

E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Romanos 8:28

Como todas as coisas podem contribuir para o bem daqueles que amam a Deus se todas as coisas não estiverem sob o controle absoluto de Deus??

Portanto, eu acredito que esses fatores todos foram definidos por Deus para cada pessoa, e que servem para determinar o caminho que essa pessoa trilhará durante sua vida..

Desta forma, ela tem a “liberdade” (condicionada) de escolha, mas cumpre perfeitamente o propósito de Deus. Ela não poderá fazer nada além do que ela queira/saiba fazer, e portanto somente fará aquilo que em seu tempo de existência foi condicionada a fazer, independentemente de quais fatores a levaram a isso..

Então se unem os conceitos de efeito-borboleta e determinismo, porque a partir do ponto que Deus definiu alguns fatores no início de nossas vidas, todo o resto acaba sendo conseqüência disso, considerando também a interação com os outros seres desse “sistema”.. Logo se tem um sistema condicionado às experiências vividas, e nunca poderemos fazer algo que fuja àquilo que tendenciosamente fazemos (até porque não sabemos o que seria isso)..

 

E onde entra a viagem no tempo??

Bom, eu diria que a viagem do tempo seria a maneira mais eficaz de comprovar se a minha teoria está certa ou não.. rs

Mas mais que isso.. Se fosse possível uma viagem ao futuro, comprovaríamos se o futuro está mesmo sendo escrito ou se é uma realidade paralela.. E no caso de uma viagem ao passado, ao alterarmos certos fatores poderíamos verificar se o presente e o futuro estão realmente ligados a ele..

Resumidamente, a viagem no tempo talvez seria a única maneira de eliminar o determinismo, pois se tivéssemos essa capacidade então toda a história poderia ser modificada incontáveis vezes, e a idéia determinista então cairia por terra.

Fonte: Barrabás Livre

Divulgação: Eismeaqui.com.br

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