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Consolo nas aflições – Capitulo 11 – O Pranto

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O PRANTO

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“Bem-aventurados os que choram” (Mateus 5:4)

O choro é desagradável e irritante para a pobre natureza humana. Diante do sofrimento e da tristeza nossos espíritos instintivamente se dobram. Por natureza, buscamos a alegria e felicidade. O nosso texto apresenta uma anomalia ao não regenerado, ainda que seja uma doce música para os ouvidos dos eleitos de Deus. Se são “bem-aventurados”, por que “choram”? Se eles “choram” como podem ser “bem-aventurados”? Apenas um filho de Deus tem a chave para este paradoxo. Quanto mais refletimos sobre o nosso texto mais somos obrigados a exclamar “Nunca homem algum falou assim como este homem”! “Bem-aventurados (felizes) os que choram” está em completo desacordo com a lógica do mundo. Os homens têm em todos os lugares e em todas as épocas considerado prósperos e bem sucedidos aqueles que são felizes, mas Cristo diz que felizes são os pobres de espírito e que choram. Agora é óbvio que não é toda espécie de choro que é aqui referido. Existe uma tristeza que “opera a morte”. O choro ao qual Cristo promete conforto deve ser restrito ao que é espiritual. O choro, que é bendito é o resultado de uma percepção da santidade e da bondade de Deus que surge do um sentimento de nossa própria maldade – a depravação das nossas naturezas, a enormidade e culpa de nossa conduta e as tristezas por nossos pecados com um pezar piedoso. Nós no nosso passado, que as oito bem-aventuranças são dispostas em quatro pares; a prova disso será fornecidas à medida que prosseguimos.

A primeira da série é a bênção que Cristo pronunciou sobre aqueles que são pobres de espírito, que nos leva a dizer, que eles foram despertados para a consciência de sua própria nulidade e vazio. Agora, a transição de tal pobreza para o choro é fácil de seguir, na verdade, segue-se tão intimamente que é de fato o seu companheiro.
O choro que é aqui referido é manifestamente mais do que a de aflição luto ou perda. É o choro pelo pecado. É o choro do sentimento da miséria de nosso estado espiritual, e sobre as iniquidades que fazem separação entre nós e Deus; choro pela moralidade em que nos orgulhamos, e na justiça própria em que nos alicerçamos; tristeza pela rebelião contra Deus, hostilidade à Sua vontade; e tal choro sempre vai lado a lado com a pobreza consciente do espírito (Dr. Person).

Uma impressionante ilustração e exemplificação do espírito sobre o qual o Salvador aqui pronunciou Sua bênção pode ser encontrada em Lucas 18. Há um contraste vívido apresentado a nossa visão. Em primeiro lugar, nos é mostrado um fariseu hipócrita olhando para cima em direção a Deus e dizendo: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo”. Isso tudo pode ter sido verdade a respeito do publicano, porém, o fariseu desceu à sua casa em estado de condenação. Suas vestes eram trapos, suas vestes brancas estavam imundas, embora ele não o soubesse. Em seguida, nos é mostrado o publicano, estando longe, que, na linguagem do salmista estava tão preocupado com as suas iniquidades que não era capaz de olhar para cima (Sl 40:12). Ele não se atreveu a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, consciente da fonte de corrupção interna, e exclamou: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”, e esse homem desceu justificado para sua casa, porque ele era pobre de espírito e chorou pelo seu pecado.

Aqui estão as primeiras marcas do nascimento dos filhos de Deus, e embora nunca chegou a se considerar pobre de espírito, e nunca soube o que é realmente chorar pelo pecado, mesmo pertencendo a uma igreja e seja um oficial nela, não entrou nem viu o reino de Deus. Quão grato o leitor cristão deve ser ao grande Deus condescendente ao habitar no coração humilde e contrito! Onde podemos encontrar qualquer coisa em todo o Antigo Testamento mais precioso do que isso? Que Ele, em cuja vista os céus não podem conter, que não pode se encontrar em qualquer templo que o homem já edificou para Ele, porém magnífico, um lugar de habitação adequada, tem disse Isaías 57:15 e 66:2! “Bem-aventurados os que choram”. Embora a principal referência seja a pranto inicial, normalmente chamado de “convicção de pecado”, não significa que se limita a isso.

Choro é sempre uma característica do estado normal do cristão. Há muita coisa que o crente tem a chorar – a praga de seu próprio coração o faz chorar, “miserável homem que eu sou”, a incredulidade que “tão de perto nos rodeia” e os pecados que cometemos, que são em maior número que os cabelos de nossa cabeça, são uma dor contínua; a esterilidade e inutilidade de nossas vidas nos fazem suspirar e chorar; nossa propensão em se desviar de Cristo, a nossa falta de comunhão com Ele, a superficialidade do nosso amor por Ele, nos levam a pendurar nossas harpas nos salgueiros.

Mas isso não é tudo. A religião hipócrita prevalece em todos os lados, tendo forma de piedade, mas negando a eficácia dela; a terrível desonra feita com a verdade de Deus pela falsas doutrinas ensinadas em incontáveis púlpitos; as divisões entre o povo do Senhor, as contendas entre irmãos, ocasião para contínua tristeza do coração. A terrível iniquidade no mundo, os homens desprezando a Cristo, os sofrimentos incalculáveis ao redor, nos faz gemer em nosso interior. Quanto mais próximo o cristão vive de Deus, mais ele vai chorar por tudo o que o desonra. Com o salmista, ele dirá: “Grande indignação se apoderou de mim por causa dos ímpios que abandonam a tua lei” (119:53); com Jeremias, “E, se isto não ouvirdes, a minha alma chorará em lugares ocultos, por causa da vossa soberba; e amargamente chorarão os meus olhos, e se desfarão em lágrimas, porquanto o rebanho do SENHOR foi levado cativo”; “Portanto lhes dirás esta palavra: Os meus olhos derramem lágrimas de noite e de dia, e não cessem; porque a virgem, filha do meu povo, está gravemente ferida, de chaga mui dolorosa” (13:17, 14:17), com Ezequiel, “E disse-lhe o SENHOR: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela” (9:4).

“Eles serão consolados”. Isso se refere antes de tudo, a remoção da culpa consciente que pesa sobre a consciência. Ela encontra o seu cumprimento na aplicação do Espírito do Evangelho da graça de Deus para aquele a quem Ele tem convencido de sua extrema necessidade de um Salvador. Que emite em um sentido de livre e pleno perdão pelos méritos do sangue expiatório de Cristo. Este conforto divino é a paz de Deus que excede todo o entendimento enchendo o coração de quem está agora certo de que é “agradável a si no Amado”. Deus primeiro toca na ferida antes de curar, primeiro humilha antes de exaltar. Primeiro, há uma revelação de Sua justiça e santidade, então dá a conhecer a Sua misericórdia e graça.

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“Eles serão consolados” também recebe um cumprimento constante na experiência do cristão. Embora ele chore suas falhas indesculpáveis e as confesse a Deus, mas ele é consolado pela certeza de que o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, o limpa de todo pecado. Embora ele chore sobre a desonra feita a Deus por todos os lados ele está confortado por saber que o dia está se aproximando rapidamente, quando Satanás será retirado de cena e o Senhor Jesus se sentará no trono de Sua glória e em justiça e paz. Embora a mão da correção do Senhor muitas vezes é colocada sobre ele e, embora “toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza”, no entanto, ele é consolado pela percepção de que tudo isso é operando para ele produzir “um peso eterno de glória mui excelente”. Como o Apóstolo, o crente que está em comunhão com o Senhor pode dizer: “Como contristados, mas sempre alegres”. Ele pode muitas vezes ser chamado a beber as águas amargas de Mara, mas Deus plantou uma árvore próxima para adoça-las. Sim, cristãos que “choram” são consolados até hoje pelo Consolador Divino, mediante a ministração dos Seus servos, por palavras de encorajamento aos irmãos, e quando estas não estão à mão, pelas preciosas promessas da Palavra sendo trazidas em seu poder para memória e coração.

“Eles serão consolados”. O melhor vinho é reservado para o fim. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Durante a longa noite de sua ausência, os santos de Deus foram chamados para a comunhão com Ele que era o Homem de Dores. Mas, bendito seja Deus, porque está escrito: “se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” Que conforto e alegria será quando a aurora da manhã vier sem nuvens! Então, “deles fugirá a tristeza e o gemido” (Is 35:10). Então, será cumprida a palavra em Apocalipse 21:3,4: “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.

Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira
Fonte: Comfort for Christians de A.W. Pink

Fonte: Discernimento Bíblico

Divulgação: Eismeaqui.com.br

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