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Eva já era pecadora antes de comer a maçã

Eva já era pecadora antes de comer a maçã
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É possível que toda a comunidade mundial já tenha ouvido falar no pecado original. Esse diz respeito ao pecado de Adão em comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e seus efeitos sobre o resto da raça humana desde então, principalmente seus efeitos em nossa natureza e no nosso relacionamento com Deus. A compreensão correta desse episódio é fundamental no entendimento do plano de Salvação.

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Em primeiro lugar, você precisa saber que existem três correntes teológicas que explicam esse episódio: arminianismo, calvinismo e pelagianismo. Vamos passar por todos eles dando ênfase no argumento de Calvino, utilizando o livro de Romanos como fundamentação teológica. Contando, também, com os comentários do teólogo Hernandes Dias Lopes.

Vamos ao que importa: Eva era pecadora antes mesmo de comer a maçã ?

De acordo com o Pelagianismo, o pecado de Adão não teve nenhuma influência sobre as almas de seus descendentes. A não ser, é claro, um certo encorajamento ao pecado pelo seu próprio exemplo. Nessa doutrina, o homem é totalmente responsável por sua própria salvação – o que minimiza o papel da graça divina. Nesse sentido, para os pelagianos, se o homem quiser parar de pecar, ele consegue.

Os arminianos já creem na herança da natureza pecaminosa de Adão e Eva, mas que pela graça preveniente – graça universal que capacita o homem a dizer não ao pecado – é possível parar de pecar. Em suma, o Arminianismo é um sistema de crenças que tenta explicar a relação entre a soberania de Deus e o livre-arbítrio da humanidade.

Os calvinistas, em contrapartida, fortalecem a ideia de quem Eva já era pecadora antes de comer a maçã. Vejamos o que os primeiros versículos de Gêneses 3 nos apontam:

“1. ORA, a serpente era mais astuta que todos os animais do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? 2. E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos. 3. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. 4. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.5. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.6. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.

O desejo de desobedecer a Deus já estava em seu interior e foi, apenas, aproveitado pela serpente para tentá-la. Se não houvesse tendência pelo pecado, a serpente não teria sucesso em sua missão.

Nessa forma de compreensão, “o pecado de Adão resultou não só na nossa natureza pecaminosa, mas também em culpa diante de Deus, pelas quais merecemos punição. Ser concebido com o pecado original sobre nós (Salmos 51:5) resulta, em nós, herdar uma natureza pecaminosa, tão perversa, que Jeremias 17:9 descreve o coração humano como “enganoso … mais do que todas as coisas e perverso”. Adão foi não só culpado por causa do seu pecado, mas sua culpa e punição (morte) pertencem a nós também (Romanos 5:12,19).” *

Para ilustrar de forma muito simples a coerência do pensamento calvinista, um pastor conta que, certa vez, um jovem adolescente o procurou muito aborrecido com Eva e Adão – como se a culpa fosse deles pelo declínio de nossa humanidade. Ele disse: – se a Eva não tivesse comido a maçã, a coisa estaria muito diferente. O pastor, com muita sabedoria, disse: – se fosse você, a maçã  também seria comida.

Isso acontece porque a nossa natureza humana é a mesma de Adão e Eva. Em nós existe essa tendência para o mal, pois todos estamos caídos e destituídos da glória de Deus até que sejamos remidos por Jesus Cristo. O homem, portanto, é incapaz de ter vitória sobre o pecado – da mesma forma que Eva e Adão não conseguiram dizer não para a vontade de discernir entre o bem e o mal e desobedecer a Deus.

A depravação total da humanidade

Em Romanos 3:9-20, o apóstolo Paulo chega ao fim de seu maior argumento: todos são culpados diante de Deus. Em primeiro lugar, ele mostra que os gentios são indesculpáveis por não reconhecerem a grandeza de Deus quando puderam e por se tornarem idólatras e imorais; e os judeus também são indesculpáveis por serem hipócritas – pregando um coisa e vivendo outra. O propósito desse capítulo de Romanos é mostrar que sem distinção de cultura, raça e religião todos são culpados diante de Deus.

Que concluiremos então? Estamos em posição de vantagem? Não! Já demonstramos que tanto judeus quanto gentios estão debaixo do pecado. Como está escrito: “Não há nenhum justo, nem um sequer; Romanos 3:9,10

John Stott diz que o pecado está em cima de nós, pesa sobre nós e é um fardo esmagador. William Barclay diz que a expressão grega upo hamartian significa ‘em poder de’ ou ‘sob autoridade de’. Assim, o homem sem Cristo está debaixo das ordens, sob autoridade, sob o domínio do pecado e incapacitado a escapar dele.

– Romanos, o evangelho segundo Paulo. Hernandes Dias Lopes, p.146

O pecado e sua hereditariedade

O pecado é uma doença hereditária, passada de geração em geração. Essa doença enfraquece a humanidade e não pode ser curada por nenhum ato humano. Cristo é, dessa forma, o médico divino, aquele por quem nossas feridas são curadas (Is 53.5)**. Jesus Cristo, portanto, é o único capaz de romper esse ciclo por meio de sua graça abundante.

É errado e inocente pensar que a natureza de Eva é distante da nossa. Somos iguais, carecedores da graça e da misericórdia divina. Portanto, se Eva já era pecadora antes de comer a maçã, nós também. E a liberdade desse jugo depende unicamente de Jesus Cristo. Libertos por essa graça, somos reféns de seu eterno amor e da consciência moral exemplificada por Ele – exemplo perfeito para a humanidade.

Acompanhe o nosso blog e aprenda mais sobre o evangelho com conteúdos como esse. Seja abençoado em Nome de Jesus!

* Trecho extraído de artigo digital. Disponível em: <https://www.gotquestions.org/Portugues/pecado-original.html>.

** Trecho extraído do livro Teologia sistemática, histórica e filosófica, de Alister E. McGrath, p. 509

 

Fonte: www.eismeaqui.com.br

Divulgação: Eis-me Aqui!

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