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O declínio da religião

O declínio da religião
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Entre uma geração e outra, prevalece o medo do desconhecido. Não se sabe se os valores plantados terão continuidade ou se aquilo que é importante para um grupo da sociedade terá o mesmo valor para o outro. Se olharmos para nossa história, veremos que sempre existiu uma forte crítica à próxima geração. A geração X passou pela fase hippie e foi desacreditada por esse motivo e a geração Z, por exemplo, por ser ultraconectada e sem responsabilidade com o futuro.

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A verdade é que mesmo existindo diferenças entre um grupo e outro, todos encontram seu caminho, aprendem a lidar com as limitações e usufruem de suas qualidades como uma grande mola que os impulsiona para dias melhores.

O conflito ilustrado acima marcou, de forma singular, as décadas iniciais do século XX, na Inglaterra.  No livro Ética para Viver Melhor, C.S. Lewis registra a turbulência desse momento, contextualizando o que as pessoas chamavam de “declínio da religião”. Para os membros daquela sociedade, as capelas vazias indicavam o não crescimento do Cristianismo – diferente do que acontecia até aquela época. Falava-se de secularismo em alta, perda de valores e crise moral. Não temos ouvidos alguns diálogos semelhantes em nosso tempo?

As pessoas do passado são tão seculares quanto as pessoas de hoje

Tentando estabelecer uma nova linha de raciocínio, Lewis faz uma análise das obras escritas no século XIX, que regiam à cultura da época e descobre que nelas há muito mais mundanismo do que se imaginava.

“As novelas de Meredith, Trollope e Thackeray não foram escritas por e nem para homens que veem este mundo como antessala da eternidade, que consideram o orgulho o pior dos pecados, que desejam ser pobres de espírito ou que buscam uma salvação sobrenatural.”

Trocando em miúdos, nesse exercício intelectual, C.S. Lewis pretende contestar o argumento de que o declínio da religião se deve ao desinteresse da geração atual. Como se essa fosse incapaz de optar ou não por Cristo. Fazendo essa releitura das obras do passado, quando a Igreja era mais ativa e vívida, ele desconstrói esse ideal de uma sociedade pura em seus valores morais.

Lewis está dizendo que um teísmo vago de nada serve para mudar os pilares de uma sociedade comum.

Declínio da religião: um fenômeno ambíguo

Até aqui, tentamos mostrar que o declínio da religião não pode ser considerado um declínio se parte do corpo nunca esteve enraizada nessa crença; se os valores morais não foram alterados em sua gênese e se o comportamento social não refletiu mudanças reais.

Perceba que, a cada ano, o número de evangélicos no Brasil cresce exponencialmente, mas não testemunhamos reais mudanças sociais – na produção cultural, no discurso político ou no acolhimento do pobre.

Sobre esse paradoxo, Lewis pontua:

“Uma forma de expressar a verdade seria que a religião que declinou não foi o cristianismo, mas foi um teísmo vago, de código forte e viril, que, longe de se colocar contra o mundo, foi absorvido em todas as tramas do tecido das instituições e sentimentos ingleses e, por isso, exigia a ida à igreja como parte da lealdade e boas maneiras ou como prova de respeitabilidade[…] A nova liberdade permitiu, primeiro, que fossem feitas observações precisas. Quando só vai à igreja quem busca Cristo descobre-se, enfim, o verdadeiro número de crentes.”

Números de membros, de pessoas por culto ou outras matemáticas evangélicas de nada servem para medir a verdadeira intensidade da religião ou da entrega dessa geração a Cristo. O que está em declínio, portanto?

Do lado de cá ou do lado de lá

É inegável que o “declínio da religião” faz mal para o mundo. Os costumes podem ficar um tanto quanto obscuros e a esfera pública pode tratar de assuntos que não atendem às necessidades da igreja, mas nem por isso Cristo deixa de salvar os seus e dar sequência ao seu plano de salvação. Pelo contrário, quando algo está em declínio ou em cheque, por lá só ficam as pessoas que realmente creem.

“Quando a Távola Redonda quebrou, cada homem precisou decidir se ficaria com Galahad ou com Mordred: era o fim do ficar em cima do muro”.

Teísmo vago x cristianismo

Por meio do sublime conhecimento de Lewis, explanamos que o teísmo vago oferece uma falsa impressão de que “tudo está caminhando bem”. Quando ele é elevado, os membros da sociedade parecem mais polidos, respeitosos e amorosos, mas isso faz parte de uma grande encenação.

Diferente do teísmo vago, o cristianismo desconstrói e remove as máscaras de todos os indivíduos sociais. O cristianismo incomoda, revira e traz luz às questões obscuras que antes não eram tratadas.

Baseado na sã doutrina, o cristianismo promove mudanças verdadeiras que começam nos planos de Deus e ganham significado literal na Terra – na luta por uma sociedade mais justa e igualitária para todos. No cristianismo, não há como tudo continuar como está.

Historicamente falando

O líder do movimento dos direitos civis dos negros, nos Estados Unidos, foi um pastor protestante, Martin Luther King.

William Wilbeforce, membro do parlamento Britânico, militou por 30 anos contra o tráfico negreiro e abolição da escravatura.

Conclusão

Não podemos colocar sobre os ombros de outra geração a descrença que temos naquilo que construímos ao longo dos anos. Se a igreja evangélica brasileira passa por esse período de descrédito, hoje, não é resultado de uma crença neutra por grande parte dos que se dizem convertidos?

C.S. Lewis fala sobre a Inglaterra, mas creio que o que foi vivido lá é semelhante ao que passamos no Brasil. Nossas instituições estão cada vez mais frágeis, a Igreja pouco relevante e o ensino das escrituras foge à sã doutrina.

Esse é o momento de refletir sobre o propósito de Deus para nossa nação, nossa igreja e nosso povo. Que o nosso Cristianismo seja capaz de mudar as estruturas e estabelecer um novo tempo.

“E se o meu povo, que me  chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” 2 Crônicas 7:14

Fonte: Eis-me Aqui

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