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Entendendo a graça de Deus

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“A graça focaliza quem Deus é e o que Ele fez, tirando o foco da nossa pessoa”
Charles Swindoll

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Já era tarde quando o alvoroço corria por toda cidade. Jesus, o nazareno, fora preso. Seus discípulos o seguiam de longe, enquanto Ele era levado até Anás. Pedro, que cortou a orelha de um dos soldados para proteger o mestre que tanto amava, não conseguiu ir contra sua própria natureza e negou conhecer aquele que outrora anunciou ser o filho de Deus. Conhecemos bem essa história, mas só a compreendemos perfeitamente quando acontece conosco. Esse episódio de Pedro é um bom pano de fundo para tratarmos de um assunto ainda maior: a doutrina da graça.

Pedro e a graça – um retrato da natureza humana

Você não precisa ser impulsivo e de gênio forte, como Pedro, para concluir que sua natureza é caída e limitada. Semelhante ao discípulo, nós aprendemos sobre Jesus, desfrutamos de sua revelação e vivemos um relacionamento com Ele, mas parece chegar um momento no qual somos tentados a negá-lo ou não. Geralmente, negamos. Dizemos sim aos pecados, ao individualismo e a nossa falta de compaixão – deixando de lado os nobres ensinamentos da palavra de Deus.

Meu intuito aqui não é discutir como temos negado conhecê-lo em nosso cotidiano e sim a reação daquele que é o dono da nossa vida diante de nosso comportamento limitado e caído.

Pense no texto de João 21.15-17.
Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, você me ama realmente mais do que estes? ” Disse ele: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Disse Jesus: “Cuide dos meus cordeiros”.

Novamente Jesus disse: “Simão, filho de João, você realmente me ama? ” Ele respondeu: “Sim, Senhor tu sabes que te amo”. Disse Jesus: “Pastoreie as minhas ovelhas”.

Pela terceira vez, ele lhe disse: “Simão, filho de João, você me ama? ” Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez “Você me ama? ” e lhe disse: “Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Cuide das minhas ovelhas”. 

Nesse episódio existe algo muito especial que a tradução contemporânea não conseguiu expressar com excelência. No cenário do texto, Jesus já tinha ressuscitado e iniciava um diálogo com Pedro – envergonhado de sua atitude.

Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes?”

Disse ele: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”.

Os tipos de amor

Ao contrário do que lemos, Jesus não recebe a mesma resposta para a pergunta que ele fez. Em grego há pelo menos três verbos que têm o sentido de amar. São eles: éros (amor carnal), filós (amor fraternal) e ágape (amor divino).

Neste sentido, Jesus pergunta a Pedro: “Tu me amas com amor divino, puro e verdadeiro? ” e Pedro responde “Senhor, tu sabes que te amo como irmão”. Ilustrando, é como se Jesus perguntasse a Pedro se ele o ama e o discípulo respondesse: “Eu gosto de você”. Depois disso, Jesus confia o pastoreio de suas ovelhas a Pedro.

O que isso significa?

Depois de negar conhecer aquele que curou sua sogra, o fez andar sobre as águas e realizou vários milagres, o discípulo não merecia sequer olhar para o Senhor, mas num ato de amor ágape, o filho de Deus restaura o coração de Pedro e o confia suas ovelhas. Esse é uma perfeita explicação do que é um favor imerecido.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9)

 “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para demonstrar que este poder que a tudo excede provém de Deus e não de nós mesmos.” (2 Coríntios 4)

“Sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3:24)

Doutrina da graça

O conceito de graça tem total relação com a nossa compreensão de salvação, perdão e amor ao próximo. Quando Lutero iniciou o movimento da reforma, ele proclamou a doutrina da justificação pela fé. O lema sola fide (somente pela fé) é a plena definição de que não podemos fazer nada para receber a salvação, pois ela é gratuita e acontece mediante a fé. Pela cruz de Cristo – sacrifício, vitória, perdão e exemplo moral – fomos remidos.

Não podemos fazer coisa alguma

“ Um dos textos bíblicos de Agostinho é João 15.5: ‘Pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma’. De acordo com seu ponto de vista, somos totalmente dependentes de Deus para nossa salvação, desde o começo até o fim. Agostinho traça uma diferença precisa entre as faculdades naturais humanas – concedidas ao homem de forma natural – e  dom adicional e especial da graça” Alister e. Mcgrath – Teologia sistemática, histórica e filosófica

Agostinho enxerga a graça como o ponto inicial da nossa restauração. É a partir dela que deixamos a sujeira e a fragilidade para sermos guiados nas delícias que vêm de Deus. Com intuito de dar profundidade a essa questão, compartilhamos as características da posição de Agostinho no documento antipelagiano de natura et gratia [ da natureza e da graça], datado de 415.

“A natureza humana foi, com certeza, originalmente criada sem culpa e sem pecado; mas essa natureza, que cada um de nós agora herda de Adão, precisa de um médico, pois está enferma. Tudo o que ela tem de bom, por meio de sua concepção, vida, sentidos e mente, é proveniente de Deus, seu criador. Mas a deficiência que ofusca e incapacita todas essas excelentes habilidades naturais, motivo pelo qual essa natureza precisa ser iluminada e restaurada, não tem origem no criador irrepreensível, mas no pecado original[…] Por essa razão, nossa natureza culpada está sujeita a uma punição justa. Pois se agora somos uma nova criatura em Cristo, éramos, antes, filhos da ira, como todos os homens. Mas Deus, que é rico em misericórdia, devido ao grande amor que nos amou, mesmo quando estávamos mortos em nossos delitos e pecados, ressuscitou-nos para a vida em Cristo, por meio da graça somos salvos”. Extraído do livro Teologia sistemática, histórica e filosófica (Alister E. Mcgrath) –  página 510.

Conclusão

A misericórdia nos alcança independente das nossas falhas ou desvios. Ela nos alcança pela soberania de Deus e pelo seu infinito amor; alcança-nos simplesmente porque Ele nos amou primeiro [1 João 4.19].

“O amor eterno elaborou o plano; a sabedoria eterna traçou o modelo; a graça eterna desce para executá-lo.” Henry Law

Fonte: Eis-me Aqui

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